MOSTRANDO

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sábado, 24 de outubro de 2009

Voltando ao começo


Descobrindo o que é de fato globalização. Surpresa, ao chegar ao primeiro mundo e encontrar nossas lojas de 1,99



Aqui,em Reading, logo no primeiro dia, comecei a encantar-me com as flores, as jardineiras estão em todo lugar, nas ruas, nas casas.



Reading, cedo, ao seguirmos para o Sul. Violo direitos de imagem? Não sei quem são as pessoas da rua, mas imposivel fazer fotos se gente. Existem aos montes, em todo lugar.

Choque de realidade

Não vou falar os contrastes óbvios entre primeiro mundo e em casa.
É que quando cheguei em casa, na segunda a noite, bem, na terça feira, tudo estava como eu esperava, tendendo ao caos. Com a desculpa do cansaço, do fuso horario, deitei-me entreguei-me à depressão. Não porque tenha ficado chocada, mas porque, sempre, bem lá no fundo, a gente espera um milagre. Mas desejar e merecer, parecem coisas bem diferentes, portanto, ha dois dias, dedico-me a minimizar os danos da minha ausência, à saúde dos cães, do carro, higiene da casa, higiene da contas bancárias ,e sem coragem mesmo de ver as fotos e flmes que fiz. Até porque "minhas crianças" foram embora pra casa, Minas, as saudades são IMENSAS. Meu corpo sente falta do Davi ao colo, minha mente sente falta das questões do Gabriel.
Mas uma viagem como esta, promove além das descobertas óbvias, profundas alterações em quem se é, me colocou frente a vários de meus demônios, me aproximou de paixões que imaginava e acreditava superadas. Penso que, por varias condições, me infantilizou, e dura foi a luta para superar desejos infantis, como, por exemplo, pelo consumo desnecessário, ou a irritação decorrente de frustrações produzidas exclusivamente pelo processo de que falo, a recriação de desejos. O bom de tudo é, me parece, que cresci um tanto. Algumas de minhas duvidas e questões básicas, avançaram um pouquinho, o resultado é que valeu mesmo a pena.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O resgate da mala sem alça

Tessaloniki - Londres (sob chuva, mas não sairiamos do aeroporto)- Aberdeen.
Em Londres, pegamos a mala com agasalhos, separando alguns para a viagem e desembarque. Durante a viagem para Aberdeen, bem que notei que o interior do avião ia ficando mais e mais frio. Acrescentei um casaco, dois, mas nada me preparou para o momento do desembarque. Daqueles, escadinha na pista. Uma rajada de vento frio que mais parecia uma ventania de gelo. Corremos para dentro do saguão onde chegamos azuis. Pobre Bebe! Taxi nenhum queria nos levar, excesso de malas. Foi necessário aguardar que chamassem um especial, e que mostrou-se mais do que isso, um verdadeiro guia turistico. Disse-nos que a cidade tem cerca de 40 000 habitantes, que as construcões sao todas em granito e que daqui saiu o granito para a ponte de Londres. A cidade era originalmente uma aldeia de pescadores, pois está entre dois rios e o mar. Depois desenvolveu-se devido ao petroleo. Macaé da Escocia. No dia seguinte, cumprida a trajetória habitual, supermercados ( isso merece uma postagem posterior), fomos procurar capa de chuva para o carrinho. Chove horrores. Uma cidade cinza de granito e cinza de chuva. Outra surpresa, apenas um dos dois shopping-centers da cidade e muito maior do que a minha cidade de 300 000 habitantes comporta. Mas muito maior mesmo! A mesma impressâo que tive no supermercado. Mais uma vez comprovado o enorme poder aquisitivo dos cidadâos do Reino Unido. (Ai de quem chamar um escoces de ingles!) A tardinha seguimos de onibus para Findhorn. Isso mesmo, a antiga e tradicional comunidade. Desnecessario repetir as desventuras com as malas, agora sob a chuva. Mas chegamos bem, aqui estou ainda, hospedada em uma casa da comunidade, tipo "bed and breakfast", passeando sob a chuva, fina a maior parte do tempo, mas diariamente. Horror! Vizinho a comunidade fica uma base aerea de onde decolam todo o tempo os mais diversos aviôes militares. Ontem, seguidamente, mais de dez cargueiros. Que dolorosa carga levam, para o Iraque e Afeganistâo, segundo me informei. Muitas das vezes, cargas humanas, para derramar seu sangue em terras estrangeiras, sustentando a vaidade e desmedido desejo de poder de alguns poucos que se creem donos do mundo. Contradição, essa proximidade entre uma comunidade que a mais de 40 anos prega a paz, harmonia, integração, sustentabilidade, sob o estrondo constante dos motores dos aviôes de guerra. Mas nâo é assim o mundo? E até quando sera assim...

