MOSTRANDO

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Tenho postado AQUI ou AQUI

domingo, 18 de maio de 2014

Sonhando o dragão



Diz-se que se deve ter um grande projeto para dar sentido à vida. Tive muitos pequenos projetos. O único grande foi "filhos". Ou o único que realizei com sucesso. Muito sucesso.  Mas penso hoje, ter e criar filhos não se trata bem de projeto, mas de injunção circunstancial. Inevitável em alguns casos.  Não que não envolva amor. Não disse isso!
 Envolve, na verdade, torrentes de grandes sentimentos em doses maciças, colossais. Desejos, medos, preocupações( e ocupações), alegrias. Até a tal felicidade plena em seus momentos exuberantes, creio que só existe ali, dentro dessa relação, e ,  sobretudo,  o tal do amor. Mas não é um projeto, pois não se desenvolve nem ajusta ao que deveria ser tecnicamente quando tem esse nome. Não acontece como planejamos. Acontece, por exemplo, que vão trabalhar longe quando crescem.  E a vida vai tomando rumos muito diferentes daqueles do projeto. Então entram outros mega sentimentos explosivos, aderentes e penetrantes , a saudade e  a tristeza  apesar da alegria...
 Acontece que monstros que se escondem sob a cama, ainda estão ali, imateriais,  ficaram, atrapalham meu sono, meus sonhos. Esses, aliás, os grandes sonhos , dispersaram-se  como nuvens ao contato com o vento  das circunstâncias. Ou do Mal. Eu vi o Mal agindo. Nós vemos, a cada dia, a toda volta.
Mas estou amadurecendo um projeto que envolvem fragmentos aproveitáveis de antigos sonhos, colados pela calda de novos conhecimentos adquiridos. Sonhando novamente, tecendo planos nas insones madrugadas, despertando para novas perspectivas e realizações. Ou serão apenas novos delírios, infundados pois que permito serem atropelados por tais ou quais circunstancias?

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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Olá amigos, bom dia!


Não sei porque não consigo completar o relato da viagem. Sei de muitos motivos. Muitos mesmo. Acontecências, que vem dificultando a conclusão da história dessas peripécias. E por isso não escrevo mais nada, para dar ordem. Mas estranho, eu, dar ordem a ou  alguma coisa . Tenho pensado nisso, e constato que pessoas mudam, e mudam muito, sim. Eu mudo, sempre e as vezes de tal forma que custo a identificar-me com quem fui em dado momento de minha vidinha.
Mas não vim falar da Patagônia. Deixo para depois. Desordem criativa. Vim falar dos meus nadas.
Eu cresci sabendo que cães e gatos são inimigos por natureza e que os gatos são as vítimas. Mentira pura !  Nenhum dos cães daqui se atreve a passar por onde a Gaa está. Não entram na cozinha nunquinha e caso estejam dentro quando ela surge, encolhem-se a um canto, tentando ficar invisíveis. Você imagina uma rottweiler encolhida com medo da gatinha, ao lado de uma, mestiça de labrador com ...diabo da Tasmânia ? A Gata é soberana em todos os espaços e os órfãos recém chegados já aprenderam. No primeiro dia.

 Apêndice: Três cãezinhos lindos e espertos, acho que, lamentavelmente, de porte grande, um amarelo, um preto, um chocolate estão aqui ainda para adoção. Foram abandonados em meu portão.   POR FAVOR

