MOSTRANDO

SÓ PARA LEMBRAR, QUE ALGUMAS VEZES ESTOU POSTANDO NOS OUTROS ESPAÇOS DO SÍTIO, DAQUI. OU ESTOU ISOLADA EM ALGUM SÍTIO DE CÁ, FORA DO MUNDO BLOGAL.


Tenho postado AQUI ou AQUI

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Chegando em casa

Ainda não me acostumei aos ventos da região.  Fortes mesmo, algumas vezes ainda me assustam aqui. De onde venho de toda a minha vida,antes daqui,  ventos eram sempre tempestades.  E enchentes e desmoronamentos, mortes, feridos, desabrigados. Eu mesma,  sem casa uma vez, outra quase, felizmente todos bem, "perdas materiais" sòmente. Emocionais não conta. Afetivas, tambem.. Certa vez um filho, pré adolescente  à época, em uma chuvarada  poucos meses depois de termos sido desalojados por uma combinação natureza-civilização, andava pelo corredor, com uma vela - sempre cortes de luz, e me disse:  " Mãe, eu nunca mais vou ser o mesmo ".  Nem eu. Ventos fortes, décadas depois, aqui, são apenas ventos da estação, ainda não os aprendi, sudoeste, noroeste, palavras que ouvi. Mas ouço trovões, não sei se o que não ouço, o silêncio dos pássaros é pela noite que se avizinha, ou prenuncio de tempestade. Então, pequenos cortes de luz. É tempestade !
Levei  o dobro do tempo  na viagem de volta.  Ainda bem que foram solucionadas  todas as questões que  fizeram necessaria essa viagem, sempre um passeio. Apesar do trafego imenso de megacaminhões, enormes retenções inabituais para locais e horários.  São percursos que conheço bem, Segunda feira, meio da tarde, após o almoço, o dobro do tempo, horas paradas e eu calma. Exceto, lógico,  a revolta com os " passantes do acostamento ".  Rogo pragas, chingo, até pela janela, faço gestos obscenos  e hoje cheguei a arremessar uma garrafinha pet para assustar o "piloto de acostamento" . Ixe!  Que a viagem foi calma. Imbecis me transformam num monstro. Ainda bem que vinha de dias de problemas bem resolvidos, uma enorme satisfação interior e exterior, pois me peguei sorrindo, coisa tão rara longe dos netos.
E depois, na estrada tranquila, já perto de casa, um arcoiris  e depois outro  e uma nuvem iluminada por cores, não em arco, mas ramos coloridos, nunca vi.  Tinha que compartilhar..

 Queimavam pneus ou algo assim na beira da rodovia, mas nem tão distante, menos de 100 km  comecei a ver outro céu.

(  Gente!  Ainda trovões,ao longe, ao sul,  mas ao poente o céu todo dourado, que se reflete pelas vidraças e chão molhado   e AAII !!! de repente o ceu explodiu num gigantesco trovão  de fim de mundo, mas foi rápido, a luz do Humano  permaneceu )

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sábado, 1 de dezembro de 2012

Depois de postar até sobre comida, resta o que ?

Não,  ainda não ao nível do que me ocorreu enquanto digitava a frase do título. Mas apenas contar sobre trivialidades.
Faz hoje uma semana  que um pequeno acidente/incidente  me fraturou o 5º pododáctilo esquerdo - e com direito a fotos. Como o dedinho e seus vizinhos  já são tortos mesmo, sem "eixo"  optei por não imobilizar. Mesmo com esparadrapo, afinal, neste alto índice de umidade  onde habito, associado  a areia - seria areiidade, ou isso remete à essência da areia em si, divagações, vamos ao que importa, a historia , microhistória, de meu cotidiano. Bem, muita água, areia, no meu ecosistema, me fariam ter que remover o complexo tala-esparadrapo toda hora e isso poderia torcer o dedinho e doer.   Abre" janela " :  aconteceu em um evento profissional, onde eu estava no fim de semana, e onde não gosto muito de ir, e pela segunda vez, às vésperas  da viagem que me leva ao local do  seminário, minha autoimune doença do eu-me-odeio  se manifesta, visivelmente, imenso edema inflamatório  de mucosas , principalmente na boca, edema facial unilateral, parecendo " dente inflamado" e dores, em todas as articulações do corpo, essas, frequentes, cotidianas, nem muita importância têm.  Pelo estético, assim como pelo funcional, sucumbi, e já iniciei viagem tomando anti inflamatórios da alopatia. é, amigos, eu certamente teria que falar, expor minhas ideias,e  como, sem poder abrir a boca ?  Meu subconsciente manifestando-se na matéria , meu espirito obrigando-me  a calar onde eu sou voz discordante, distoante e solitária. Tomei remédios. Eu não uso drogas, apenas princípios ativos de plantas. Mas não daria tempo, eu precisava de ação rápida. Funcionou. bastante bem, "cara pouco inchada"  E  o dedinho pouco doeu.  Chegando em casa, na segunda feira, sem drogas, afinal, o trabalho a fazer, cuidar de coisas e mais coisas para facilitar a vida de quem facilita a minha, era mais fácil, embora eu deteste obras e construções, tem coisas que detesto mais. O tortinho começou a doer forte na terça e dói, e dói. Até para dormir.Tomar outras medidas, eu sei. Tala.  Moxa. Dirigir menos, a tal da embreagem, tem um pedal que parece que perfura o pé. Eu nunca tinha notado.

Foto  1 -  o dedinho
Foto  2  - a areia





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domingo, 25 de novembro de 2012

Zero

Bicho-da-mata, não precisava ser bicho do mato, fobia social, mas é assim que sou. Insisto contra a minha natureza em ser normal, ou parecer normal, com pouco ou nenhum sucesso, há décadas. Quanto mais procuro desaparecer na multidão, mais ressaltam,  parece,  minhas estranhas características. Pior, acho, e tenho certeza de que estranhos são eles, são os outros, os conhecidos como normais, adequados, felizes em sua uniformidade.  Os que seguem regras e costumes sociais, os que vivem como rebanhos, arrebanhando os seus, todos tão iguais, que hoje em dia reconheço em um que vejo, o outro e o o outro, embora ainda identifique apenas forte semelhança. Chegará o dia, quem sabe, que não mais identificarei indivíduos, apenas imagens de seres iguais. Repito as mesmas palavras, não é estilo, não é falta de estilo, apenas reforço do sentimento, da angustia, nesse inicio de madrugada, onde deveria estar festejando com meus pares e fugindo, vim esconder-me em meu quarto. Porque, ouso dizer aqui, em publico, e bom que esse publico seja pequeno, são todos loucos, entorpecendo-se em álcool, demonstrando uma alegria que não me parece verdadeira, dançando saltitantes, mulheres "  em longas e sedosas vestes, com sapatos brilhantes de altos  e elegantes saltos"  na grama, cravados no barro. Aquele barro onde eu gostaria de pisar descalça, fosse outro o lugar, fosse onde atolei com prazer. Mas é o fim dessa jornada, e quem disse que seria fácil cumprir certas obrigações que assumi. Outra, caso eu continue com essas responsabilidades, só daqui a um ano. Muita coisa boa pode acontecer nesse período. Logo, logo, esqueço o mal estar, diluído em boas lembranças. Logo, logo, outras tarefas me apontarão o quanto quero estar longe dessas tarefas.  E assim é.

