MOSTRANDO

SÓ PARA LEMBRAR, QUE ALGUMAS VEZES ESTOU POSTANDO NOS OUTROS ESPAÇOS DO SÍTIO, DAQUI. OU ESTOU ISOLADA EM ALGUM SÍTIO DE CÁ, FORA DO MUNDO BLOGAL.


Tenho postado AQUI ou AQUI

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Fui e voltei

no sábado e segunda, hoje.
 Eu vi :
Um velho caminhando na beira da estrada, vestido como um tipico homem daquelas regiões, calças, talvez botinas nos pés, camisa e chapéu de palha estilo vaqueiro. Nas mãos uma galho, com o qual varria o chão onde iria pisar. Um monge budista matuto ? Por que fazia aquilo ? Deveria ter parado para perguntar.
 Boiadas sendo tocadas, sol brilhando nos rios, tão vazios agora ; das margens esbarrancadas, lembrei-me frequentemente da frase de Brecht, que anda circulando nas redes : "Do rio que tudo arrasta se diz violento, porém ninguém diz violentas as margens que o comprimem.". Tanto tenho pensado nisso, não pelos motivos sociais que a trouxeram à luz, mas por meus pequenos motivos pessoais.  Festas sendo preparadas, passando rápido por cidades pequenas, e outras  pouco mais do que vilas, depois que troquei a grande rodovia, eixo sul-norte, por outras menores, atalhos,  porque me vi duas vezes seguidas forçando ultrapassagens  por exaustão de fumaças de caminhão, da lentidão, da segunda, chamei repetidamente por um Deus que não acredito, a curva se aproximando, meudeus, meusdeus e consegui espaço entre o que parecia vagões em ferrovia, ia, porque de mim precisavam, me chamaram, e porque tanto gosto desses passeios, não há porque correr riscos como os que  forcei. Gentes de muitos tipos, vistas de longe são até simpáticas. Gentes de perto, mais perigosas do que minhas ultrapassagens. Fui e voltei, eu e meus cachorros, dois deles, filhotes ainda, que não sabem ficar sozinhos, ou eu não sei mais ficar sozinha, tanto medo tenho sentido, ou, tenho envelhecido, em saltos enormes, sustos, uma antevisão de um inferno, maior do que todos os infernos onde estive em vida, nessa vida. Vi tantos velhos caminhando pelas margens das MG qualquer coisa, RJ outras coisas, BRs, mas vi também poucas mulheres idosas rindo juntas, em grupos, tres, duas, caminhando, paradas nas portas, porteiras. Jovens ao telefone, mocinhas ruidosas,  bêbados em bares, pés sujos os bares, os bebados não sei. Vi um caminhante, enxada sobre o ombro de onde pendiam duas trouxas. Na volta, 100 km adiante e  ao norte na mesma estrada, o  mesmo caminhante, seguia.  Estive em um paraíso, assim me parece, crianças brincando, alegres em suas adversidades não percebidas, só por mim imaginadas , espelho criado pelo que passei. Caminhei em trilhas nas matas, sem paisagens, ocultas na neblina do amanhecer, trombei com teia de aranha, descuidadas, elas pelas teias nas trilhas, eu olhando apenas para o chão, passei a tomar mais cuidado, abaixei-me nas seguintes, quase a rastejar, mais cuidado ainda na volta, descendo vai-se mais rápido, eu e meus filhotes, enlameados, tão felizes estávamos, pés molhados, os meus apesar das botas, no carro deixara botas de borracha e as câmeras, fui sem fotos, subi com agasalho,  desci sem, aquecida pelo movimento no frio, roupas travadas pelos carrapichos, sementes de varias espécies grudadas, força para migrarem.  Feliz, feliz. Um pai sobe alto em uma árvore para resgatar a flecha de brinquedo que seu filho perdera. Ele diz : meu pai é muito técnico, aprendeu isso no trabalho dele. Enquanto eu descansava e lia , um netinho pede a câmera, vó fiz muitas fotos lindas, muito lindas mesmo e fotografei você.  Agora, olha, com a sua, os dois,  um dois três i já,  fotos simultâneas,  fotografando. Uma Mamãe terminando a tese, outra Mamãe fora, em aperfeiçoamento profissional, outras Mamães ocupadas com os bem pequeninos ou com tarefas indispensáveis, crianças juntas lanchando pipocas com o suco do maracujá daqui,  que levei, do quintal da Vovó da praia, fogueira, brincadeiras, gritos estridentes para fazer os perus glugluzarem, disseram. Por que voltei ? Porque, como disse já por aí em páginas passadas, sempre para dizer Olá, tenho que dizer Adeus . Para abraçar, preciso me despedir, para chegar, tenho que partir, coração infinitamente partido.



.

Um comentário:

myra disse...

coracao partido...querida Tania, sei o que e isto!
teu texto e mto mto bom,
gosto mto de voce!
um gde beijo!

Seguidores