 Mas, voltando ao tema, se é que há tema

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 Bom, um dia desses, no " Recanto dos Urubus" - nome que só eu penso mas se eu explicar,  muitos daqui saberão onde é, onde essas aves tem seu nicho e onde passo quase diariamente pedalando, um lugar muito, muito bonito, a cada dia, a cada maré, vento, sol, nuvem e perto de onde passo também, do outro lado, no canal,  remando outros dias, os mesmos dias em outras horas. Já não se afastam mais quando passo,  em seus pulos desengonçados, nem voam. Apenas observam. Já entenderam  o que sinto quando os cumprimento, amigos injustiçados, que sem eles a humanidade estaria perdida, ou quase, que lhes sou muito grata. E são magníficos, aquecendo suas asas abertas ao sol, ou apenas esperando o momento de subir nos ares, a alturas mágicas,  na busca dos restos podres da morte deixados em terra. E limpando a terra da podridão insuportável e insana, que seria, sem suas existências
Tenho visto coisas estranhas, como um urubu e um gavião num ritual de esfregar os pescoços, como dizem, fazem as girafas.  Até pegar a câmera, o gavião afastara-se um pouco. Mas por ali ficou, confraternizando, um bom tempo, sem ser um estranho no nicho . Ali é onde dormem, encontram restos de pescados e ficam, como vejo,  lá nas roças por onde ando,  um grande grupo que mora perto de uma enorme "processadora de porquinhos para virarem alimentos de estúpidos", sempre nos mesmos moirões, no chão, nos mesmos lugares. Aqui, vivem defronte a uma "processadora de peixes para virar comida" dos humanos. Sempre nós, alterando, transformando e ruim, destruindo.
Também encontrei uma gaivota, na margem da estradinha como se fosse um pato, deitada . Ao me aproximar para fotografar, a pobre tenta fugir, uma pata, asa e cabeça amarradas em linha de pesca, toda emaranhada. Sem saber como fazer, passa neste instante um pescador, um senhor que se dispõe a nos ajudar, a gaivota e eu. Segura a pobrezinha e me entrega uma faca ultra afiada e pontuda e sigo cortando os fios que passavam até por dentro do bico, emaranhados entre as penas e apertando a perna, a pata do bichinho que se debatia. Sim, vi uma lingua de gaivota!  (*)  Já sangrava um pouquinho, mas desembaraçada, afastou-se, claudicando, esticando as asas e deitou-se adiante em meio ao mangue. Segui e logo depois, voltando ela não mais estava ali. A foto é de antes da "operação salvamento". Se ampliar, dá para ver os fios avermelhados, o bico preso à asa...


E, finalmente, mas não necessariamente nessa ordem, o dia em que parei para, mais uma vez, fotografar essa gangue de garças, colhereiros e esses outros que não sei os nomes, mas estão quase sempre aí. Meio oculta sob uma árvore, observava os diferentes modos de se alimentarem, os usos diferenciados e anatomia dos bicos e enquanto isso passa uma viatura da PM. Diminuem a velocidade, me afasto da árvore e mostro que é a câmera o que tenho nas mãos, afinal, o bairro vizinho, muito próximo, está em guerras de quadrilhas, tiroteios, e o motorista  acena e segue adiante. Um pouco mais tarde, em outro local, quando voltava para casa, ao passar pelo posto policial, me fazem sinal para parar...eu estava de bicicleta, levo um susto, alguma legislação que desconheço, qual infração cometi?  Ouço um tremendo sermão do policial, por ficar me expondo a riscos fazendo fotos em via publica, que eu poderia ser assaltada ou pior. Que por favor, eu não mais fizesse isso, a menos que estivesse com algum acompanhante.    E AGORA ?  


*  Costumamos, sempre que nos encontramos, meus netinhos e eu, fazer passeios de exploração e descobertas. E frequentemente ao encontrarmos cavalos, cabras, o mais velho pedia para ver a lingua do animal. Cientistazinho, ele mesmo diz que vai ser pesquisador. Mas essa, eu só que vi, que pena!
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segunda-feira, 3 de março de 2014

Dia quatro na Patagonia Andina

Nossa, já faz um tempo, tanta coisa acontecendo e os relatos atrasando. Mas continua intensa na memoria essa viagem.
Na caderneta de viagem, encontro esta nota, que trancrevo, na íntegra, antes de falar dos passeiosdo dia :