domingo, 18 de novembro de 2012

Sexagenária aventureira ou metida a besta


Meus dois  netim mineirm  ficaram aqui 4 dias. Chuva.  Muitas brincadeiras, invenções. Aí chegou a hora de voltar para casa. Fui levá-los. Na rodovia principal começou o sol. Reclamaram que não foram à praia, queriam até voltar, mas sol incerto e lá no destino atividades divertidas programadas e já acontecendo, mesmo sob chuva, então seguimos. Viagem longa, sete horas pelo menos.  Alguma chuva, céu enorme ora totalmente nublado, ora nesgas de azul. Ligo de Itaperuna, onde certamente tem sinal de telefonia móvel, o penúltimo do percurso e a ajudante da casa me diz que a estrada mais curta estava transitável, havia sido "cascalhada". Sigo por mais duas horas, saio do asfalto, pego a estrada, passo por dois lamaçais, a curva  onde muita lama impedia o trafego sempre que chovia, está ótima, consigo passar, começo a subir, a cerca de 200  m da porteira, numa ladeira de 45°  o carro desliza, desliza , rebola, dança, fico preocupada com os meninos, e atolo. Sabia que deveria ter dado a volta pela outra, habitualmente mais transitável na chuva, detesto cometer erros bobos. Davi nas costas,cavalinho,  ele, que dormia, acordara assustado, 4 anos, diz que tem medo de escorregar, que não gosta de lama.  Tá, eu finjo que acredito, vi alguma vezes o menino,  literalmente, mergulhar nas poças de lama. Mãos dada com o mais velho de 6 anos, passo a passo na ladeira de piso mole, sem sequer levar a bolsa, mãos livres. Chegamos em casa. O evento, um curso de arquitetura natural, onde se constrói uma casinha  com técnicas tradicionais, adobe e pau-a-pique,  acontecendo, vamos lá, falo do meu deslize - em todos os sentidos, assim que estiverem liberados alguém irá me ajudar, me consolam, contam que na semana um expert atolou ali a Land Rover, precisaram esperar secar, me dizem para esperar, quando irá secar  não faço ideia, o céu esta em tons de cinza chumbo, mais chuva começa, o Valente lá, logo ali,  obstruindo a estrada; impaciente sou mesmo muito, deixo os meninos  e saio de fininho, ao menos pegar parte da bagagem, digo aos amigos; deixo recado à filha que não quer que eu vá, por que os rapazes irão depois, quem disse que conheço o significado de "depois".  Começo a recolher gravetos para fazer uma esteirinha sobre a lama, já saí assim de atoleiros, com fusca, coloco um pedrão na roda, para que não chegue mais ainda na valeta, no barranco, deslizando, descalça no barro, a bota, de tanta lama ficara pesada, difícil de caminhar, tirei. Descalça na lama. Passo a passo, como se reaprendendo andar de patins. subitamente  surfo no barro, desço deslizando  cerca de dois metros e pumba, quinto apoio no chão! Nem vi.  Com escassos glúteos e idade nem tanto, ainda bem que a lama estava mesmo muito fofa. Levanto, aparentemente- e felizmente- sem lesões graves, sigo, o carro sobe 1m.  Vou recomeçar a pôr apoio no solo, meu genro chega, começa a cavar para retirar a lama fofa, fazer uma trilha para as rodas em solo firme,  e assim de metro a metro, sempre na esperança de que " agora ele vai", acabamos por chegar ao topo.
Pobre do meu genro, ele agora entende o que é "sogra"  e caso comece a fazer piadinhas, terei que entender.
Mas tenho que voltar, sair de lá, cedo no dia seguinte, tinha compromissos cá, impossivel, me dizem, porque na estrada "boa"  um caminhão de material, atolara e escavando para retirar o dito, deixaram um imenso atoleiro, só mesmo com sol e depois da água escorrer, o que fazer. No dia seguinte  sigo bem mais tarde do que deveria. Ligo para casa, o que deveria fazer já não dará tempo, aproveito então para  passar devagar e conhecer lugares que só via em velocidade.Vontade de voltar. Mas sem saber onde mora meu coração, partido, digo sempre, ele mora em muitos lugares.  Cheguei. Isso tudo  pode ser chamado FELICIDADE, não fosse pelo outro lado, aquela tristeza  por sempre dizer adeus para dizer olá.

Esta foto é da estrada boa, no dia seguinte.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012


Estou com saudades de nem sei o que, de uma felicidade que sonhei ou desejei, de lampejos de possibilidades em meu passado, de sonhos abandonados e  enterrados , por coerência, pela impossibilidade de realizá-los. Saudades de quem eu seria ou  qualquer coisa assim, inexplicada. Saudades da convivência quase diaria com os amigos daqui, antes da onda que fez todo mundo migrar  para outras aventuras.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

UM

E assim começa uma nova historia. Que não é nova, mas apenas recomeços,  e de renovada  só contem alguns elementos, cópias ativas, ou quem sabe desbotadas,  de outros entes. Mas o que existe de novo sobre a Terra ?  Se todo pensamento já foi pensado, se toda palavra e seus conjuntos já estão escritos ?  A novidade consiste em encontrarmos a coincidência dos fatos e relatos. Mas se também estas, já nem mais são co-incidentes, mas metáforas  vivas de realidades inexistentes, sonhadas, imaginadas e até cogitadas ?
Relato então  como únicas, porque são unicamente minhas  acontecências  e repetecências que me assolam os pensamentos, as angustias, o querer saber o que está acima de minhas possibilidades, ou porque apenas, na verdade,  não são nada alem de jogos daquele que se autointitula Criador Senhor de respeito e subserviência  e que por suas regras, impostas pelo medo que determina adoração, é certamente também o criador de todo o Mal. Depende apenas do modo de olhar. Mas que covardemente, diz que deu ao seu criado criatura um tal dom de liberdade  e este sim o pequenino, usa este dom e produz o mal. Como se possível fosse quem nada sabe criar algo tão grandioso como a maldade sobre a Terra. Então surgem explicações, justificativas, mas nada que diz do quanto somos capazes  e o tal, o grande e superior  esconde-se por trás de seus semelhantes assim criados e atribui a tais dissidentes aquilo que de si emana..Como se fôssemos capazes de co-criar o mal . E  o bem tratando-se apenas da submissão, mas não nossa criação.
   Revolta luciferina, a luz em  seu nome ou então, quem sabe, condenação eterna a este jogo em rodas que se promove reencarnando para aprender nem se sabe o  que, o tal bem viver, que por não  saber, nem sei se vou gostar de sentir.


