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sábado, 17 de julho de 2010

CRÔNICAS AMAZÔNICAS - 10






A VIAGEM DE VOLTA
O que dizer, além da enorme tristeza por ir embora?
Que as águas estão mais baixas, que alguns obstáculos a mais surgiram, a voadeira bate com mais frequência em troncos submersos, oscila mais, como se a própria natureza quisesse convencer-me a ficar. Resta-me apreciar as belezas das matas e das águas.
O processo é o mesmo, inverso, na fazenda troca-se a embarcação por outra um pouco maior e mais rápida, já lanchamos o que nos foi levado na despedida, uma deliciosa pizza de cenoura e cogumelos temperada com dendê. E adentra-se ao Purus. Agora é necessário transpor um banco de areia que na ida estava submerso, a barra do Mapiá. Vai, vai, e finalmente a voadeira passa ao outro lado, às águas do Cuxiuará.
Na ida, descemos o Purus, a favor da corrente e sobe-se o igarapé; na volta, descido o igarapé, sobe-se o Purus. Uma voadeira que segue quase com a gente, bate forte em algo oculto pelo Purus, felizmente nada grave, só um susto, estavam próximos demais da margem. E de repente começo a ver mais gente, um caminhão na praia, casas, como é possível, não vi nada disso na ida... Chegamos à Boca do Acre. Jáááá? Tão depressa assim? Os relógios mostram o mesmo tempo, a mesma duração. Meu coração não.





Um comentário:

São disse...

O tempo é, na realidade, psicológico!

Bom regresso e um abraço

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