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Delphi e Macedonia


Hospedados em um camping, que oferece casas de dois quartos, completas, seguimos para a regiao do oráculo, a 1 km apenas. Apesar da quantidade de gente, de todo o mundo, sentar entre as ruinas dos templos, identificando os varios processos históricos da regiao "nao tem preço". Ficar sentada em frente a casa de banhos do gimnasium, imaginando como seria em mármores e jardins, as salas de exercicios, o templo de Atenas abaixo, ou o de Apolo acima ( onde nao se pode chegar, acesso restrito a visitação, pena),verdadeiramente emocionante para alguem que na infancia adorava ler sobre a mitologia grega. Alias, tenho mesmo muito a agradecer a esses meus filhos, que vem realizando meus sonhos. São muito melhores do que mereco. Um, levou-me a Macchu Pichu, sonho maior, em 2006. E agora, a irmã, ele e o outro proporcionam-me tudo isto. Que sejam sempre abencoados!
Visitamos, a partir de Delphi, Itheia, apenas 18 km, um balneário aos moldes das nossas cidades de praia. Gabriel diz:" como e bom estar nessa praia", que de areia, nada tem, apenas cascalho, mas o azul, é especial. Penso que deve ser aqui que aportavam os antigos gregos quando vinham para consultar o oráculo. Chegando em casa, terei muito que pesquisar.
De Delphi, seguimos para Tessaloniki, onde eles tem amigos que irão nos hospedar alguns dias. As estradas são fantasticas. Chego em Tessaloniki dirigindo, eu. Procuramos informacões, de novo ninguem fala grego, os poucos que "arranham" parecem de uma ma vontade, primeiro pensamos que deve ser porque o Felipe pode ser parecido com um Turco. Depos nossa amiga, grega, diz que são assim mesmo, rudes. Então ta! Mas uns jovens em um carro se prontificam a nos levar ate a esquina da rua que procuramos. Périplos, e aqui estamos, encontramos o amigo canadense casado com a grega, e que estiveram uma temporada hospedados em Vicosa, na casa da minha turma, no final do ano passado.
Descoberta importante: o norte da Grecia, não é Grecia, mas Macedonia. Chamar um macedonico de grego, equivale a ofensa. E ainda tem a região da Tessalia, entre Grecia e Macedonia. Como sao diferentes os sentimentos e identidades dos povos, daquilo que aprendemos geograficamente na escola ou nos jornais.
Nos diversos dias e passeios que fizemos por esta região, um dia emocionante, foi quando nosso amigo levou-nos, bem proximo, as montanhas, de onde contemplamos a baia onde ficava o porto da Macedonia, de onde partia a armada de Alexandre,e ao fundo o Monte Olimpo. Fizemos um pic-nic entre pinheiros, ouvindo o soar dos sinos das vacas num pasto proximo. Musica que deixaria com inveja muitos compositores, numa paisagem deslumbrante.
Num outro dia, apenas poucas horas de viagem, quase na fronteira com a antiga Iugoslavia (sic), nas montanhas, fontes e piscinas de aguas quentes e geladas, num bosque deslumbrante, com cascatas nas encostas das montanhas. Os seixos dos rios, de uma brancura surpreendente.
E depois, um tanto mais longe, o que levou a necessidade de pernoite em outro camping, na Tessalia, METEORA. Contemplar aquelas formacões geologicas impressionantes, visitar os monasterios, onde precisamos cobrir os ombros e usar saias (que fornecem ao entrar), coisas que precisarei de tempo para ir descrevendo, as impressões e sensacões. Algumas ate dolorosas, ao tomarmos conhecimento da tragica historia dessa nacão, de seus mártires pela crenca em um deus unico , de sua luta pela independencia e autonomia. E um pouco do que representa a ortodoxia na historia e hoje ainda. Não ha no Norte da Grecia, uma casa, uma rua ou industria que não tenha na entrada uma "capela" com icones. Nas praias, pracas publicas, em todo lugar.Durante os 400 anos de dominio turco, o que sustentou a nacão foi a religiào, proibida.
Não podia deixar de acontecer, um dia na praia. Aqui, sim, praia de areia, mar de azul-Egeu, de frente para o Monte Athos, um dia de descanso.
Treze dias passaram-se num instante. Chega o dia da despedida. Felipe e Gabriel continuam em Tessaloniki mais tres dias, eu, Davi e Ana, seguimos para a Escocia, onde ela tem a segunda parte de seu curso.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Eu, grega