( texto em construção, dependendo de revisão  e aguardando continuação )

domingo, 7 de outubro de 2012

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

COTIDIANO PANFLETÁRIO MIRABOLANTE

Ninguém em minha casa, exceto eu. Sem possibilidades de viajar para lugar algum, por falta absoluta de recursos dos necessários nesse modo de vida que escolhemos - e eu escolhi, eu sei.
Senti fome, fiz o que queria. Meu dia amanheceu muito cedo, hoje, como em muitos dias e já fiz muita coisa, em casa e fora, na rua, rodoviária, e no jardim/hortaemvasos



Pure de abacate - do sítio de meus filhos - temperado com sal, daqui da região onde moro  e limão, também do sítio. Farofa com pimenta  - "importada" industrializada. Camarões que estavam na geladeira, adquiridos diretamente de produtores aqui da região, sem passar por intermediários - e/ou  medidas de contrôle - temperados com limão - do mesmo, do sítio -  salsa e cebolinha, da vizinha, escambos usuais. Para beber, já tendo usado ao desjejum  meu guaraviton com ginseng do qual sou adicta  desde que superei a dependência de CocaCola, com uma breve incursão ao guaraná industrializado, hoje, num esforço para uso de doses menores do guar... tomo  suco de laranjas do sítio. Não me venham falar do guaraná  natural, eu sei, eu sei mas,   blérgh, detesto aquilo em suas varias formas e apresentações e misturas, gosto de terra amarga e saibam, quem ainda não sabe, não gosto de cerveja, porque é amarga. Este sabor só como medicamento, como prazer, não dá. E notaram certamente que me chegou aqui recentemente uma sacola "do sítio". E já sabem  que não tomo café, detesto o gosto e o cheiro do café, mas bem que gosto de um estímulo a lá cafeína, daí esses refrigerantes.
Pensam que estou "tomando jeito", fazendo a comidinha para o almoço ?  Parece, n'é, , mas o relógio mostra que não é bem assim, não.





















Então eu fiz pão. Desmedida como sempre, fiz  muito.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

CASA DA FLOR

Pedalo um pouco, caminho, fotografo, observo, ouço, recordo,  tiro poeira, invento poeiras, cuido  de horta e jardim em vasos e cuido de horta e jardim em terrenos que  "invado", brinco com netos e neta, fico  com eles por necessidades dos pais ( e meu grande prazer), cuido de cães e sou cuidada por eles. Invento mudanças, de casa  ou dentro de casa. Reformo, reciclo, reuso, consumo conscientemente, quase sempre, cuido  de minimizar meu lixo e o da minha casa, planto árvores, brigo para que não cortem árvores, que não se destruam ecosistemas, faço crochet e bordo um pouco, tricoto, em lã e língua, remendo e cirzo, me alimento, de forma  muito pior do que deveria,  até cozinho um pouco, não gosto de rotinas, creio que emburrecem o ser, uso drogas na tv  e algumas vezes na internet, nem sempre fecho os olhos e os ouvidos ao que não presta. A boca, não fecho muito. Seja para comer, seja para falar. Nariz, nem pensar. Desde esses teclados em rede  perdi um pouco do controle dos meus dedos, muitas vezes eles teclam diretamente o que  penso  sem passar pelo super ego ou outros instrumentos de controle.

Pesquisando a região onde vim morar, geográfica, histórica  e politicamente, descubro sempre coisas muuuuitoligaisss!!!
A CASA da FLOR  atualmente  ponto turístico  em São Pedro da Aldeia, município vizinho  e ex distrito  de Cabo Frio, é uma pequena construção, minúscula mesmo, feita em estuque por Gabriel Joaquim dos Santos, em uma pequena colina, próximo ao terreno onde moravam seus pais, construída e decorada permanentemente , durante cerca de 60 anos, com materiais encontrados na região. Lixo. Obra prima. Arquitetura espontânea. O guia excelente, é sobrinho do sr Gabriel. Parece o próprio. Foi difícil encontrar o local, faltam placas de sinalização, mas pergunta aqui, ali e cheguei. Não só eu. Lá encontrei um outro grupo  de visitantes, e antes de sair já chegara outro. Deve ter em GPS, mas sou meiomuito arcaica.

Mais sobre esta  obra e seu criador, encontrei aqui, neste excelente site
  casa  da flor   de  onde transcrevo  :

"Aquelas flores é feita com caco, de telhas, é um coisa mais forte, caco de pedaço de pedra, porque quero fazer que fique aí, não se desmanche. A chuva bate, lava, é sempre, é uma sempre-viva aquilo."

Mas tem muto mais da obra e do pensamento do Gabriel, no site.
E  mais fotos do meu passeio, um ou outro comentário do que vi e ouvi,  AQUI,  no RE(VI)VENDO e no  " cozinhas...  "

" A  casa  depende do espírito, é uma casa espiritual."

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sábado, 8 de setembro de 2012

Continuo

sendo  compulsiva.
 Tive  que reduzir  minhas pedaladas  por avaria do corpo físico  da ciclista e da bike.  O ente  de rodas já está recuperada.  O   de pernas e cabelos brancos, ainda demora. O medo  é o pior inimigo. Fiquei  sem saber se alguns novos sintomas foram  decorrentes das bicicletadas ou do acaso.
 Hoje fui à praia  em pleno fim de semana grande.  Minha praia deserta o ano todo  fica coberta por  toda sorte de tralhas de praia alem de muuuuuita gente  mesmo. De pé não  se conseguia ver nada além dos guarda sóis, por aqui todos brancos, nem ao menos a possibilidade de ondas de cores. Sentada, da para ver nesgas do mar.  As meninas que nem meninas são mais, queriam ir a praia e com o bebê, as praias boas são muito distantes e sem infraestrutura... É, os quiosques e suas traquitanas também facilitam a vida de uma velha e seu neto-bebê.  Ou,  da lição de cada dia,  em busca da perfeição, em  mim, aprendo  que a perfeição das coisas é conter em si a totalidade. O bem e o mal.

