CHEGA de "dar a outra face". Está na hora de chicotear os "mercadores do templo", afastar aqueles que só se aproximam para "se dar bem", que fazem mal uso dos bens e graças que a vida ou os outros lhes proporcionam. Não dá mais para ser caridoso, jogando "pérolas aos porcos". É hora de "amar ao próximo como a si mesmo" Amar a si próprio, respeitar-se, sem desperdiçar recursos emocionais. Toda planta, todo animal necessita de insumos; ao retirarmos todas as folhas para alimentarmos ao outro, a planta fenece. O uso desrespeitoso mata a natureza. A vida se torna sinônimo de dor, de perdas, de não-vida. É hora de voltar o olhar para mim mesma.
Esperei tres dias, contei até dez, dez mil vezes, a indignação só aumenta; ao longo da vida perdoei sete vezes setenta, setenta vezes sete, ao invés de acalmar-me, começo a desejar o castigo para quem me magoa repetidamente, começo a desistir de esperar o bem, começo a desejar o fim, a abdicar de viver como a vida se me apresenta. Coisas boas, e existem, se tornam insignificantes frente a tudo que passei e que vejo que terei que passar. Sem mais forças para lutar, pra corrigir(-me), para buscar o bem, ou para descobrir o caminho do meio. Se deus existe, ele não tem compaixão, eu tive, mais do que ele. Deus existe à semelhança da maldade humana e Jeová nem assume, ao contrário de Krishna, a maldade existente no mundo. Acovarda-se, omite-se, distribuindo regras que não cumpre. Os deuses aterrorizam, exigem louvor e sacrifícios, não poupam nem seus filhos favoritos. O mal sempre triunfa e criamos quimeras para suportar a existência. Esperamos o fim para ter um início. Mas não existe inicio ou fim, tudo permanece sempre, as boas intenções sendo destroçadas e merecendo o inferno ou a punição nas rodas das encarnações. Ou assumir castigar, a vingança, na "medida justa".
Cada beleza esconde a destruição em seu âmago. Cada coisa boa acarreta a contrapartida dolorosa.
Por que devo ainda perdoar, se cada erro que cometi, me é cobrado intensivamente, exaustivamente? Se parece que estou sempre devendo e sendo punida? Porque esperar ser poupada, se nem os bons o são? É lógico que minha revolta será muito castigada, assim agem os cuidadores do mundo. Mas tambem não o sou ao praticar o que me ensinaram ser o bem?
Desisto de ter esperanças. Entrego-me ao mundo, às forças da natureza. Desisto de ir contra a corrente. É óbvio que pode piorar muito. Mas não só piora, sempre, independente do que se faça?
6 comentários:
Ah, colega... penso quase exatamente como você. Só não compartilho das últimas linhas, onde há uma pontinha de autoflagelação. Deus... inventaram tanto sobre O Cara, e será que ele não está mais para os esboços do Sarah-Mago? Sei lá, viu? Acho que o Homem cria um deus estranho, à sua própria imagem e semelhança, cruel, vingativo, invejoso (ele é uma síntese de todos os pecados, os capitais e os veniais), e nos enfia goela abaixo, n'est-ce pas?
Em frente, que atrás vem gente!
Abraços de duas asas!
Sempre achei que a primeira pessoa que devemos respeitar somos nós .
O resto vem por acréscimo.
Um abraço solidário
ola dona sra urtigão
deus?
eheheh...ainda não me encontrei com ele. tenho andado ocupado com diabruras.
sim, isto segue o seu cruel curso...mas podemos ensinar outros caminhos, a quem está disposto a ouvir.
abraço do vale para a mata
ps: tb me desiludo com muita coisa,
mas é no sorriso das crianças que bebo esperança.
Minha solidariedade, amiga, e apenas a sugestão de serenidade, ainda que tudo pareça conspirar contra ela. Você é, realmente, o mais importante; e precisa estar em paz dentro de si mesma. Todo o resto, acredite, é passageiro. Meu abraço, boa semana.
Cara mia, quando desabas, desabas mesmo, hein, com estilo e força!
Esse deus aí que rechaças, rechaço-o eu também. Meras maquinações humanas, da pior espécie.
Para quem, como eu, chega de imerecidas férias, teu desabafo é um "soco no estômago" - clichê velho mas real.
Espero que hoje, 4 de março, as coisa já estejam, digamos, mais rosáceas pra vc, minha amiga.
Sabe? Eu seria capaz de apostar que já havia comentado esta postagem... e há um bom tempo. Espero, amiga, que o tempo (nosso eterno remédio) haja trazido uma nova perspectiva ao problema. Desculpe-me o atraso na visita e conte sempre com o amigo aqui presente. Boa semana, fica bem!
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