Em primeiro lugar, agradecer à Vida. " Gracias a la vida que me ha dado tanto "(  e nem sei  se o espanhol está correto, mas as palavras de Violeta Parra são recurrentes em meus pensamentos, e o que está nos parenteses não está no caderninho. E segue:) E agradecer aos meus filhos e filhas, razão e sentido da minha existência, pelo amor, carinho, cuidados e alegrias. GRATA  a voces. Vontade de ir para as ruas e ficar gritando : GRATA, MEUS FILHOS !  AMO VOCES !  A cada um e aos companheiros que voces escolheram para essa jornada na terra.
15:00h
San Martin de Los Andes
O dia menos impactante até agora ou porque até muita beleza se torna monótono. Ao pedir uma CocaCola, a atendente me pergunta se quero " sorvete". Como ? Então descubro que aqui, canudinhos chamam-se "sorventes". Ainda me impressiona as cabeleiras das jovens argentinas. Os cabelos da Tamyres aqui, ficariam como os meus em relação aos dela.. O frio intenso, em torno de 8°c, é pior com a forte ventania. O vento ruge nas árvores, nunca havia escutado som assim. O lago gelado, as embarcações ancoradas, todas a vela ou remo, ao que li, não são permitidos motores neste enorme lago.
E do caderno, mais nada.

Então tudo mudou. Andre decide seguir adiante, o objetivo é San Junin de Los Andes e até o Vulcão Lanin. Muito longe do hotel, muito mesmo para a franquia do carro " de alquiler". Vamos por paisagens belíssimas e nuvens encobrindo a região do vulcão, que fica invisível até que...O vulcão !  Metade do seu cone oculto, mas a base visível, de seus tres mil e tantos metros de altitude já é emocionante que chega... Não, não chega, quem sabe, algum dia eu consiga ir até o topo, caminhando. Tenho me esforçado para melhorar minhas condições físicas que andam um tanto precárias, mas com tais motivações... Adendo : na volta, no avião, vi a parte do vulcão projetando-se acima das nuvens. Maravilha! E burrinha que sou, não fotografei. Mas está bem aqui, defronte das retinas da memória a imagem estupenda.
Rodamos em estradas de terra perfeitas, melhores do que nossos asfaltos. Paramos muito, perfeito, os geólogos admirando as "amostras", até recolhendo algumas. André posa de fortão, segurando duas grandes  bombas, assim se chamam as rochas expelidas dos vulcões e arremessadas à distancias incríveis, nome que rendeu muitas piadas, conto depois, da bomba que levamos no avião. Piso terra que já foi magma em historia geológica recente. Confesso que me emocionei e tive que conter lágrimas por estar ali. O "peito saltou" , diriam meus pacientes.
Nova fronteira com o Chile, decidimos não atravessar e ficar ali mesmo no Parque Lanin. Boazinhas que somos, eu e Dani, demos ao Andre 15 minutos para ele seguir pela trilha que vai à base do vulcão, chovia e Miguel é bem pesado para ir ao colo. Ficamos no carro, vendo arco iris de montão, uns passos pela  trilha para fazer xixi, é deixei meu DNA  em células descamadas de bexiga no chão, na terra do vulcão," vou voltar eu sei que ainda vou voltar" e seguir e subir. Sabíamos que os 15 m iriam um pouco adiante da meia hora de ida e volta e chega ele, com três minutos de atraso, encharcado de chuva e suor, usou mais do tempo para subir e desceu correndo para compensar. Tinhamos um pouco de açucar para ceder a um europeu acampado em seu carro, daqueles dois saquinhos que peguei no desjejum, vai que, mas sem lanchinhos, ó tolos que pensávamos ser tudo como aqui cheio de postos de combustivel  e lanchonetes nos caminhos . E voltamos parando e apreciando  e na noite alta, estradas quase desertas, bifurcações sem sinalização, o GPS fica sem bateria, mas o senso de direção do André é perfeito, e ainda aprendo a me "nortear" pelas estrelas...Ou seria "sulear"?  Estou em outras latitudes, longitudes.. atitudes. E então conheço as paisagens dos lagos à noite. Os reflexos das cidades. E conheço mais de mim mesma.