O  exercício da paciência.  A horta que faço, longe daqui  30 km, tem  me  ensinado muita  coisa.  O  tempo  de limpar o chão,  que nem posso chamar  de solo, apenas restos degradados  de construções humanas, pedras, areia, pedaços de concreto, algum barro, preparar  a terra, gradar, arrancar torrões de raizes, rizomas de um mato que foi inicialmente aparado, para saber onde pisava, adubar, semear, retirar  pedras e pedaços de cerâmica, numa especie de arqueologia contemporânea. Há um tempo para esperar, não posso atropelar, semear ao mesmo tempo que adubar.  E depois ainda esperar brotar, crescer, transformar a paisagem. Ao ritmo do sol, das águas, da terra, do vento.  Ao som do canto  das aves.
O  que fazer das pedras ?
Já muitas vezes fiz isso, de um terreno degradado, extrair um jardim. Mas dessa vez, o dono da terra não gosta de flores, diz que são inúteis, assim como gramados, que apenas retiram recursos do planeta para nada. Por mais que eu desenvolvesse argumentos em prol da estética,dos prazeres dos sentidos, será mesmo impossível transgredir esses conceitos.  Como sempre introduzi frutas e hortaliças em meus jardins de flores, dessa vez as flores terão participação mínima, mas aqui e ali, entre caminhos para velocípedes e carrinhos, entre canteiros de formatos não convencionais, encontram-se pequenos pátios de  areia e barro para brincadeiras e algumas plantas aromáticas e flores medicinais. Em planos e em realização. De três em três dias, que visita demorada de sogra e mãe diariamente, ninguém mesmo merece. E eu tenho que esperar o dia. Amanhã.

( abóbora  e milho,  dois dias atras, sexto dia das sementes  na terra )

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domingo, 2 de setembro de 2012

A desmedida - a HYBRIS

O  ERRO

Procurar  evoluir,  é  como somos massacrados desde que nascemos.  Crescer, comer, sobreviver, reproduzir, secretar, produzir  e antes de morrer, evoluir.  Senão, desde que se descobriu a morte  e com ela o provável alem morte, que se pensa no bem viver, pelo menos lá, se aqui não pode ser.
Tenha como Deus Jeová, Krishna, Maomé, o Mercado,  todos apontam que deva ter um sentido para tudo  e portanto  uma evolução  e como sabia Aristóteles, o bem é algo  que a todos convém ( em minhas palavras)
Portanto, erro só como lição a ser aprendida, portanto um bem  a ser evitado.  Ou não ?  Uma lição é um bem, o erro é uma lição, logo...Ou não ? Evolução ?
Aprendi  de minhas leituras de clássicos que o mal também não existe em si. É apenas algo gerado pelo bem- deus  e que deve ser evitado.  E tome monte de regras que ninguém ou quase ninguém, segue,  sequer os pastores de todos os níveis e seitas, esses talvez menos do que seus fiéis, pois como o nome diz, estes são fiéis, ovelhas crentes e confiantes na voz de seu líder,  Pastor, Padre, Pai, Papa.  Esses talvez por saberem mais, não mais tem fé.
Se o mal é apenas o bem visto de outra forma, e tantas metáforas ouvi, tantas lendas li de Livros Sagrados que apenas me confundi.
A desmedida ?  Como não se empanturrar  de chocolates ou alguma delícia ?

o TAO

Ou  sou  mesmo  bipolar.  Não !  Multipolar. 



Quem  me conhece  e até quem me visita  aqui, certamente percebeu  minhas flutuações de ânimo, de humor;  ora estou empolgada com alguma coisa, fazendo projetos, ora  deprimida, enrolada  em posição quase fetal assistido repetidamente os mesmos epsodios  de seriados americanos, e tomando refrigerante, sem sequer comer. Pelo menos o  que tomo agora é guaraviton, assim, sem propaganda. E  de guaraná, essência natural, dizem,  sem gás  e com  o tal ingrediente estimulante, cafeinal  que  me permite  alongar  os músculos  doloridos sempre. Foram  quase trinta anos  de adicção  à coca cola,  interrompidos há  poucos anos, eu já blogava,  mas substituídos, algo assim como aqueles adesivos  ou balinhas para fumantes.
Falar  em  dor, assumindo  a realidade, tenho  feito trabalho  corporal  pesado. Não aquele de academias, respeito  quem gosta... (respeito?  de boca p'ra  fora...) mas realizando  coisas,  faxina  em casa  com troca  de posição dos móveis, carregar  caixas  e mais caixas para guardar, tirar caixas e caixas de onde estavam, para que entrem as outras  e ao final  todas fiquem bem  guardadas, são livros, os  que chegaram, são do filho  que vai "morar fora"  um ou dois anos, as outras, que estavam ainda sem abrir desde  a mudança para cá  e desde  quando descobri os efeitos da maresia sobre as coisas, que acabei optando por deixar boa parte dos livros guardados em caixas com antimofo, antibarata, antitraça, em um quarto  bem sequinho aqui da casa,  mas o assunto era o efeito  do trabalho  muscular  sobre as dores "autoimunes". O fato é  que aquela dorzinha  de abaixa levanta, flete estica, etc, é ótima para reduzir as dores fortes do emperramento das artrites, miosites e tantas ites que me assolam.  ( e alguém ganhou sozinho  mais de vinte milhões da mega sena, ouço agora na TV, a quina já  me aliviaria, as dores do bolso vazio...) 
Há  três  ou quatro semanas,  sem conseguir seguir  minhas regras de felicidade, e por muitos motivos  e fontes e ofensas recebidas ( e aceitas) ,  irada, raivosa, cheia de autopiedade, dolorida,  indo então  à casa  de um filho  cuidar das  plantas  do seu jardim enquanto seus donos viajavam, cuidar de plantas me faz bem, sempre,  decidi " invadir "  o terreno ao lado,  que também é dele, mas que ainda não foraefetivamente ocupado exceto por algumas mudas de fruteiras que plantou assim que adquiriu o terreno - o lote - mas que estava tomado por um mato tipo gramínea, rizomas (  quando Deleuze invadiu  minhas referências mentais para essa palavra ?)  , um mato alto, bem mais  alto do  que eu sou (???)   sufocando tudo  que lá  havia.  Botas, luvas de couro, chapéu de palha, facão, tesoura de mato, sacho de duas pontas, podão de cabo longo  e adentro  a mata. (  Cercada por um muro  de 2 metros.)  Como sou feliz ! 
Entre aranhas terrícolas, alguns outros insetos, felizmente  sem acidentes, traumáticos ou peçonhentos,  mas com poucas horas/ dia de terapia  na terra  fiquei  bem,  dos meus males  do corpo e da alma.  Ainda dói, mas é diferente. Extraindo rizomas  da terra, introduzindo sementes. Sempre precisei disso. Desde criança  brinco  de sítio, invado terras.  Quando  voltaram de viagem, pedi permissão para continuar  me tratando lá.  Concedida, mas o filho diz  que fica   constrangido  de me ver capinando e plantando e se sente culpado - está  de férias-  sem capinar também. Mas tem o bebê.  Lógico ! Agora o filho vai ter que aprender a me respeitar,  a capina é minha, fazer canteiros e horta  também. Como  o quintal é dele, é o dono da terra,  só vou lá duas vezes por semana, caminho  do meio, o Tao, mas plantei abóbora, mamão , chuchu,  tomate cereja e alguma couve;  já tem lá dois mamoeiros sobreviventes que plantei de outra vez que ele viajou;  plantados por ele,  acerola, goiaba, jabuticaba pequenininha e já produzindo, carambola, laranja, mirradas,  asfixiadas pela sombra e pela falta de umidade.   Varias mudas de aipim, plantados por ele e quase sufocados no mato  e abacaxi  quinze mudas que plantei,  idem. Tudo limpo, agora, preparado para crescer. Muitas pedras tiradas da terra  estão alinhadas em beiras de caminhos imaginários  imaginados  para velocípedes. Miguel está com quase 6 meses. Seu pomar e horta - jardins vão crescer juntos com ele .  Preparo agora leiras formando  caminhos  e ramas para batata doce, alem  de local para banana prata, duas moitas de bananeiras, vou levar mudas daqui de casa. Amanhã é dia.  Exercito  a paciência, item tão em falta  em minha vida. Trabalhei toda a vida  em emergencias, sou boa disso.  capinar, revolver e adubar  a terra, descarregar a raiva, enterrar, estercar, fácil, avante, empreendimento,  ter que esperar dias até plantar as sementes ou mudas, calma, esperar mais ainda  que germinem, paciência, que  cresçam. Como  é bom isso. Contemplar. Meditar. Medita-ação.  Amanhã é dia. Terapia.
 Ontem colhi aqui em casa do que plantei quando me mudei, bananas, partilhei um cacho...Também o mamão. Partilho sempre com as aves ( e mamíferos voadores frugívoros), os filhos e netos, noras e genros filhos são,   e os vizinhos.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Novo ?