Como não podia deixar de ser a chegada a Grecia foi...escandalosa. Sair do aeroporto, pegar o Metro, tudo bem, mas sair do metro, nao encontramos elevador, apenas escadas rolantes ENORMES. Com carrinho de Bebe e montanha de malas so um pouco menor. Bem, Ana sobe a escada com o carrinho e o Bebe equilibrados, chegam a salvo ao topo. Eu entro na escada com duas mochilas as costas, a direita e esquerda, empurrando a mala enorme com outra em cima e a mochila do Bebe no monte. Desequilibra-se tudo quando as escadas se formam, apoio-me contra o corrimão, num equilibrio precarissimo, e começo a intentar mentalmente que não desabemos tudo! Uma eternidade e chegamos ao topo. Ufa! Em frente ao elevador para subirmos a outra etapa, o Davi gritando de excitação, vejo no reflexo da porta alguem caminhando rapidamente em nossa direção: Felipe, exclamo. O pai do Bebe. E logo atras, correndo, o Gabriel. Estavam no andar de baixo e ouviram os gritos do Davi, subiram correndo. Tornou muito facil encontrarmos a hospedaria onde ficariamos durante a estada em Atenas. Eles, chegaram cedo do Brasil, ja estavam instalados. Bem pertinho da Acropole.
Agora compreendi porque um senhor, grego, que encontramos no avião, que disse morar metade do ano na Inglaterra, onde vivem seus filhos e a outra metade na Grecia, afirmou que iriamos achar a Grecia muito parecida com nosso pais. Raramente encontramos alguem que fale ingles, mesmo em importantes terminais de passageiros ou turismo. Se não fosse uma noção muuuito rudimentar de grego, que me permite transliterar as palavras (como lamentei não ter me dedicado ao estudo do grego quando houve uma oportunidade, e apenas ter "passado por cima"), varias vezes teriamos tomado rumo errado. O que não seria catastrofico, mas nosso tempo era curto.
Mas voltando as aventuras. Nossas instalações na hospedaria eram um apartamento de quarto, sala, cozinha e banheiro.Banheiro! Porque náo contei antes, no dartington, o banheiro era coletivo, com um Box minimo, impossivel entrar com o Bebe, para seu banho, dai que optei pelo banho dele na pia do quarto, coitadinho, parecia uma sardinha na lata, mas o espaco era seguramente maior do que no banheiro. Na casa dos amigos, onde dormiamos não tinha banheiro, teriamos que atravessar todo o jardim, a noite, enfrentar o cachorro que dormia na cozinha, que certamente iria ao menos latir e acordar as pessoas da casa ou atravessar o patio entre as casas e ir a casa dos nossos hospedeiros. E uma das noites, a cada vez que Davi tosia, vomitava. Em Atenas, um banheiro exclusivo. Oh gloria!
A Acropole, bem, é a Acropole. Andamos muito, exercitamos a imaginacao, fundamentada nos conhecimentos históricos. Depois descemos ate a velha Ágora, visitamos alguns outros templos,alguns locais onde Apóstolos pregaram aos atenienses, a noite, exaustos,ao quarto e banho longo, sem culpa pela escassez da agua europeia, afinal, eles nos tiram tanto...No dia seguinte, visita ao museu, ao meio dia, um carro alugado, onde levamos quase uma hora para encaixar a bagagem, para continuarmos o passeio.
Nao posso deixar passar em branco a alegria do reencontro dos dois irmáozinhos, na estacao do metro. De me levar as lagrimas.

