Como depois da mudança ainda não desencaixotei meus livros, ficaram prontos para a proxima mudança que sei será relativamente breve, não tenho como consultar para fazer este texto como gostaria, e então o rascunho está rolando, rolando, até que decidi soltar assim mesmo, com informações da minha memória desde que pesquisei este assunto há muuuuito tempo,me parece que até melhores do que as que encontrei no tal google. Caso tenha incorrido em algum erro, peço já desculpas, e solicito que corrijam e caso eu mesma descubra algo, ou em qual caixa estão meus livros sobre a história de Petrópolis, corrigirei eu mesma.
O motivo desta postagem foi a polêmica sobre a estrada de ferro, lembram, né?
Com interêsse em buscar caminhos para a interiorização, para as regiões de lavras de ouro, pedras preciosas, especialmente nas cidades hoje conhecidas como Ouro Preto, Diamantina, e considerando que o caminho qe passava por São Paulo se tornava bastante perigoso devido a assaltos - já naquele tempo- tanto por colonos quanto por índios, aos escravos (e seus donos) e insumos que iam para o interior e ao ouro que era trazido para ser levado para Portugal/Espanha/Inglaterra/Holanda precisavam percorrer caminhos mais seguros. Então parte das entradas e expedições regulares saiu do eixo Porto de Paraty , Serra da Mantiqueira para o Porto do Rio de Janeiro e subida da Serra da Estrela passando por Itaguai e por onde hoje é a localidade de Paty do Alferes, ( Reserva do Tinguá) Mas as condições deste percurso, extremamente perigosa, escorregadia, e que causava grandes e sérios acidentes, principalmente nas chuvas fortes do verão, quando comboios inteiros de mulas despencavam morro abaixo, levaram a busca de outros acessos por outras vertentes da Serra da Estrela, construindo-se então essa nova estrada para comboio de burros e escravos, sobre trilhas conhecidas dos indios da região. Com o tempo, o Imperador, D. Pedro I encantou-se com a região do Alto da Serra, e tentou comprar a Fazenda do Padre Correa, na localidade hoje conhecida como Correas, o que não conseguiu, adquirindo então, para seu uso, a fazenda do Córrego Seco, vizinha àquela, pràticamente improdutiva, devido as condiçoes geogáficas e do solo, lugares muito íngremes e com grande quantidade de rochas. Mais tarde seu filho, Pedro II ordenou ao Major Julio F Koeller que construisse na mesma região uma estrada para acesso à Serra pelas carruagens,com trajeto reestruturado que em alguns lugares cortava a antiga trilha; foi construido um palácio de veraneio ( Hoje Museu Imperial de Petrópolis) e as casas para a côrte, num projeto urbanístico do mesmo Koeller e a região foi colonizada, ainda num empreendimento projetado pelo dito major, por alemães, "importados" após uma série de eventos que ficaria longo demais discorrer aqui ( eles iam para a Austrália, houve um motim, foi-lhes oferecidos ficar blábláblá) o percurso da corte se fazia da Praça XV de barco pela Baia de Guanabara até a embocadura do Rio Inhomirim, dali seguia ainda em barcos pelo rio até o pé da serra (Hoje Vila Inhomirim, quando passavam para os côches e subiam a Serra. Haviam fazendas no caminho, onde pernoitavam ( Uma delas a Fazenda da Mandioca, que é referida como pouso e hospedagem de Langsdorf). Cansado dessa longa viagem, ( que era feita todo ano para fugir da malária no verão do Rio de Janeiro, além do calor)o Imperador que gostava das novidades, determinou a construção de uma estrada de ferro desde o Porto na Baia de Guanabara, localidade de Mauá (hoje) e que em muito menos tempo chegava até Petrópolis. Devido as condições do terreno, foi construido um sistema de cremalheiras, para que o trem não descarrilhasse, e bem, eu poderia ainda encher de detalhes esta história, bucar as datas, mas o importante aí está. Foi a primeira estrada de ferro do Brasil, e construida pelo Barão de Mauá, acho que tambem engenheiro, como Koeller, a esta época já tràgicamente falecido.
Vista do Alto da Serra, com a baixada fluminense e a Baia de Guanabara ao fundo, com a Ilha do Governador. Por esta paisagem maravilhosa que passava a Estrada do Imperador. Seria realmente magnífico, do ponto de vista turístico, a reconstrução de parte desta estrada, pelo menos a parte da Serra, já que até o Porto de mauá, bem isso poderia até ser proposto, posteriormente.
Trechos da estrada dos côches, antigamente calçada em "pés de moleque", tipo de calçamento que hoje ainda encontramos nas cidades historicas de Paraty, Ouro preto, etc, patrimonios da humanidade. Hoje tem seus vinte e poucos quilômetros calçados com paralelepípedos, mas continua ainda bastante bonita.
Na maior parte dela ainda encontramos muretas de contenção do tempo do Império
Se sou a favor da restauração, com finalidade turística e econômica? Lógico que sim. Mas considero a necessidade de um planejamento concreto inter e multidisciplinar que inclua a população que mora na região, e não atingir-se um bebefício de alguns com exclusão dos desfavorecidos. Capacitação, financiamento, medidas responsáveis. Aí dou todo meu apoio ( Como se isso fizesse diferença hshshs)
Um comentário:
Ola ameeeeiiiii estas belas palavras sobre Petropolis, moro bem proximo a este paraizo,no pe da Serra em Piabeta.
A vista da minha casa e linda, fico imaginado como era o passado,quantas pessoas passaram por aqui.
Amo esta linda paisagem este lugar maravilhoso pena que nem todos pensam assim.
Mas eu amoooo
Parabens q bom encontrar gente como vc Bjs Fabiane
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