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domingo, 18 de novembro de 2012

Sexagenária aventureira ou metida a besta


Meus dois  netim mineirm  ficaram aqui 4 dias. Chuva.  Muitas brincadeiras, invenções. Aí chegou a hora de voltar para casa. Fui levá-los. Na rodovia principal começou o sol. Reclamaram que não foram à praia, queriam até voltar, mas sol incerto e lá no destino atividades divertidas programadas e já acontecendo, mesmo sob chuva, então seguimos. Viagem longa, sete horas pelo menos.  Alguma chuva, céu enorme ora totalmente nublado, ora nesgas de azul. Ligo de Itaperuna, onde certamente tem sinal de telefonia móvel, o penúltimo do percurso e a ajudante da casa me diz que a estrada mais curta estava transitável, havia sido "cascalhada". Sigo por mais duas horas, saio do asfalto, pego a estrada, passo por dois lamaçais, a curva  onde muita lama impedia o trafego sempre que chovia, está ótima, consigo passar, começo a subir, a cerca de 200  m da porteira, numa ladeira de 45°  o carro desliza, desliza , rebola, dança, fico preocupada com os meninos, e atolo. Sabia que deveria ter dado a volta pela outra, habitualmente mais transitável na chuva, detesto cometer erros bobos. Davi nas costas,cavalinho,  ele, que dormia, acordara assustado, 4 anos, diz que tem medo de escorregar, que não gosta de lama.  Tá, eu finjo que acredito, vi alguma vezes o menino,  literalmente, mergulhar nas poças de lama. Mãos dada com o mais velho de 6 anos, passo a passo na ladeira de piso mole, sem sequer levar a bolsa, mãos livres. Chegamos em casa. O evento, um curso de arquitetura natural, onde se constrói uma casinha  com técnicas tradicionais, adobe e pau-a-pique,  acontecendo, vamos lá, falo do meu deslize - em todos os sentidos, assim que estiverem liberados alguém irá me ajudar, me consolam, contam que na semana um expert atolou ali a Land Rover, precisaram esperar secar, me dizem para esperar, quando irá secar  não faço ideia, o céu esta em tons de cinza chumbo, mais chuva começa, o Valente lá, logo ali,  obstruindo a estrada; impaciente sou mesmo muito, deixo os meninos  e saio de fininho, ao menos pegar parte da bagagem, digo aos amigos; deixo recado à filha que não quer que eu vá, por que os rapazes irão depois, quem disse que conheço o significado de "depois".  Começo a recolher gravetos para fazer uma esteirinha sobre a lama, já saí assim de atoleiros, com fusca, coloco um pedrão na roda, para que não chegue mais ainda na valeta, no barranco, deslizando, descalça no barro, a bota, de tanta lama ficara pesada, difícil de caminhar, tirei. Descalça na lama. Passo a passo, como se reaprendendo andar de patins. subitamente  surfo no barro, desço deslizando  cerca de dois metros e pumba, quinto apoio no chão! Nem vi.  Com escassos glúteos e idade nem tanto, ainda bem que a lama estava mesmo muito fofa. Levanto, aparentemente- e felizmente- sem lesões graves, sigo, o carro sobe 1m.  Vou recomeçar a pôr apoio no solo, meu genro chega, começa a cavar para retirar a lama fofa, fazer uma trilha para as rodas em solo firme,  e assim de metro a metro, sempre na esperança de que " agora ele vai", acabamos por chegar ao topo.
Pobre do meu genro, ele agora entende o que é "sogra"  e caso comece a fazer piadinhas, terei que entender.
Mas tenho que voltar, sair de lá, cedo no dia seguinte, tinha compromissos cá, impossivel, me dizem, porque na estrada "boa"  um caminhão de material, atolara e escavando para retirar o dito, deixaram um imenso atoleiro, só mesmo com sol e depois da água escorrer, o que fazer. No dia seguinte  sigo bem mais tarde do que deveria. Ligo para casa, o que deveria fazer já não dará tempo, aproveito então para  passar devagar e conhecer lugares que só via em velocidade.Vontade de voltar. Mas sem saber onde mora meu coração, partido, digo sempre, ele mora em muitos lugares.  Cheguei. Isso tudo  pode ser chamado FELICIDADE, não fosse pelo outro lado, aquela tristeza  por sempre dizer adeus para dizer olá.

Esta foto é da estrada boa, no dia seguinte.

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5 comentários:

São disse...

Que aventura, Tânia!

Fiquei siderada olhando a estrada "boa".

Um abraço grande com votos de excelente domingo.

O meu pensamento viaja disse...

Amiga, já perdi a conta às vezes que estive no Brasil, que amo profundamente. Porém, quando visitei Florianópolis tive, pela primeira vez, a percepção da chuva tropical, com as estradas completamente destruídas que nos impediram de conhecer a região. A sua experiência foi para "homens de barba rija"
Beijo

Cadinho RoCo disse...

Não é simples escapar dos atoleiros não.
Cadinho RoCo

O Tempo Passa disse...

"Felicidade é coisa superestimada por aqui" Antonio Fagundes, como Deus, em "Deus é Brasileiro". A riqueza da vida não se mede pela quantidade de felicidade obtida, mas pela felicidade semeada ("The End" dos Beatles). E isso, minha cara, vc tem feito e muito bem!

Dona Sra. Urtigão disse...

Meus critérios de felicidade ainda são muito materialistas, preciso de um carro, um bom carro, para me levar até perto dos sítios onde coloquei minha felicidade...

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