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sábado, 6 de setembro de 2008

Desesperança

Eu, citando Ratzinger. E não comento o que não gosto sobre um outro específico ou falo sobre algo quando deprecio o que li, mas no caso, é realmente um argumento que tocou-me, levando minhas reflexões para outro rumo, por onde já andei, mas que frequentemente esqueço. Em um trecho de Spe Salvi, 7 , que recebi hoje, onde ao abordar a condiçao da existencia de fé, faz uma defesa com o seguinte argumento: "Ela atrai o futuro para dentro do presente, de modo que já não é o puro ainda não . O fato de este futuro existir, muda o presente; o presente é tocado pela realidade futura, e assim as coisas futuras derramam-se naquelas presentes e as presentes nas futuras".
Coincidencia ou não - e eu tendo a não acreditar em coincidências, quando penso em falar sobre a condição de que vem faltando em mim esperanças de que a "natureza humana" seja capaz de transformar-se, de que os valores que o homem atribui a sua existencia, ou desvalores, por não ser capaz de perceber que trilha o caminho da autodestruição e, pior, a destruição de toda a sua espécie, por não conseguir se entender, ou conhecer-se como membro de uma coletividade, que vai muito alem de seu conjunto de células ou seu conjunto de posses. Nós não nos percebemos como natureza e nisso vejo uma parcela significativa de responsabilidade da tal Igreja Católica e suas derivadas que ensinam e ensinaram ao humano, uma superioridade sobre tudo o mais que existe, e que o mundo em que estamos deveria ser considerado como uma esfera indesejável, sem ensinar que separar-se da natureza, com direitos a destrui-la, promove destruição de si próprio e dos que pensa preservar, nos casos onde ainda o vivente humano dá valor a familia ou a algum outro ente. Não há salvação se não houver o aprendizado do cuidado.
Quando penso que não adianta mais, que tudo está irremediàvelmente perdido, que o fim é só uma questão de meses, talvez poucos anos, leio esta advertência, vinda de uma fonte improvável e que talvez nem tenha cogitado ser interpretado como "arauto da nova era", de que construimos o futuro com nossos pensamentos, que trazemos para o presente aquilo que acreditamos. Sou obrigada a rever essa condição de "desistente ecológico" , categoria em que estou pràticamente incluida, para retornar à crença de que "as particulas e ondas reagem ao observador", que "as formas pensamento" constroem o mundo a cada dia e que quantos mais cairem na sedução da desistencia, mais estamos, tambem nós os desistentes, só por sermos desistentes, contribuindo para o fim que sonhávamos evitar.
Egrégoras.

5 comentários:

Nilson Barcelli disse...

Mesmo sendo agnóstico, percebo que a fé atraia o futuro para dentro do presente e o influencie.

"Nós não nos percebemos como natureza".
Esta frase diz muito da mentalidade que imperou no século passado e que está teimando em não evoluir significativamente nos dias de hoje.
Ter a natureza ao nosso serviço sem critérios de preservação vai acabar mal, muito mal...

Não desista.
Nunca sabemos quando um pequeno gesto tem um impacto significativo (bater de asas da borboleta no Japão... tempestade algures...).

Bom fim de semana
Abraço

Dona Sra. Urtigão disse...

Nilson
Ser agnóstico é o estado natural de quem é racional. E a fé de que falo não se trata de crer num criador, mas na possibilidade de uma inteligencia primordial da qual participamos e que está nos destruindo, por sermos nós mesmos agentes e atos.
Confuso, mas nem todos possuem o dom de comandar palavras, de tê-las à serviço. Por isso sempre te admiro, mais e mais, enquanto tento dar a entender um pouco do que penso e sinto.
Um abraço!

Anônimo disse...

Faça um link com o filme... o filme... filme... ok, esqueci o nome, idade é isso aí. Estou falando daquele filme que assistimos em Viçosa que diz que o espectador influencia na sua realidade.

samuel disse...

É bem provável que a acumulação de experiência, ideias e sonhos, paire sobre nós, como um manto de inteligência virtual, energia, sei lá... da qual, com sorte e algum interesse, podemos usufruir. Em casos mais raros, podemos até contribuir com alguma coisa original.
Obrigado pela primeira visita.

Abreijos

Dona Sra. Urtigão disse...

Patricia
"quem somos nós", que trata de condições discutidas por filósofos, cientistas, teologos , na verdade dentro da perspectiva transdisciplinar de probabilidades.
Um abração.
Samuel,
o seu espaço é uma dádiva, traz esperança, por mostrar que há quem persista na crença da possibilidade de um mundo efetivamente melhor e na batalha para que isso se torne viável.
Abraço!

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