"As aves que aqui gorgeiam, não gorgeiam como la"

Haviam tres motivos que me faziam ter vontade de visitar o hemisferio norte - sentir os perfumes, ou cheiros, ouvir os sons e ver o ceu estrelado. O ceu surpreendeu-me e agora entendo Gonçalves Dias. Nosso ceu tem mais estrelas. Onde fiquei, a cidade tem 7500 habitantes e estando na periferia, area rural, mesmo assim ao olhar o ceu, as estrelas são poucas, afastadas umas das outra. Ah! saudades da exuberância da Via Lactea! Os cheiros, a parte rural tem os mesmos, a cidade idem, o que muda são os perfumes das florestas, pinho, pinho e mais pinho. Os sons, ah! Os sons! Vi pela primeira vez bandos de corvos grasnando(ou crowncrowniando) pelos ceus. Lembram as maritacas, com seus sons semelhantes, porem o colorido, os verdes vibrantes das aves brasileiras, fazem um contraponto importante com o negro, sob o ceu, daqui.No mais, em que pese eu estar em um paraiso ecologico, muito poucas aves diferentes eu vi ou ouvi.
A região em que estive é referência em recuperação ambiental e estudos em sustentabilidade. A quantidade de produtos orgânicos a venda impressiona. Todas as casas que visitei e seus vizinhos teem uma horta de fundo de quintal. No territorio do Dartington Hall, em uma outra mansão do sec. XIII, funciona o Schumacher College, importante centro de pesquisa e desenvolvimento de questoes ambientais, que integra pesquisadores e promove cursos de e para o mundo todo. No entanto, me parece, falta a consciencia do "outro". Não percebem que sua riqueza se fez e se faz as custas do empobrecimento das colonias, antigas e oficiais e das não oficiais. Mesmo em um curso onde buscam conhecimentos advindos de povos tradicionais, sequer cogitam em promover reparação dos danos outrora causados a esses povos ou ao menos minimizar alguns danos. E fico com a impressão que, uma vez obtidos os conhecimentos que procuram, mais uma vez serão obtidos esses recursos, custe o que custar aos povos dos quais se servem. Como se todo o mundo e todos os povos existissem apenas para promover o bem estar de alguns. E, parece-me, sem a consciencia do mal, nem culpa ha. Uma total e autentica ignorancia.
Apos dois dias hospedadas no Dartington, finalmente os amigos dos amigos fizeram contato, questionando porque nâo estavamos em sua casa. parece que a net promoveu alguns desencontros. Então, no dia em que consegui subir minha mala, tive que desce-la para a mudança de estadia. Mas contei com o que descobri - o cavalheirismo ingles. Agora corro o risco de ficar abusada. Uma autentica "Dona Sra".
Passamos tres dias hospedados na casa de um casal, ele ingles, a esposa japonesa e seus dois filhos pequenos, quatro e sete anos, presumo. O meu ingles, sofrivel, e o dela, com sotaque japones eram praticamente incompativeis, mas no final funcionou. So que dormiamos em outra casa, em frente, questoes de espaço. As duas casas em um conjunto habitacional na periferia de Totness, e bem proximo ao Schumacher College, o que facilitou um tanto a vida da minha filha, que voltava para casa em caminhadas noturnas, cerca de 22 hs, por entre bosques, tanto num quanto no outro caso. Ainda bem que eu havia levado uma lanterna, "sei la pra que. Na sexta feira, ultima tarde, o casal levou-nos a praia. Fui no banco da frente de um carro ingles. Da para sentir o medo de ir pela contra mão... Realizei então um outro sonho: ir a praia, confortavelmente, de cachecol, casaco e botas. E, alem do mais, não tem areia: as pedrinhas são confortaveis para sentar e não grudam, tirei as botas, molhei os pes e as canelas...(hshshs) agua menos gelada do que supunha. Na praia, no litoral sul da Inglaterra, demais. Fiquei sabendo da importancia historica do lugar, onde os aliados prepararam o desembarque para a Normandia e meu filho havia me dito, antes de embarcar, que a regiao e relevo são de periodo devoniano, antes da existencia de plantas ou animais terrestres. Pedrinhas velhinhas,então.
Dia seguinte, trem para Londres, ja sabendo como me comportar, chegando, Hotel e minha filha tinha um compromisso ligado a sua pratica religiosa. Pego o Bebe e me aventuro em caminhadas pela região, empurrando o carrinho. Chic, uma 'vo inglesa.
Dia seguinte, um city-tour em Londres, naqueles onibus de dois andares, para turistas, aberto. Ceu azul como no Brasil. Aventuras e desventuras, outro tanto, como um mega-cocô do Bebe na hora de entrar no onibus, alem das sacolas de compras de supermercado, de fraldas e papinhas, todo o "tour" a tiracolo, pois o mercado fecharia cedo e não dava para perder tempo voltando ao hotel. Muuuitas fotos, do dia Londrino.
Malas rearrumadas, a sem alça ficaria com as roupas de frio guardada no aeroporto durante a proxima etapa: Grecia.


