Sei que não tenho um lugar, mas nada assemelha-se mais ao meu lugar do que estes lugares que parecem com lugares de ninguem.
Sei que não gosto de viajar em estradas com chuvas fortes e menos ainda quando parte da viagem se faz à noite mas ficar nessa aparente segurança de uma casa que não é minha, mesmo sendo a minha, tambem não gosto.
Sei que não gosto de negativas, mas uso-as pois provàvelmente gosto delas.
Sei que tambem gosto de acomodar-me, ao conforto dos objetos-lembranças que acumulei, e não sei para que os acumulei , pois quando me for definitivamente, quanto trabalho deixo aos meus queridos para que se livrem de tudo.
Sei que o desapego faz parte de uma importante lição de felicidade - eudaimonia- mas desapegar-me assim agora, com certeza não me deixará feliz.
Sei que balançar entre as multiplicidades do meu eu é o que instabilizando-me, estabiliza-me.
Sei que nada sabendo, não tenho a pretensão de querer saber algo alem deste nada que não sei.
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Sei que não abro mão de alguns desejos, pois a eles atrelo algumas poucas esperanças e isto é o que movendo-me produz minha vida.
Sei e não sei que vivo.
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10 comentários:
É bom quando sentimos que pertencemos... mas mesmo assim nem sempre é suficiente
Mikas,
bem-vinda.
Lembranças que se prendem a nós como teias, alimento do coração, da saudade.
Esperança, fio que nos transmite
a força da vida.
Tambem deixo muito trabalho ao meus queridos ...
... e é assim, amiga, que aos poucos aprendemos o que precisamos saber! :) Boa semana.
Um texto que balança entre contrários e que , por isso mesmo, me agradou muito!
Fique bem, com os netos e demais família.
Minha cara,
meu Bloglines permitiu-me, por algum erro imperdoável que eu lesse o seu "intolerância e indignação".
'xa prá lá, amiga. Os egocênticos nem percebem o mal que fazem... você está acima destas miudezas, eu sei!
Abração!
Deveria sentir-se feliz. Afinal, não é o seu habitat natural?
Eu só sei que sabes muito bem o que quer, querida amiga. ;)
De todo modo, cuidado com a caipora.
Um beijo!
li aqui e fiquei impressionado: pelo qie escreveste dir-se ia que somos almas gémeas. mas eu não acredito em almas gémeas.
ps - fui ao blog para a família mas não li.
"...o desapego faz parte de uma importante lição de felicidade"
É isso mesmo, embora diícil é possível.
Mas nem oito nem oitenta...
mas vives, acho que estás a exagerar...
Beijinhos.
Neyde,
mas não deveria ser "necessário", não é ?
Abraço
Árabe,
aprendemos ? Precisamos ?
SÃo,
não só o texto balança, mas eu tambem....
Abraço
Rubinho,
desculpe-me por "fazer voce ler " aquilo, não tenho como penitenciar-me, mas...ser explosiva traz consequencias, que assumo, ao longo da vida. É que havia me esquecido da tecla "del" que até que venho usando bem. Quanto aos egocentricos, eu deveria é rir-me deles, não ? e no entanto, miseravel que sou, açoito !
Agradecida.
Abração.
Oliver,
mas é lógico que fico feliz. É que não posso ter junto a mim todos com quem compartilho minha vida. Por isso fico mais dividida. E corro de lá para cá, incessantemente.
Abração.
Triliti
almas gêmeas ? eu sou impar...
(hshshs) Quanto ao outro, pode ler, é só que, muita coisa fica "desamarrada", sem sentido, ou dando falsa impressão( o que ja aconteceu) Fica " fora de contexto".
Abraço.
Nilson,
seguramente é possível, mas necessitaria de coerencia entre o saber/saber e o saber/desejar.
Beijinhos
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