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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Que trabalho é esse ?



Para que leu as duas postagens anteriores e ficou se perguntando " -fotos do trabalho? Essas ? "
 Venho explicar. Também para quem ainda não sabe qual foi minha profissão antes da tão sonhada e amada aposentadoria, que certamente me deu VIDA mas tirou possibilidades $$$$$$$$$$$$$, o que me obriga a,  para qualquer aquisição ou função extra, a humilhação de pedir a filhos ( ou aceitar quando eles percebem e oferecem )  complementação financeira, ( Muito "mico" mesmo, para quem sustentou sòzinha a família ) , ou , trabalhar. Terriveis opções. Só de pensar em voltar, fico doente. Mesmo. Fìsicamente doente. Então uma jovem amiga que se mudara bem antes, para sair das (im)possibilidades profissionais de nossa cidade me acenou com esta possibilidade; plantões em eventos, na cidade dela.
 Isso, sou médica. Trabalhei alem do tempo mínimo de serviço necessario, em unidades de emergência. Pronto socorro clínico. E concomitantemente,  obstetrícia, sempre porem prestando serviços à rêde publica. Ideologia de juventude que consolidou-se com o tempo; atender aos que mais necessitam, com qualidade. Óbvio que o sistema travou esta possibilidade - a qualidade- e foi criando um estado mental e emocional desesperador, onde a distancia que se formava entre as possibilidades de investigação diagnóstica e terapêuticas e a prática possível  se torna  cada vez maior, criando  um estado esquizofrenizante. Como voltar, se desde então só piora? Como permanecer mentindo ao paciente para que ele não perca as esperanças, se sei que o que prometo não será possivel ? Como ver coexistir duas possibilidades de medicina, para ricos e para pobres. Então aposentei.
Mas que trabalho foi aquele, daquelas fotos ? Posto de atendimento de urgência - UTI móvel, para acompanhar uma cavalgada pela região serrana de Macaé. Sendo paga para cuidar, enquanto desfruto de incríveis paisagens e aprendo coisas novas, sobre um mundo que pouco conheço. 
A vida tem sido boa comigo. Apesar das pedras que ainda encontro. Mas adoro pedras !

7 comentários:

myra disse...

li, admirei, e penso como voce e com todas as diferenças, logico -
me sinto igual que voce...eu poderia ter ficado no trabalho no mexico, até morrer, sou pintora e muito reconhecida là,,,aqui nao gosto, para nada e ja nao sou independente..a vida dos velhos, nao è nada agradavel. Claro continuo fazendo coisas, mas nao é a mesma coisa que antes. Antes eu pintava quadros enormes aqui faço somente pequenhos desenhos...nao ha lugar para um atelier! e com a diferença de que voce vai indo e fotografiando, eu nao posso nem sair...e sabe nem tenho vontade nao gosto aonde estou...
beijos munha querida D. Urtigao!

Gaspar de Jesus disse...

Cara amiga
Antes de mais, obrigado pela partilha.
Aí como aqui, a diferença não é muita.
Trabalhamos uma vida inteira na miragem de uma fase dourada com dignidade. Mas nem sempre acontece assim. Ou seja, a dignidade permanece, mas o poder aquisitivo vai-se, ano após ano.
Bjs
Gaspar de Jesus

Beatriz Fig disse...

Fazer o que gosta da melhor maneira possível. Que bom que conseguiu! Agora o que te importa é realização, por mais bem vindo que possa ser um bom salário.. heheh
beijoss

O meu pensamento viaja disse...

Eu poderia ter continuado a trabalhar como professora do ensino secundário, ensinando literatura, mas não quis.
Preferi a minha sanidade mental.
Eu que abracei por pura paixão uma carreira ligada às letras, quando poderia ter escolhido qualquer outra, a certa altura, pressenti que o que estava em jogo era demasiado precioso para continuar a jogar.
Também somatizava a angústia, vomitava durante a tarde de domingo, chorava feita parva, deixei de dormir e o futuro parecia-me catastrófico.
Saí a tempo, com todas as implicações que essa saída arrasta.
Em boa hora saí!
Sairia mil vezes se, de novo, me visse na mesma situação.
Não está só, Senhora Urtigão.
Beijo

O Árabe disse...

Salve as pedras! De cima delas, apreciamos melhor a paisagem. :) Boa semana, amiga!

alfacinha disse...

o charme deste blogue é irrestível
cumprimentos

Adriana Roos disse...

Nem sei o que dizer.
Ainda trabalho. Saí do ensino secundario tambem como no comentario acima. Estou no ensino do fundamental, em um projeto de escola em tempo integral. O salario é baixo. Baixo para quem educa, estuda, planeja se esforça. Para os senhores donos do dinheiro, acham que pagam bem, ou muito, querendo agora retirar beneficios concedidos no passado por outros politicos.
Enfim. Médica. Professora. Outros profissionais da rede pública, de primeira necessidade, sim, pois em suas campanhas o que mais prometem? Melhorar a saúde, a educaçao...
E no final sei, sabemos todos: nosso salario não bastará! Nosso salário não dará para nos sustentarmos! Contaremos com a ajuda dos fihos, talvez... mas não era assim que planejavamos nossa vida, era?

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