sujeira no paraiso

Fiquei  pensando  se Deus não  se esqueceu  de expulsar os humanos do paraíso,  e por que permite que estes (nós - ó  horror, incluida estou nesta espécie )   detonem o Belo  blablabla
 ou por que então  que deixou  mostras de paraíso para quem não merece estar lá ?
É o seguinte, violando  minhas diretrizes para a felicidade,  fico irada, definitivamente  com coisas que sei não terão solução, por tanto  que a maior parte da humanidade é mais do que estúpida  mesmo  e deixa  numa  praia dessas,  garrafas pets, embalagens  de comidas diversas, o sempre encontrado nesses conjuntos,o  saco plastico  e até um enorme e nojento cocô. Como perdoar  e amar  essa humanidade ?  Reprovada estou então...Como eles ?

domingo, 26 de agosto de 2012

Fácil, assim.

É  tão simples  a receita para  a felicidade.
Assim:
*Ame  sem esperar ou desejar  ser amado.  Amor somente.
*Ação, faça sem esperar recompensa ou agradecimento. Ação pela ação  e não por  seus frutos.
*Perdoe,  não importa o quanto nem quantas vezes foi ferido, perdoa. Inclusive e primeiro  a si próprio.
*Nada tema.  Sem medos ou preocupações.



Agindo assim, a felicidade é certa. Não mais angustias, ressentimentos, nada para obnubilar a alegria.
Por que eu não consigo ?

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Espirais ?




Nada do que percebo é novo, tudo já foi observado, estudado, sobre tudo existem milhares ou centenas de interpretações, concepções de causas e consequências  e até algumas buscas dos fundamentos. Mas eu nada aprendo.
A natureza já demonstra essa lição, as flores surgem sempre na mesma época, no mesmo mês ou quinzena. Os pinguins e baleias aparecem mortos na mesma praia na mesma estação, no mesmo mês. Ano após ano.  Desde quando ?  Porque um belo mês, ou dia, ou ano, as plantas mudam sua data de floração, outras surpreendentemente  florescem duas vezes.   E eu não percebo tais coisas em mim. Tais mudanças significativas. Sempre as mesmas pontas de faca, esperando meus murros,  meus urros. Sempre a mesma revolta, a duvida em duvida dela mesma.

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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mirra

Planta oriental, cuja resina  tem poder medicinal como adstringente, antibacteriano; foi usada no antigo Egito para a mumificação  e seu óleo essencial é ainda a base de muitos perfumes.  Foi um dos três presentes que os Reis Magos levaram para Jesus
Esta duas fotos são de arbustos ainda,  de Mirra que crescem na casa de minha filha mais velha. São vários, plantados pelo terreno  o que faz com que tudo a essa época tenha um perfume diferente no ar, alem do brilho das flores. Florescem em julho, mês do aniversario dela. E foram fotografados aqui exatamente no dia, este ano.

( Fotos de 2011  AQUI  )


 Esta é minha mirra mirrada, que cresce em vasos, alguns, aqui em casa.
  Ali, atras do vaso preto com terra. Florescendo agora em agosto.
Deste vaso  que só tem terra  e novo adubo, colhi  hoje  cedo  cúrcuma, a partir de três raízes que ganhei ano passado, sendo que plantei uma  aí, dei outra para a filha mais velha  e outra para um amigo  que gostam de plantar e colher e cozinhar...
À  esquerda  a cúrcuma que ganhei esta semana da mesma amiga que ano passado me deu um pouco da que tinha. No pote, minha colheita de um vaso só.



 e ainda tem o mamão, um pequeno e três  grandes, serão suficientes para  a semana.

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domingo, 19 de agosto de 2012

Boa noite !