Mais desse dia, vou postando AQUI

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Dia tres

"Lembrem-se do saco plástico"

No programa, uma " idazinha" ao Chile, ao Parque Puyehue, coincidência, o nome do hotel onde ficamos em Sao Carlos de Bariloche, na Argentina. Criança que  sou, eu e meus porques,  pergunto no hotel o  que quer dizer : Hue  é lugar, Puye, que se diz " puche", é um tipo de peixe. Mas no parque o que  nos atraia seriam as fonte termais. André já visitara algumas na Bolivia e eu, na Grecia, mas queríamos conhecer essas. Aduana, filas, cães farejando os carros, sustos por não encontrarmos os documentos do Miguel e Mamãesaimos da Argentina e encontramos paisagens espetaculares na zona fronteiriça.Me parecia chão de areia entre as coniferas, Andre explica que são cinzas vulcânicas, que na ultima erupção no Chile, Bariloche ficou coberta de cinzas. Visto agora, na mata é lindo. Uma extensão enorme de árvores secas. Queimadas ? ou teria sido ainda do Vulcão ?  Mas chovia, a altitude aumentando - eu estava "pilotando" um GPS técnico, aprendendo - e a temperatura diminuindo, diminuindo, 1,5°c, a chuva passa  a  ser neve, uma amostrinha, mas para mim  que nunca tinha visto, uma maravilha. Mas seguimos,  a volta seria no  mesmo dia, a aduana fecha às  20:00hs, para entrar  no Chile, muito mais rigor, até as duas bananas para o lanche do Miguel tiveram que ir para o  lixo.  E um tempo enorme nas filas, entramos. Sol ! E logo percebemos uma mudança na vegetação circundante, maior diversidade, fazendas de gado,  chegamos ao Parque e...Decepção !  As tais fontes faziam  parte de um   enorme complexo hoteleiro, não como imagináramos, locais abertos onde caminhar. O que um grupo de "bichos-do-mato" iria fazer ali ? Hortências à beira da estrada. Adiante, um rio, e paisagens bem semelhantes às nossas, de nossos rios. Estica-se o esqueleto, o pequeno caminha pelas estradas, vazias, de meias, pois recusa sapatos para desespero da Mamãe. E, frustrados, retoma-se a viagem, de volta. Uma fila lenta e enorme de carros, um tempo perdido, aproveitado para estabelecermos conversa com outros viajantes, a familia chilena logo atras de nós pergunta de onde somos,  e dizem que acabaram de chegar de uma viagem ao Brasil, à... Buzios ! Pensando que não valera a pena, André pára o carro para fotografarmos a " areia" e quem sabe,  pegar uma amostrinha, quando voa pela janela do carro uma sacola plástica. PQP  ! Não se pode deixar esse lixo num lugar daqueles, a sacola voando ao vento, Andre correndo atras, Dani segue para tentar ajudar, o Miguel dormindo no carro, tranquilo, a viagem estava dificil para ele, os dentões nascendo, sem frutas para comer, apenas biscoitos e papas industrializadas, que ele não gosta, o sono ajuda a passar, a chegar logo na comida. E correm, a sacola dandouma canseira, até que finalmente ela é pega e nela coletadas algumas amostras do solo. Ao sair com  carro, por estarmos bem devagar, vemos uma estradinha sobre as cinzas, em direção a uma  "formação rochosa". Vamos ? O carro não tem tração ...Vamos !  E subimos em direção a uma "formação rochosa" e subimos e chegamos a uma das paisagens mais bonitas que eu já vi. Mesmo com céu encoberto que não permitia avistar ao longe, o perto é magnífico ! Paramos onde a estrada passava a beirar  um precipicio, medinho, né, não sabemos com  aquele solo reage à chuva. Carro bem longe da beirada, Andre sobe até  as rochas e nós ficamos aproveitando a Beleza, curtindo o vento que quase nos arrasta, o frio,caminhando,
 fotografando.
Graças a um saco plastico fujão. A partir daí, sempre que algo parecia não ser o que esperávamos, dizíamos :  lembre do saco plastico (e de como algo que parece muito ruim pode ser a entrada para algo incrìvelmente bom)



