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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Olá amigos, bom dia!


Não sei porque não consigo completar o relato da viagem. Sei de muitos motivos. Muitos mesmo. Acontecências, que vem dificultando a conclusão da história dessas peripécias. E por isso não escrevo mais nada, para dar ordem. Mas estranho, eu, dar ordem a ou  alguma coisa . Tenho pensado nisso, e constato que pessoas mudam, e mudam muito, sim. Eu mudo, sempre e as vezes de tal forma que custo a identificar-me com quem fui em dado momento de minha vidinha.
Mas não vim falar da Patagônia. Deixo para depois. Desordem criativa. Vim falar dos meus nadas.
Eu cresci sabendo que cães e gatos são inimigos por natureza e que os gatos são as vítimas. Mentira pura !  Nenhum dos cães daqui se atreve a passar por onde a Gaa está. Não entram na cozinha nunquinha e caso estejam dentro quando ela surge, encolhem-se a um canto, tentando ficar invisíveis. Você imagina uma rottweiler encolhida com medo da gatinha, ao lado de uma, mestiça de labrador com ...diabo da Tasmânia ? A Gata é soberana em todos os espaços e os órfãos recém chegados já aprenderam. No primeiro dia.

 Apêndice: Três cãezinhos lindos e espertos, acho que, lamentavelmente, de porte grande, um amarelo, um preto, um chocolate estão aqui ainda para adoção. Foram abandonados em meu portão.   POR FAVOR

 Mas, voltando ao tema, se é que há tema

]
 Bom, um dia desses, no " Recanto dos Urubus" - nome que só eu penso mas se eu explicar,  muitos daqui saberão onde é, onde essas aves tem seu nicho e onde passo quase diariamente pedalando, um lugar muito, muito bonito, a cada dia, a cada maré, vento, sol, nuvem e perto de onde passo também, do outro lado, no canal,  remando outros dias, os mesmos dias em outras horas. Já não se afastam mais quando passo,  em seus pulos desengonçados, nem voam. Apenas observam. Já entenderam  o que sinto quando os cumprimento, amigos injustiçados, que sem eles a humanidade estaria perdida, ou quase, que lhes sou muito grata. E são magníficos, aquecendo suas asas abertas ao sol, ou apenas esperando o momento de subir nos ares, a alturas mágicas,  na busca dos restos podres da morte deixados em terra. E limpando a terra da podridão insuportável e insana, que seria, sem suas existências
Tenho visto coisas estranhas, como um urubu e um gavião num ritual de esfregar os pescoços, como dizem, fazem as girafas.  Até pegar a câmera, o gavião afastara-se um pouco. Mas por ali ficou, confraternizando, um bom tempo, sem ser um estranho no nicho . Ali é onde dormem, encontram restos de pescados e ficam, como vejo,  lá nas roças por onde ando,  um grande grupo que mora perto de uma enorme "processadora de porquinhos para virarem alimentos de estúpidos", sempre nos mesmos moirões, no chão, nos mesmos lugares. Aqui, vivem defronte a uma "processadora de peixes para virar comida" dos humanos. Sempre nós, alterando, transformando e ruim, destruindo.
Também encontrei uma gaivota, na margem da estradinha como se fosse um pato, deitada . Ao me aproximar para fotografar, a pobre tenta fugir, uma pata, asa e cabeça amarradas em linha de pesca, toda emaranhada. Sem saber como fazer, passa neste instante um pescador, um senhor que se dispõe a nos ajudar, a gaivota e eu. Segura a pobrezinha e me entrega uma faca ultra afiada e pontuda e sigo cortando os fios que passavam até por dentro do bico, emaranhados entre as penas e apertando a perna, a pata do bichinho que se debatia. Sim, vi uma lingua de gaivota!  (*)  Já sangrava um pouquinho, mas desembaraçada, afastou-se, claudicando, esticando as asas e deitou-se adiante em meio ao mangue. Segui e logo depois, voltando ela não mais estava ali. A foto é de antes da "operação salvamento". Se ampliar, dá para ver os fios avermelhados, o bico preso à asa...


E, finalmente, mas não necessariamente nessa ordem, o dia em que parei para, mais uma vez, fotografar essa gangue de garças, colhereiros e esses outros que não sei os nomes, mas estão quase sempre aí. Meio oculta sob uma árvore, observava os diferentes modos de se alimentarem, os usos diferenciados e anatomia dos bicos e enquanto isso passa uma viatura da PM. Diminuem a velocidade, me afasto da árvore e mostro que é a câmera o que tenho nas mãos, afinal, o bairro vizinho, muito próximo, está em guerras de quadrilhas, tiroteios, e o motorista  acena e segue adiante. Um pouco mais tarde, em outro local, quando voltava para casa, ao passar pelo posto policial, me fazem sinal para parar...eu estava de bicicleta, levo um susto, alguma legislação que desconheço, qual infração cometi?  Ouço um tremendo sermão do policial, por ficar me expondo a riscos fazendo fotos em via publica, que eu poderia ser assaltada ou pior. Que por favor, eu não mais fizesse isso, a menos que estivesse com algum acompanhante.    E AGORA ?  


*  Costumamos, sempre que nos encontramos, meus netinhos e eu, fazer passeios de exploração e descobertas. E frequentemente ao encontrarmos cavalos, cabras, o mais velho pedia para ver a lingua do animal. Cientistazinho, ele mesmo diz que vai ser pesquisador. Mas essa, eu só que vi, que pena!
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3 comentários:

São disse...

Belissimas fotos...

Urubus (ou carcarás, ou são aves diferentes?) eu vi quando andei de boogie nas imensas, desérticas e belissimas praias da região de Fortaleza.

Abraço grande, amiga

Dona Sra. Urtigão disse...

É sim um carcará, que costuma estar entre esses urubus

O Tempo Passa disse...

Oi, se até carcará dá um jeito de viver em paz com urubu (até com cafuné) por que não os humanos, né?

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