Vamos lá




Quando eu era criança, havia um tal " nó nas tripas "  que nos aterrorizava.  Era assim : " Cuidado, se comer isso pode dar nónastripas"  ou  ' Pra dentro, a friagem pode dar nónastripas... Ô medo ! Mas para sempre o medo é essa coisa assim irreal,  mesmo que com causa ou razão aparentes,  ele não  se funda  em nada, pois  que apenas é um exagero  de sentimentos, de apegos, da vaidades.  Esses sim fundados no ego, estrutura  criada  e reforçada pelas correntes psi  fi .
O bom da manutenção desses diários, sejam os da era pre-blog, seja este aqui, virtualmente público, exposição de triste figura, da triste figura  em que muitas vezes me torno, por lutas comigo mesma, é perceber que pouco avanço  nos processos que  se diz por aí devam ser os indispensáveis à evolução do meu espirito, de todo espirito, já que segundo ensinam, sou Participante do criador, e por isso , isso é obrigação. Kantiana. Kármica.
( Repito palavras, não como erro, mas estilo, entendam-me, não me julguem e sobretudo não me crucifiquem. Medo cristãomente transmitido e ensinado como meta final, o Amor Redenção.  E também crio palavras quando não as encontro satisfatórias, claras, explícitas. )
Reflexão  compartilhada.  Exposição de pseudo contradições, os dois lados, opostos, são a moeda. E se gira, percebo uma esfera  e se mais percepções eu tivesse, multiplas ou exponenciais seriam as possibilidades.
Quais erros cometi e cometo  ?  Todos me parece, pois jamais sei quais seriam os resultados da outra escolha, o desconhecimento, mais do que a desmedida é o erro.
Absolutamente sincera ?  Jamais . Alguém é ? Nem comigo, sequer. Julgamento, julgamento, julgamento.
Não é loucura, não. Não isso. Apenas um desmedido cansaço, com a sensação de que a luta mal começou pra valer.
Quando eu era criança, eu sabia bem o que era tripa. Eu via as galinhas de barriga aberta, o porco sacrificado no Natal, eviscerado. Que medo do que um nó nas minhas tripas podia causar.

( foto: Campos do Jordão, julho 2012
Mais  de Campos de Jordão,  AQUI    E   TAMBÉM AQUI  )

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

" Mulher de fases "

Agora que abandonei o FB, apos longo periodo onde traía os blogs com aquele faceiro companheiro, que mostrou-se, como certos parceiros, fáceis, na aparencia, mas subitamente revelam-se, autoritarios, prepotentes e até violentos, estou blogando compulsivamente, aqui  e nos outros.
AQUI    e em todos os outros vão surgindo novamente  o que penso.  E em breve  descobrirei uma forma de " compartilhar "  aqui as coisas que divulgava por lá. Não o salvar, copiar-colar, que isso já sei, mas em qual das paginas isso seria mais entendido.

 Perdão,  amigos fiéis daqui.  Mas sou  mesmo assim. As coisas passam muito rápido, estou idosa, agora de verdade, pois cruzei o tal limite técnico, e tenho que experimentar mais e mais, para dar sentido e direção a minha vida. Mesmo que anárquica, como sou.

Desabafo



Detesto atitudes arbitrárias !  Por mais que tentassem me educar, ao longo da vida, tentassem dobrar-me às exigências sejam quais forem, mais rebelde eu me tornava.  Nem sei como não fiz besteiras maiores do que as que fiz.
Confesso que gostava do FB, a facilidade de contatos com antigos amigos  e colegas, a perspectiva de "encontrar" frequentemente com a família dispersa por esse mundinho, assim como amigos, e incrível, fazer amigos, algo em que nunca fui boa. Na tal rede, estava indo bem. Irritando-me também, é certo, com muita baboseira que surgia, mas aí é outra vantagem:  aquelas pessoas que só postavam auto ajuda, amigos que viraram políticos ou candidatos, bastava um clique certo  e nada mais surgia. Coisa impossível na vida material, já que mandar um amigo parar de falar é perder o amigo; no virtual eles nem percebiam que eu os havia calado. Ó doce poder.  E conforto. Quando eu queria saber de algo, era só procurar a pagina de...
Então, como o que é bom dura pouco, decidem me impor uma nova ordem, ou apresentação, sei lá.  Tentei me acalmar, contei lentamente, regressivamente, e  a Linha  entra e descubro que alem da paginação nova, eles montam e excluem um MONTÃO  de coisas que eu havia publicado, me descaracterizando.  Como censura. Assim, à vontade da seleção feita por algum idiota que me desconhece, fico com o aspecto que determinam. Dá para aceitar ?
Engolir sapos faz mal a saúde.
Não vou desfazer tudo não.  Vai ficar lá, do jeitinho que me fizeram, mas eu não estou.  Quem segue congelada a partir de hoje é uma Tania que eles montaram. Acho indelicadeza com tantos amigos  fazer tudo desaparecer. E tenho ainda uma esperança - ó tola que sou - de que desfaçam o mal feito. Se não, paciência, ou melhor, azar.  Descubro outras coisas para fazer.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O presente que ganhei

Esta semana, em um dia em que eu estava triste demais, achando que os problemas não teriam solução, um gesto de carinho da  Myra Landau    melhorou tudo.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