Mais fotos desse dia, estou postando  AQUI

e REVIAJANDO  nas flores, aqui




domingo, 16 de fevereiro de 2014

DIA DOIS - parte dois

Do hotel, seguimos pelo Parque Nacional Nahuel Huapi.  Tudo ali é Parque. Até a cidade está em áreas do parque. Fazendas, casas e vilas de veraneio. Um conceito bem interessante, a população integrada com a área  a ser preservada, cuidada.   Um Parque que foi fundado em       e expandido por diversas vezes. Possivel coexistir preservação e desenvolvimento ? O diferencial seria a educação dos habitantes? Me parece que sim.
Nesse primeiro dia de passeios  foi escolhido a visita ao setor chamado " Vila Mascardi" que além      do Lago Mascardi, ainda outros lagos e a grande surpresa do dia, a cor das águas do Rio Manso. Neste setor do parque visitamos a Cascada de los Alerces - Alerces  (1)  sao coniferas  que estão consideradas como as árvores mais antigas do mundo, algumas com mais de quatro mil anos de existência. O impacto de duas cachoeiras de águas azuis turquesa foi enorme. Não pude deixar de fazer uma comparação com o Encontro dos Rios, lugar que aprecio, amo, aqui no Estado, mas infelizmente para a nossa beleza, reconheço que aquela cor de lá me encanta. Aquele encontro de rios é mesmo mais bonito, mas são os Andes...
Daí e depois de um lanche em um espaço familiar, o destino foi o Ventisqueiro Negro, um belissimo glaciar que finda entre pedras negras  num lago  esverdeado sob chuva e onde boiam enormes blocos de gelo, icebergs lacustres. Vergonha, não sei termos corretos, tanta coisa não perguntei ao casal de geólogos que me levaram, outras aprendi e muitas ainda, esqueci-me, pois preciso de varias explicações até memorizar termos e acidentes geológicos. Mas que privilégio visitar estes lugares e ainda desfrutar de lições técnicas sobre as origens daquilo tudo.
E dali ao Cerro Tronador. Enormes cascatas surgindo das altitudes, de um glaciar, e que descem virando um rio, o Manso, que de manso só a impressão que deixou nos Espanhóís que encontraram sua foz.
Subi cerca de 400m em uma trilha na mata e sob chuva cerrada, sem abrigo de chuva. Pensava: desistir, nunca, as roupas secam no carro, se gripar, saro. Se morrer por isso, valeu. E subi. Bufando. Mas olhei, escutei, senti os cheiros e a força dos elementos. Molhei  minha mãos nas águas que desciam pelas pedras roladas. ali, onde o rio se mostrava. E depois que desci, já no carro, na volta, abaixo da " linha da chuva"  percebi que ali eu estivera em contato pleno com os "reinos das águas", o ponto onde um rio se forma, dentro de um semicírculo de imensas rochas que permitem à água recem transformada em liquido se apresentar,   e sob toda a água do céu, de nuvens condensadas que se precipitam naquelas rochas geladas. O princípio.
 Senti  com muita força essa experiencia, enriquecida por outra, outro dia adiante: a formação da terra.










