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domingo, 25 de novembro de 2012

Zero

Bicho-da-mata, não precisava ser bicho do mato, fobia social, mas é assim que sou. Insisto contra a minha natureza em ser normal, ou parecer normal, com pouco ou nenhum sucesso, há décadas. Quanto mais procuro desaparecer na multidão, mais ressaltam,  parece,  minhas estranhas características. Pior, acho, e tenho certeza de que estranhos são eles, são os outros, os conhecidos como normais, adequados, felizes em sua uniformidade.  Os que seguem regras e costumes sociais, os que vivem como rebanhos, arrebanhando os seus, todos tão iguais, que hoje em dia reconheço em um que vejo, o outro e o o outro, embora ainda identifique apenas forte semelhança. Chegará o dia, quem sabe, que não mais identificarei indivíduos, apenas imagens de seres iguais. Repito as mesmas palavras, não é estilo, não é falta de estilo, apenas reforço do sentimento, da angustia, nesse inicio de madrugada, onde deveria estar festejando com meus pares e fugindo, vim esconder-me em meu quarto. Porque, ouso dizer aqui, em publico, e bom que esse publico seja pequeno, são todos loucos, entorpecendo-se em álcool, demonstrando uma alegria que não me parece verdadeira, dançando saltitantes, mulheres "  em longas e sedosas vestes, com sapatos brilhantes de altos  e elegantes saltos"  na grama, cravados no barro. Aquele barro onde eu gostaria de pisar descalça, fosse outro o lugar, fosse onde atolei com prazer. Mas é o fim dessa jornada, e quem disse que seria fácil cumprir certas obrigações que assumi. Outra, caso eu continue com essas responsabilidades, só daqui a um ano. Muita coisa boa pode acontecer nesse período. Logo, logo, esqueço o mal estar, diluído em boas lembranças. Logo, logo, outras tarefas me apontarão o quanto quero estar longe dessas tarefas.  E assim é.

domingo, 18 de novembro de 2012

Sexagenária aventureira ou metida a besta


Meus dois  netim mineirm  ficaram aqui 4 dias. Chuva.  Muitas brincadeiras, invenções. Aí chegou a hora de voltar para casa. Fui levá-los. Na rodovia principal começou o sol. Reclamaram que não foram à praia, queriam até voltar, mas sol incerto e lá no destino atividades divertidas programadas e já acontecendo, mesmo sob chuva, então seguimos. Viagem longa, sete horas pelo menos.  Alguma chuva, céu enorme ora totalmente nublado, ora nesgas de azul. Ligo de Itaperuna, onde certamente tem sinal de telefonia móvel, o penúltimo do percurso e a ajudante da casa me diz que a estrada mais curta estava transitável, havia sido "cascalhada". Sigo por mais duas horas, saio do asfalto, pego a estrada, passo por dois lamaçais, a curva  onde muita lama impedia o trafego sempre que chovia, está ótima, consigo passar, começo a subir, a cerca de 200  m da porteira, numa ladeira de 45°  o carro desliza, desliza , rebola, dança, fico preocupada com os meninos, e atolo. Sabia que deveria ter dado a volta pela outra, habitualmente mais transitável na chuva, detesto cometer erros bobos. Davi nas costas,cavalinho,  ele, que dormia, acordara assustado, 4 anos, diz que tem medo de escorregar, que não gosta de lama.  Tá, eu finjo que acredito, vi alguma vezes o menino,  literalmente, mergulhar nas poças de lama. Mãos dada com o mais velho de 6 anos, passo a passo na ladeira de piso mole, sem sequer levar a bolsa, mãos livres. Chegamos em casa. O evento, um curso de arquitetura natural, onde se constrói uma casinha  com técnicas tradicionais, adobe e pau-a-pique,  acontecendo, vamos lá, falo do meu deslize - em todos os sentidos, assim que estiverem liberados alguém irá me ajudar, me consolam, contam que na semana um expert atolou ali a Land Rover, precisaram esperar secar, me dizem para esperar, quando irá secar  não faço ideia, o céu esta em tons de cinza chumbo, mais chuva começa, o Valente lá, logo ali,  obstruindo a estrada; impaciente sou mesmo muito, deixo os meninos  e saio de fininho, ao menos pegar parte da bagagem, digo aos amigos; deixo recado à filha que não quer que eu vá, por que os rapazes irão depois, quem disse que conheço o significado de "depois".  Começo a recolher gravetos para fazer uma esteirinha sobre a lama, já saí assim de atoleiros, com fusca, coloco um pedrão na roda, para que não chegue mais ainda na valeta, no barranco, deslizando, descalça no barro, a bota, de tanta lama ficara pesada, difícil de caminhar, tirei. Descalça na lama. Passo a passo, como se reaprendendo andar de patins. subitamente  surfo no barro, desço deslizando  cerca de dois metros e pumba, quinto apoio no chão! Nem vi.  Com escassos glúteos e idade nem tanto, ainda bem que a lama estava mesmo muito fofa. Levanto, aparentemente- e felizmente- sem lesões graves, sigo, o carro sobe 1m.  Vou recomeçar a pôr apoio no solo, meu genro chega, começa a cavar para retirar a lama fofa, fazer uma trilha para as rodas em solo firme,  e assim de metro a metro, sempre na esperança de que " agora ele vai", acabamos por chegar ao topo.
Pobre do meu genro, ele agora entende o que é "sogra"  e caso comece a fazer piadinhas, terei que entender.
Mas tenho que voltar, sair de lá, cedo no dia seguinte, tinha compromissos cá, impossivel, me dizem, porque na estrada "boa"  um caminhão de material, atolara e escavando para retirar o dito, deixaram um imenso atoleiro, só mesmo com sol e depois da água escorrer, o que fazer. No dia seguinte  sigo bem mais tarde do que deveria. Ligo para casa, o que deveria fazer já não dará tempo, aproveito então para  passar devagar e conhecer lugares que só via em velocidade.Vontade de voltar. Mas sem saber onde mora meu coração, partido, digo sempre, ele mora em muitos lugares.  Cheguei. Isso tudo  pode ser chamado FELICIDADE, não fosse pelo outro lado, aquela tristeza  por sempre dizer adeus para dizer olá.

Esta foto é da estrada boa, no dia seguinte.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Estou com saudades de nem sei o que, de uma felicidade que sonhei ou desejei, de lampejos de possibilidades em meu passado, de sonhos abandonados e  enterrados , por coerência, pela impossibilidade de realizá-los. Saudades de quem eu seria ou  qualquer coisa assim, inexplicada. Saudades da convivência quase diaria com os amigos daqui, antes da onda que fez todo mundo migrar  para outras aventuras.

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