MUITAS LIÇÕES A CADA DIA



Outro casamento ! E dessa vez não ia dar mesmo para escapar dos rituais femininos de mergulho no supérfluo, afinal o noivo é um Filho  e eu jamais iria constranger intencionalmente ou por falta de cuidado ou esforço a um filho. O problema é que se trata do neoliberal e como no caso do casamento de meu irmão, de pessoas chics. Vestido fru-fru, adereços, fazer cabelo , que se fosse "fazer"  mesmo até que seria bem útil, mas trata-se de esticar, puxar,esquentar, traumatizar o couro cabeludo e os pobres e ralos fios que tenho, como sempre foram. Unhas de pé e mão, outro ritual de tortura, e depois o protocolo exige sapatos de   saltos altos, tortura máxima que massacra os pés e artelhos.
O casamento fora decidido e organizado às pressas, não, não o que estão pensando, apenas ( apenas ???)  o noivo foi transferido para Londres  e a companheira - já moram juntos há tempos, o ato de decidir morar juntos é o que para mim caracteriza casamento, daqueles, sólidos, de verdade, mas no caso,  para ir, visto, legalização, deve ser " esposa" e então alem do procedimento legal decidem também pela comemoração, a festa para marcar sua decisão.
Sou mãe do noivo, o que e como fazer.  A busca de um caminho do meio, onde não me dilacere pelo mergulho em futilidades e ao mesmo tempo não envergonhe os noivos, ela já uma filha, um  casal como foi dito pelo celebrante, undos pelo amor pela eternidade...
Pesquisa ampla, intensiva e extensiva  descubro um vestido que posso usar, sem bordados colados com cola quente, sem rendas sintéticas feitas aos metros em maquinas, com fios derivados de petróleo, sem babados confeccionados com tecidos idem. Algumas características ainda questionáveis, para meu uso, mas está bem. Experimento dezenas de sapatos, de pares, encontro uma sapatilha adequada, mas o preço inadequado. Triagem, revejo alguns e decido por um par  que tenho em casa, de algumas outras festas, salto grosso de  3cm, amaciado e não deformante. ( Ao final da festa, a ponta do pé, massacrada pelo peso a mais a que não estava acostumada, latejava...)
Maquiagem, decididamente não. Unhas, melhor limpas como estão e são. Cabelos, está bem, vou tentar melhorar a moldura do rosto. Sei que nas tentativas anteriores de minha vida isso sempre foi um desastre, mas as técnicas e químicas e aparelhos mudaram, quem sabe...
Saí do salão na Tijuca, me controlando, que raiva, sou vaidosa sim e muito, não suporto estar monstruosa. Ao invés de cabelos tenho na cabeça uma carapaça de gosma endurecida que seguram umas reviravoltas produzidas para  o que a expert dizia ser franja - sem tesouras - e uns cachinhos de fiapos de cabelo enrolados atras e tudo repuxado, esticado e arrematados enquanto reclamava que eu deveria ter levado um enfeite de cabeça... ECA !  Cadê  a moldura do rosto ?  Eu dizia durante a " obra"  não, assim não, eu quero... e a pessoa, como são todos os que encontrei nessa área, nem aí, exercitando sua arte e eu penando...Felizmente a  casa é pertinho,  ao entrar e ver os olhares das filhas, não deu para segurar, chorei mesmo, de vaidade esmagada  e fui desfazer parte do penteado e lavar parte do cabelo  e refazer algo que definitivamente me fez sentir humilhada, enquanto estava semelhante ao  de outra mulheres em situação idêntica. Me odeio por ser burra, odeio cometer erros, mais ainda repetir erros e o Lupus sinaliza  meus erros, logo começou a arder pele, as mucosas ressecando, de sentir, erodindo, uma mancha no pescoço, logo outras ainda pequenas na face. PÁAARA !!!!!!!!!!!!
A cerimonia, conduzida por um amigo, kardecista  como a noiva, foi linda, e  eu passei por um corredor de flashs  espocando sem cair ou derrubar ninguém, no desfile de braços com o noivo, lindo o meu filho, a noiva estava  maravilhosamente bonita, tão felizes os dois, a festa foi impecável, perfeita.
Não fiz fotos, dediquei-me exclusivamente a conversas com os adultos  e brincadeiras com os quatro netos presentes.
Mas ao final, creio que mais uma vez cumpri meu papel satisfatoriamente, mesmo tendo comprado bijuteria que sabia que não iria usar ( e não usei), por pressão das meninas, mas até mandei lavar o carro todo, para não fazer triste figura.  E tentei  mais uma vez  e não teve mesmo solução,  uma abordagem estética do meu sorriso, avariado por décadas de alterações da mucosa oral decorrente do lupus. Os dentes são flutuantes, de difícil tratamento, escurecidos e manchados, então para não chocar é sorrir discretamente...
( a foto acima foi feita no retorno à casa, no dia seguinte)

Mais do casamento, AQUI,  um nada  AQUI  e mais um tiquinho  AQUI

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domingo, 29 de julho de 2012

Um clássico dos anos 70



Por motivos que relatei  em outra parte, não vou repetir aqui, estava na  Via Dutra, sentido São Paulo Rio quando decido  desviar até Visconde de Mauá.  Estava atravessada no meu caminho.  E subi a serra. Lembro de outros tempos dessa subida o fusca  cheio de amigos,e  mais tarde novamente, com a crianças, já meio adolescentes, alguma outra vez, e  agora. Essa paisagem, da região de Penedo, Agulhas Negras ao fundo, está irremediavelmente gravadas em minhas lembranças. Os campos que se estendem ondulando até o maciço, os ranchos. Algo mudou , no entanto, a estradinha, onde deslizei no barro de curvas enlameadas, perdida em meio a neblina, agora é excelente asfalto, o dia está magnifico, ensolarado, a temperatura amena.
E cruzada a vertente, a mesma paisagem,tudo igual, e chegando, ainda o mesmo. Talvez tenha mudado o nome de algum estabelecimento comercial.. Sábio povo local, que se opõe ao progresso. Sem celulares, sem postos bancários, sem calçamento alem do pequeno trecho central. Já das vizinhas Maringá  e Maromba, percebo mudanças, mais gente, mais comercio, mais pousadas e restaurantes, mais variedade no artesanato. Mas sem exageros. Nada como Búzios mudou nessas décadas, ou mesmo a recém reencontrada Campos do Jordão. E as cachoeiras, Vanessa não resistiu, mergulhou, nadou, sem sequer se preocupar se estava com um maiô fora de moda, meu, emprestado, já que nem imaginou levar roupa de banho. Essa turma mal me conhece, parece.
Objetivo seguinte,  no sentido oposto, cruzar Mauá, encontrar a Ponte dos Cachorros  " Homenagem da população ao Melhor Amigo do homem"  conforme leio em uma placa, que não fotografei. Alem da Ponte, alem de um longo caminho, estavam meus netos. Encontro, despedidas  e sigo, Mirantão. A Vila é linda, com suas casinhas coloridas, parece cenário de estorinha. A estrada de terra, que segue, em condições regulares. sobe até quase o céu. As paisagens de tirar o fôlego. E desço, Santo Antonio, asfalto, Liberdade. E muito asfalto adiante, deixo meus companheiros de viagem em Petrópolis,tinham compromissos aí, paisagens naturais lindas, vou em direção  ao centro, pensando em pernoitar para  rever pessoas queridas, o transito não anda, dez, quinze minutos, não progredi quase nada, definitivamente não quero diluir meu alto astral desse passeio no transito catastrófico dessa cidade que amava, penso em quanto teria evoluído nesse tempo no percurso para casa, pego o primeiro retorno, não aviso ninguém, duas horas e meia depois estou em casa. Fiquei fora dois dias e meio, viajei uns seis ou mais.



( Foi assim que fui passear na Dutra  LINK AQUI
e mais  AQUI )



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segunda-feira, 2 de julho de 2012

DO TEMPO ...

Enquanto me observo em minhas impaciências,  condicionadas foram elas em  seis décadas; destreiná-las vem sendo um bom exercício enquanto moro aqui, onde o ritmo não se faz ao acelerado bater de corações regidos pela ansiedade, mas ao rumorejar lento e inconstante das ondas do mar. Desacelera, esperar faz parte, atente ao instante ! Sinta! Celebre! 



domingo, 1 de julho de 2012

Nessa circularidade em que estou

Mais ou menos isso, girando em círculos , por aí e pela vida. Se há involução ou evolução, não sei, minha perspectiva é pequena. Preciso  abrir mais os ângulos de percepção, aumentar os raios dos círculos, multiplicar o numero de círculos, convertendo-os todos como múltiplos Moebius simultâneos,  enquanto exponencializo as voltas completadas temporalmente. Ou entendo a não-ação.





