Faz parte de qualquer tradição religiosa ou de desenvolvimento espiritual/pessoal a questão do perdão. Num dos textos mais conhecidos e belos da espiritualidade, a Oração de São Francisco de Assis, o perdão é elevado à categoria essencial para a vida eterna. Bem como em outros pensadores não cristãos como Krishnamurti, Sai Baba. E a questão do Amor ao próximo...como a ti mesmo. Como é possivel o perdão incondicionado se esta situação irá expor o agente a novas situações de agressão... e "perdoa sete vezes setenta..." mas será isto justo com o amor de mim ? e quando este perdão expoe a perdas, pessoas a quem voce deve, de alguma forma, alguma coisa...responsabilidade? "Perdoa mas fica longe"?
A incompatibilidade ou contradição entre o amor-de-si e o amor ao outro; como desdobrar em cada uma dessas circunstancias, particulares que permitam ao final, excluidas as falácias, uma sintese entre possibilidades, para que Amor se torne uma unica coisa,Universal, e então esteja implícito o perdão incondicionado.Mas que traga salvaguardas ...
Uma situação desta, onde a pessoa necessite de salvaguardas é equivalente a um ato de guerra...
Ahimsa
Resistencia pacífica é resistencia e muitas vezes não tão pacifica para aquele que resiste. Muitas vezes é idêntico a um suicidio ou pior, quando no caso do líder de um movimento assim, instigar ao suicidio, uma forma de homicidio.
Estou em aporia. Necessario rever passo a passo minhas duvidas para tentar um novo movimento. E as vezes falta , de alguma forma um debatedor, alguem que aponte aquilo que esta debaixo do nariz e que nos escapa. Ou, melhor ainda, um
Mestre.
6 comentários:
Cara, creio que estamos na busca constante de salvaguardas e que isso nos limita (a mim, ao menos) em experimentar o risco de, apenas, viver. Quanto ao perdão, não atingi qualquer nível que fosse de alteridade para perdoar. Simplesmente não consegui e, confesso, tampouco quis. Como você, tudo o que queria, por vezes, era apenas um Mestre/linha mestra. Por enquanto, me contento em andar em corda bamba. Beijo!
Redneck,
apenas viver...não consigo imaginar isso, pela dificuldade que encontro no encontro com as personalidades circundantes; a interferência é, quase sempre, determinante do viver. Dai as salvaguardas...
Quanto ao Mestre, tenho duvidas, na verdade, se caso surja, eu aceitaria abdicar de mim para segui-lo; por isso não o encontro, pois não sou capaz de ve-lo ou aceita-lo quando surge. Envolve subordinação, creio, e minha rebeldia ainda não permite. Talvez por isso "apanhe" tanto.
A corda bamba... perfeita metáfora para a vida
Dois pontos:
O perdão.
Ontem mesmo fui colocada defronte a esta possibilidade... Rever e perdoar. E você foi exatamente no cerne da questão - o amor. Basta saber o que prevalece.
O debatedor.
Para mim a falta dele deixa-me atônita, neste caso nem sei se somente uma confusão de idéias ou a falta delas.
Grande abraço Dona Sra.
Danitza,
grata pelas suas considerações e continuo pensando a respeito
Oi!
Quando ao perdão como amor ao próximo em conflito com o amor a si: penso que o perdão pleno transformaria qualquer ressentimento, resistência, ou necessidade de salvaguarda. A ponto de não precisar mesmo se recolher. O amor tudo transforma, é a experiência dos místicos! Mas até chegarmos lá, temos que achar um meio termo. Perdoar, e manter distância por um tempo, até ser capaz de transformar qualquer resistência, e mesmo através desta irradiação transformar a própria atitude daquele a quem estamos perdoando. Este é o exemplo dos Mestres!
Bjs, KK.
KK
pois é, esta questão para mim continua sem resposta e ficar em cima do muro não é solução; fico achando que falta algum dado para a solução desta equação, o enunciado está incompleto...
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