sábado, 15 de fevereiro de 2014

Dia Dois

O começo das maravilhas

Ainda me espanto com minha capacidade de encantar-me.
Ao ser convidada para esta viagem, pensei, como quase qualquer brasileira:  "mas Bariloche no verão?  Todo mundo vai no inverno, ver neve, essas coisas".  Mas, convicta de que qualquer viagem vale a pena, bem, diria que quebrei a cara ?  Pois minhas expectativas de "quase nada" destroçaram-se ante à beleza que vi.  Não só a arquitetura agradável da cidade, e a educação de todos, motoristas principalmente, que não  precisam de semáforos ou guardas de transito para cederem a passagem e fazer tudo fluir calmamente lá,  mas as  belezas das montanhas e lagos, rios e cachoeiras e tanto mais. Sem tempo para uma pesquisa previa fui sabendo quase nada exceto que, cidade turistica - como a que moro,  e  com população equivalente. Sabia que era frequentada por brasileiros no inverno e argentinos e chilenos no verão. Isso confirmou-se, ante comentarios de varias pessoas -"brasileiros no verão?  E por não ter ouvido uma palavra sequer em portugues.
Frio !  Muito frio. Cerca de 8 graus, às 9h da manhã. Para isso eu estava preparada, fui avisada que estávamos sob uma frente fria, que verão lá quase é como o nosso, que os lagos são como praias, banhistas, coisas assim, mas que em toda nossa estadia seria mesmo esse frio. OBAAA!!!!! E vento !  Sob sol e céu azul, ou  nuvens. O clima perfeito !



E flores, tantas flores à beira das rodovias e estradas que se fosse parar a cada jardim, a cada quadro magnífico, não iríamos seguir adiante, nunca.

Das flores que  vi ?  Algumas fotos estão   AQUI

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Foi assim

que acabei novamente em um avião...E como gosto daquela sensação de velocidade, da decolagem.

Mas a historia começa como as outras, assim, de repente, algum filho resolve fazer uma viagem e presentear-me, levando-me junto. Nessas, que fui à Machu Picchu, Cuzco, Grecia, de Atenas até Salonica, do oeste ao leste,  e fui ao norte da  Escocia,  e ao sul da Inglaterra,  Amazonia pelas bandas do Purus e agora Bariloche, Patagonia Andina, Argentina, com uma passadinha até o Chile. E lá fui, como nas  outras, sem dinherinho nenhum mesmo, passeando como se rica fosse...Péeeraí!  Mas sou mesmo muito rica de valores que estão acima de dinheiros, afinal tenho todo esse amor dos filhos e filhas.

Dia zero:  domingo, de casa à Itaguaí, onde  iria pernoitar e encontrar Neto e Mãe, para seguir de volta ao Rio, bem cedo, ao Galeão, dia um. O filho  seguira com a bicicleta dias antes, já estava até cansado de tantas trilhas, dissera ao telefone. Eu e Dani  até fingimos acreditar. Transito lento, conforme esperado, cidade em obras, maquiando-se para os jogos que virão


Tudo dando muito certo, não sei para  que tanta ansiedade, tanta tensão. Tamyres voltou com o Valente para casa, primeira vez que faz isso sozinha. Chegou em casa antes de decolarmos. Tranquila. O voo atrasou  quase duas horas.
Miguel  detesta gente. Como a maior parte da familia, aliás. Pobre menino, sofria no avião enquanto entravam passageiros, tantos desconhecidos. Sofria nos saguões e lanchonetes.  E sofria pelos dentões que ameaçavam  nascer, justo agora. E sofria pois não via Dedé Papai.  que sempre está junto no meio de gentes. Mas como é bravo esse menino ! A tudo suportou e superou. Menos sapatos... mas isso eu conto depois.
O dia um  se completa,  encontrando filho/papai/marido, a cada viajante coube um encontro, e logo um aconchegante quarto, já bem tarde da noite, poucas horas em voos, muitas em  repartições, departamentos, guichês e saguões. Aprendi um monte.
Viajar sempre é melhor. Trago em meu anular um anel, verde,  para que me lembre sempre disso, mesmo quando aqueles  sentimentos  incômodos , disfarçados como depressão ou apego ao lar me arrastam para a desistência, está lá, em meu dedo, um anel de compromisso " viajar sempre que possivel"


De Buenos Aires, apenas o aeroporto.


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