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terça-feira, 14 de maio de 2013

Pelo Dia da Mães





Tantas décadas para perceber que o problema não era ela, ausente, negligente,  limitada  em suas possibilidades de ser carinhosa, cruel frequentemente, mas só era quem podia ser. Pela consequencia do que sofreu ,ou  pela sua escolha, arbitrio livre? Ou determinado ?
O problema fui eu. Intolerante, incapaz de perdoar ou compreender.  E ainda sou o problema, pois carrego tanto ressentimento, por anos, tentando desprender-me, mesmo consciente do mal que faz esse torto apego, a uma imagem do que não foi. Consequencia do que sofri, ou arbítrio livre ?  Determinada a ser assim ?
E carrego a culpa de não amar minha mãe, acentuada, por ter filhos que me amam e demonstram.

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5 comentários:

Chiz disse...

A coragem em admitir a "culpa" é um gesto de amor...
Deus a abençoe.

O Tempo Passa disse...

Faço minhas, as tuas palavras. Apenas, a referência é meu pai. E não é histórica; há pouco, com a velhice, transformou-se em arremedo de ser humano, impossível de amar. Culpa minha, mas é a verdade.

Anônimo disse...

Mães, pais, filhos, filhas, dentre outros afetos intensos... Frequentemente demoramos para perceber que amar, aprovar e demonstrar afeto são coisas diferentes, que podem coincidir, ou não, segundo as circunstâncias, de que, tão diversas, nos incumbe a vida. Queremos (e, sim, desmedidos), sempre os três, e sempre juntos.

Mas não. Nunca se tem sempre o que se quer. Às vezes amamos desaprovando, e tão intensamente que a desaprovação bloqueia nossas possibilidades de demonstrar qualquer amor. Às vezes é preciso aprovar ou demonstrar afeto quando o amor ou a compreensão estão dormentes. Às vezes não conseguimos fazer nada disso, e nem por isso o afeto morreu dentro de nós para sempre. Às vezes, e não são poucas, amamos e não conseguimos reconhecer como amor o sentimento de importar-se tão intensamente com alguém que desaprovamos, a quem tememos ou achamos difícil demonstrar afeto, e que ainda assim ocupa uma parte enorme de nossas vidas. Importar-se é amar. Até odiar é uma faceta estranha e contraditória do afeto. Não amar é "apatia", não sentir nada. Não parece ser o caso, portanto não se injustice carregando a culpa por não amá-la, porque você amou.

E, sim, "o problema não era ela, ausente, negligente, limitada em suas possibilidades de ser carinhosa, cruel frequentemente, mas só era quem podia ser". Mas, e este é um grande "mas"... Haverá alguém que possa, diversamente, ser diverso do que pode ser? Você, eu, eles? Não parece que todos somos apenas quem podemos ser? E sendo todos apenas o que podemos ser, é justo recebermos nos ombros a culpa de sermos problemas?

Veja, muitos de nós desejamos ser mais do que podemos ser. Desmedidos, desejamos ver o que não podíamos, saber o que não sabíamos, sentir o que não sentíamos, dizer o que não éramos capazes, voltar no tempo que corre sempre adiante... E a culpa não passa de uma das formas de que se disfarça aquilo que é, na verdade, essa frustração de não podermos nada disso, nem ontem, nem hoje, nem amanhã.

Culpa, remorso, servem para alguma coisa? Até hoje, e apenas em algumas situações, vi alguma utilidade nisso como um inconformismo com nossas capacidades e compreensões, útil para nos fazer buscar ampliá-las, se e quando isso for possível. E, sempre, para o futuro.

O passado não é um lugar a ser (re)visitado, mas uma parte do que somos, do que foi feito de nós. Pela natureza, por outras pessoas, por nós mesmos. Que é, nem mais nem menos, o que podemos ser.

Veja, enfim, que belo: suas próprias palavras contém a chave do enigma, o segredo que abre a tranca dos grilhões. Basta tentar todas as combinações possíveis. Que se incluem no que você pode ser.

myra disse...

adorei teu comentario: FERA"!!!!!
acho voce formidavel em todos os sentidos e me sinto identificada com voce!
beijosssssssssssssssssss

PT disse...

Julgo que é uma realidade comum a muitas pessoas. Mas julgo que existe alguma «naturalidade» nessa relação de desentendimento entre pais e filhos. Tua mãe, decerto, também pensou para com ela o mesmo, achando que a culpa, claro, era dela apesar de perceber que também ela foi vítima de quem a educou.

Eu não consigo me afastar da minha, que também não é perfeita e não lhe perco o afecto, ainda que por vezes constato que não o merece. Desde cedo que compreendi melhor as coisas que ela mesma, que ainda não as entende.

Cada um é como é... E acho que cada um, à sua maneira, se descobre um tanto responsável pelo seu percurso, mesmo quando a maior parte dele foi influenciado pelos progenitores.

Agora é a sua vez de carregar essa emoção. Pelos vistos, não a passou aos seus filhos e isso é simplesmente o mais importante que podia fazer.

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