Certa vez comprei uma terra. Bonita. Linda mesmo, uma encosta escarpada e lisa onde se plantavam batatas e bananas. E plantei árvores e flores, frutas e plantas comestiveis tradicionais e não convencionais. E antevia uma vida tranquila. Mas as árvores que plantei, junto com as que deixei crescer porque nasciam e eu cuidava, despertavam, em outros, maus sentimentos.
Comprei porque quando meu pai teve sua vida arrancada num estupido acidente de carro quando ele nem na estrada estava, me deixou um pequeno legado e converti no meu eden. Era meu sonho. Vendi o sonho dele, comprei o meu.
Um dia, por estranhos misterios um movimento politico converte aquela região em parque nacional, dá titulos de proprietarios aos que continuavam plantando nas encostas, limpando terra pelo fogo e a mim, desapropriação, pois não produtora, tinha árvores e as árvores e os buraquinhos onde estão plantadas passam a ser bens do parque. Luto pelo direito a uma pequena gleba do meu sonho, que me permitam ter um pouco daquilo que comprei, investi. Adianta, pequeno fragmento do espelho partido ?
Certa vez, já sem sonhos, apenas máquina sísifica, resistindo, buscando entender aquelas coisas basicas, como criança, me perguntando tantos por ques, um dos maravilhosos filhos que tenho me mostra a casa que comprara, simples," popular" em área "popular", limites com mata, fim de rua, e me tranquiliza e me tranquilizo, quando for necessário parar de pagar aluguel, terei onde morar, com ele, tenho um quarto inteirinho em uma casa.
E o segundo raio : descubro esse mes, por acaso, na internet , um projeto de criação de um parque - reserva que engloba a casa onde vou viver na velhice. A linha limite é o muro da casa, a casa está dentro. Ela e seu terreno proprio.
Qual é a mensagem do fato, da coincidência ? Lutar ? Desistir ? Cansada da luta em uma das frentes, não fui à ultima reunião no mes passado, e terei outra da nova frente, amanhã.
Ou será que é para morar em apartamento ou clinica ?
Comprei porque quando meu pai teve sua vida arrancada num estupido acidente de carro quando ele nem na estrada estava, me deixou um pequeno legado e converti no meu eden. Era meu sonho. Vendi o sonho dele, comprei o meu.
Um dia, por estranhos misterios um movimento politico converte aquela região em parque nacional, dá titulos de proprietarios aos que continuavam plantando nas encostas, limpando terra pelo fogo e a mim, desapropriação, pois não produtora, tinha árvores e as árvores e os buraquinhos onde estão plantadas passam a ser bens do parque. Luto pelo direito a uma pequena gleba do meu sonho, que me permitam ter um pouco daquilo que comprei, investi. Adianta, pequeno fragmento do espelho partido ?
Certa vez, já sem sonhos, apenas máquina sísifica, resistindo, buscando entender aquelas coisas basicas, como criança, me perguntando tantos por ques, um dos maravilhosos filhos que tenho me mostra a casa que comprara, simples," popular" em área "popular", limites com mata, fim de rua, e me tranquiliza e me tranquilizo, quando for necessário parar de pagar aluguel, terei onde morar, com ele, tenho um quarto inteirinho em uma casa.
E o segundo raio : descubro esse mes, por acaso, na internet , um projeto de criação de um parque - reserva que engloba a casa onde vou viver na velhice. A linha limite é o muro da casa, a casa está dentro. Ela e seu terreno proprio.
Qual é a mensagem do fato, da coincidência ? Lutar ? Desistir ? Cansada da luta em uma das frentes, não fui à ultima reunião no mes passado, e terei outra da nova frente, amanhã.
Ou será que é para morar em apartamento ou clinica ?
(foto: de 2012 em uma das janelas inexistentes da casa não construida do sonho arrancado)