PS. amigos, as fotos, vou anexar depois. Nao sei como descarrega-las nessa maquina, tenho medo de apagar tudo, sei la, sou ANTACIBERNETICA. Assim como correçoes de acentução e pontuação

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Dartington Hall





Dias dois e tres

No dia 20 de setembro, a noite, banho tomado, catingas e cansaços descidos pelo ralo, saimos para dar umas voltas. Quase igual aos filmes. Prédios de tijolinhos, flores em jardineiras nas janelas e sacadas, lindas as floreiras penduradas em todos os postes. Lojas de 1.99, ops, 1 pound. Roupas chinesas nas vitrines, tocador de acordeon com visual punk-mendigo, numa esquina, um outro sem teto, muito chic em roupas apropriadas ao ultimo dia de verão, um bom friozinho, dorme sobre caixas de papel. Mas, nos tres ou quatro quarteirões que percorremos, apenas esses dois. Preços do que vi? Bem baratos mesmo, equivalentes ao que compraria em minha cidade.
Dormir, porque dia seguinte seguimos para Devon, sudoeste. O trem, horarios rígidos, traçamos estratégia para arrastar a montanha de bagagem, são mesmo apenas um quarteirao e meio.
Chegando na estação, minha filha pergunta à funcionaria uniformizada, qual o carro dos nossos bilhetes, ela olha, agarra o carrinho do bebe e SAI CORRENDO pela plataforma! Agarramos a montanha, conforme possivel, e corremos atras! O Bebe! De repente, folego. Ela para, fala algo ràpidamente com outro uniformizado enorme, que pega o carrinho e continua a correr. Nós, esbaforidas, com toda a traquitana, vemos o gigante entregar o bebe a alguem dentro do trem, no carrinho.OH GOD! Vou me atirar lá dentro, que se dane a bagagem, a filha, e quando percebo, estamos todos, com a montanha, no trem em movimento. Agora é colocar aquilo tudo no bagageiro exíguo e localizar os lugares. Pasmem! Nossos bilhetes, com o Bebe, é em um carro "quiet". Mas o Davi, com seu sorriso, começa a mostrar quem é! Amolece qualquer ingles!
Seguimos por verdes campos, por horas, fazendas, pequenas cidades, vemos que o trem pára apenas um minuto em cada estação, como fazer para descer aquilo tudo, planejamos quem pegará o que, a Filha ainda com imensas dores, 10 minutos antes vou até onde está a bagagem, preparo tudo para a descida, vou pegar o Bebe, o trem pára, a porta não abre, olhando em volta, descubro que eu tenho que abrir a maçaneta, apressadamente, salto, puxo meia montanha, que desaba na plataforma, e então, surpresa, meu preconceito para com os ingleses, a sisudez, a fleugma, é mito, logo um senhor puxa o restante para fora e me ajuda a equilibrar a montanha. Salva e sã na plataforma. Com coriza, nariz entupido, os dois comigo idem, tossindo. Vamos pegar um taxi, em Totnes, para o local onde eu devo ficar hospedada, já que os amigos dos amigos que iriam me hospedar ainda não confirmaram. A Filha, deve ficar no alojamento do curso. Deveria.
O Ingles do taxi, deve estar curtindo com a nossa cara. Ou ficou enraivecido com a montanha. Não conseguiamos entender um palavra do que ele falava e ele nao entendia o que Carolina tentava falar. Ora, ela ja apresentou trabalhos em ingles em congressos nos EUA, ja morou na Australia, eu entendo diálogos em filmes, poxa. Bem, mostra-se papel com endereço escrito, ele nos leva ao equivalente a uma pousada, onde ninguem abra a porta, está quase na hora da primeira aula, tentamos outra, e finalmente vamos parar no Dartington Hall. A filha faz o check-inn, ràpidamente e corre para o curso, deixamos a bagagem na recepção mesmo, enquanto sento no muro, do jardim da entrada, para dar papinha de vidrinho para o Bebe, que chora, faminto e que até então só comera alimentos naturais, organicos, preparados em casa. (alem do leite da mãe). O quarto só será liberado em duas horas.