A lua, a rocha, a mata, aí mesmo, eu encontro frequentemente. Vindo sempre de um mesmo lugar onde fui,  e voltando para casa. Esse é o que chamo " Círculo pequeno", saindo de casa, pela baixada litoranea em direção ao Rio, passa por Petrópolis, onde visito minha unica neta-menina, em geral  e dessa vez levando também para ficar uns dias, a filha e seu filho daqui de onde moro. Mas eu sigo, quase sempre no mesmo dia. Dessa vez pernoitei, não na minha casa na mata, mas na casa de uma amiga que seguiria comigo parte da viagem, como fazemos frequentemente;  passo por Teresópolis, subindo entre as montanhas magníficas de soberba paisagem daquelas serras. E nem passo pelo tal " Soberbo"  local de lá com esse nome,estou apenas do outro lado  e por desvios e atalhos na cidade sigo para a  "Terê- Fri"   rodovia lindíssima e  cujas paisagens, impregnadas pela dor de recentes desastres, já se recuperam, aos poucos, e depois, em Friburgo,  fica minha amiga.  A paisagem é linda, mas o prazer da conversaé  tão grande que raramente fotografo nessa parte do  percurso. Esqueço. De lá, sigo para Lumiar, atravesso apenas, descendo pela SerraMar,  onde então dou de frente com a lua - veja esse meu círculo é realizado à mesma época do mês, na mesma lua,   e descendo e apreciando ainda, finalmente estou  na planície litorânea. Chego em casa para encontrar de visita o netinho mais novo, que mora perto, mas estava de viagem há 20 dias e eu morrendo de saudade.

 

Pegadas de carbono ?  Certamente, mas diluidos pelo transporte solidário efetivado. E a oferenda, em sacrifício, da redução da frequência  de minhas viagens e consequente diminuição de visitas aos netos. Menos do que eu gostaria. Pelo planeta.


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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Minha LINHA DO TEMPO - parte I



Para compensar   a falta de afeto  e carinhos maternais na minha infância, e estudando em colégio católico, tornei-me fiel e fervorosa fanática de Maria, a Mãe de Jesus, que me era apresentada como Mãe de Todos . Pouco antes de tornar-me adulta -  naqueles tempos não havia a tal adolescência, numa espécie de rito de passagem, onde pelo direito ao uso de certos símbolos, como por exemplo sapatos de salto alto ou maquiagem, por volta dos 15  anos éramos incluídas no universo adulto -  ciente de que não importava o quanto eu rezasse ou bajulasse  essa Mãe, como a outra, ela não se importava.  Não atendia minhas necessidades de carinho, e , observando o estado de abandono, muito pior do que o meu e de meu irmão, da grande parte dos filhos da terra, assim como a enorme e abissal distância que havia entre as palavras , os discursos dos pregadores, e suas práticas absolutamente afastadas da caridade e do Amor ao próximo, converti-me ao materialismo dialético marxista,  com uma certa tolerância  e curiosidade quanto à Teologia da Libertação. Escondendo minhas convicções em plenos "anos de chumbo" , cresci, namorei um líder estudantil, casei, ele era namorador e pelego, descasei, casei de novo e tive filhos, e ele era malandro,  namorador e mentiroso. Descasei de novo. Só, como sempre, com 4 filhos para criar e uma profissão que amava, mesmo não exercendo a especialidade escolhida, por pressão de preconceitos e necessidade financeira.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Felicidade

Fui dormir em meu quarto que não tem casa, no meio da mata que amo.  Meses que não ia. Chegando quase meia noite, o que é totalmente contra-indicado, num quarto entre paredes, sem habitante há meses, chegar à noite. Fazer o que, as vezes a vida, as circunstancias, nos colocam dilemas assim. A fechadura estava emperrada, Tento, 10, 15 minutos, finalmente abre. Ufa !  Interruptor  ao lado da porta, click...nada. clickclickclick, nada, procuro o do banheiro - é meu quarto na mata tem banheiro e luz elétrica, total, dez metros quadrados...click, nada, sem luz. Contas em debito automático, desço, examino o relógio-marcador-medidor, movendo-me entre o negrume da noite, com uma lanterninha que usava para examinar gargantas e reflexos oculares quando trabalhava; examino o poste, com o flash da minha velha e humilde Sony,varias fotos, olho no visor,  tudo parece no lugar .Escuto forte um TUM - TUM  - TUM, como pegadas de alguém correndo nas trilhas por onde subi. Medo. Não, medinho. Percebo, então, que se tratava apenas do meu coração, audível em tamanho silencio. Percorro com o facho de luz da lanterna, o piso, as paredes, e vejo, como quase sempre quando chego lá, uma aranha, dessas pernudas, sem teia, que dizem que se deve temer, lá, ao lado da cama.  Habitualmente, de dia, ponho roupas, livros e objetos para fora  e com delicadeza varro o animal , companhia indesejada, para bem longe, na mata. Eventualmente, amasso mesmo. Ora, trata-se do meu espaço, para elas existem muitos e muitos espaços mais. Mas impossivel toda essa manobra no escuro, com uma das mãos ocupada segurando a mini-lanterna que nem sei quanto tempo permanecerá acesa. E a danadinha, esperta que só ela, protegia-se atras de um icone de Buda, que ali fica para lembrar-me, e às raras visitas,  do respeito que se deve a todas as formas de vida. Matar uma aranha sobre a cabeça de Buda ?


Tranquei a porta, empenada, para conseguir precisei dar algumas marteladas nas dobradiças, fui dormir mesmo no quartomóvel. Frio em Petrópolis ?  Estou há 400 mts acima do nivel da cidade, que está a 890mts do nível do mar, deveria ser muito frio.  Dormi  5 hs direto, um dos meus records de sono continuo. Um conforto delicioso. Acordo antes do amanhecer e tenho o privilegio, mais uma vez, de presenciar os contornos das montanhas que me cercam, marcando-se ante a luminosidade que surge. Sem sair do saco de dormir, no bem quentinho, e sem insetos  ( Que bicho-da-mata- sou eu ?  Uma fraude!). Os passarinhos  todos em sinfonia, a cascata em frente, com seu rumorejar apelativo. fica-fica-fica...Saio antes do sol, ele mesmo, se mostrar. Aqui, neste vale profundo apesar da altitude, ele só dá as caras um tanto mais tarde, e preciso resolver muitas coisas, de onde estou ao centro da cidade, pelo menos uma hora. Dessa cidade até onde moram meus cães velhinhos, mais tres hs.
 Mas tudo vale a pena.
Na descida, o sol começa  a reluzir nas montanhas, lá longe, Maria Comprida, quase sempre parcialmente encoberta por seu chapéu de nuvens, neste dia, mais do que um chapéu, mostrava um xale.


E  já no asfalto, na tal  civilização, olho para  onde eu estava, bem lá no alto, aos pés desse pico lá atras, ao pés do Alcobaça. Nem gosto mais de ir, porque detesto ter que não ficar.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

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