ÓI QUI EU TO CHIC
O tal lugar, uma fazenda restaurada, do seculo XIII, que entre outros, pertencera a duas das esposas do Henrique VIII é muito bonito. Jardins... ingleses!
Pego a chave do quarto e descubro que é no segundo andar. Térreo, primeiro e segundo!
Não tem camareiro. É hostel. Hospedaria. Como vou, com o Bebe, levar tudo aquilo para cima? Levo aos poucos entre passeios pelos jardins, as coisas do bebe, e minha bagagem de mão. As malas acabam só subindo no dia seguinte. Vão ficando na recepção, onde fui buscar umas roupinhas... Mico? Again?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Uma mala sem alça na Inglaterra

Preparativos

Uma semana antes, fico sabendo que irei com minha filha mais velha à Inglaterra, onde ela deve fazer dois cursos de uma semana cada, com intervalo de duas semanas entre eles. Considerando o tempo longo, e seu filho mais novo ainda lactente, o desmame subito com separaçao prolongada traumatica, ela decide levar a Vovo para ficar com ele. Nas duas semanas de intervalo, o Papai ira com o Gabriel, encontrar-nos.
O problema: ela e o bebe estao gripados, ainda febris, ela com dor lombar, intensa, avaliada por uma fisioterapeuta, como "torção em uma vertebra", sei lá o que possa ser isso, minha modesta experiencia em medicina não me permite visualizar o que seja vértebra torcida, mas...Na véspera da viagem, fazemos uma maratona, por uma amiga homeopata, uma shiatsuterapeuta, e finalmente a prescriçao emergencial da médica homeopata de um Voltaren, caso necessário. Insisto em que talvez seja melhor que o Bebe permaneça no Brasil, ela não aceita, voltaren tomado, embarcamos. Duas mala de 25 Kg, carrinho de bebe, mochila de transporte de bebe, ( estão previstas caminhadas nas férias de 15 dias), mala com roupas do bebe, bagagens de mão gigantescas dos tres viajantes, serão locais de muito frio e de muito calor. Como simplificar? Além do mais, eu, na iminencia de pedir concordata, não posso me dar ao luxo de comprar coisas leves e apropriadas para tal viagem. Levo do que tenho. Roupas de frio pesadas.

A viagem

A filha, sem poder carregar peso, as vezes gemendo e chorando de dor ao simples movimento de respirar mais profundamente ou de tossir. O bebe tossindo, chora desconfortável. Eu, com medo de dormir e deixá-lo cair,deito-o no banco e acabo fazendo parte do percurso sentada no chão, entre os bancos, ainda bem que andei emagrecendo bastante, há 6 meses, não seria possivel.
Escala: Aeroporto de Madri
Uau! Gigantesco. O entorno, no entanto, me choca, em outro sentido. Aridez. Nem uma árvore. Nada verde, nem pastagens. Tudo ressequido. Nenhum relevo, dois morrotes, ou teriam sido isso em alguma era, cortados, com construçoes e seu (?)topo. Voo para Londres. Ao pousar, algum verde, pouquíssimas árvores, campos recortados por cercas vivas, nenhuma montanha. Pego a bagagem. Antes de sair do setor de bagagens, minha mala quebra a alça longa. E é mala de duas rodinhas... Ah! Como deve ser bom as de quatro rodinhas. Aqui estamos, Londres, uma montanha de malas, com uma sem alça.
Pensam que foi só isso? Bem, atravessamos o aeroporto, onde pegaríamos um onibus. ( A filha foi como bolsista aos cursos. Viagem de pobres.) Ela resolve comprar um suco gelado. Arrastando-se entre dores. Vou entrando no onibus, com duas mochilas às costas, um bebe nos braços, bolsa e camera à tiracolo, enquanto ela orienta o motorista no embarque das malas, sem poder ajudá-lo, me entregou o copão de suco (ou seria um balde?), o bebe agita os braços, o copo vai ao chão, bem dentro do onibus. Mico? Monkeito? Pego uma canga da minha mochila para secar o chão, ante olhar de horror dos demais passageiros e do motorista. Uma hora de viagem, e chegamos a READING, onde iriamos pernoitar, para um descanso, antes de seguirmos para o Sul. Ao sair do onibus, decidimos pegar Taxi até o hotel. O motorista argumenta que são só duas quadras, mas com a montanha que arrastamos, decidimos pagar pounds mesmo assim.
E entramos no Taxi de um Gopal. Lembram? Aquele motorista indiano, super simpático?
Aliás, desde que cheguei à Inglaterra, não vi ingleses. Sòmente orientais: japoneses ou chineses, muçulmanos e muitos, muitos indianos. Será que estou no lugar certo?
O Hotel: de uma rede internacional, porém mais barato um pouco, nào tem aqueles carinhas para ajudar com as malas. E a chave eletronica da porta, não funciona, minha filha teve que descer QUATRO vezes até que uma "chave" funcionasse.

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