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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

De espinhos


O que são eles, na verdade ? Estruturas diferenciadas de folhas, caule ou raizes, com finalidade de conferir proteção às plantas que deles dispõem. E que se forem retirados causam dano a essa planta e deixando cicatriz. Para nós, no entanto são artefatos prejudiciais, pois podem produzir ferimentos que poderiam ser potencialmente graves quando infectados ou no caso de serem urticantes. E nos dificultam o acesso irrestrito a certas flores das quais queremos desfrutar, colhidas. E que portanto, devemos aprender a evitar. Nosso mal, o bem da planta. E não é tudo assim ?

21 comentários:

O Tempo Passa disse...

Vc há de convir que o famoso texto de Rubem Alves, "Tenis e Frescobol" contradiz um pouco o que afirmas. Nem tudo na vida precisaa ter um perdedor para ter um ganhador!

Dona Sra. Urtigão disse...

OÓ! muito agradecida. Eu não conhecia, e achei ótimo. Descobrir, ou reconhecer, as imensas possibilidades que a vida nos traz, isso é crescer e eu cresço com a amizade de voces.

Anônimo disse...

e porque temos que pegar para gostar da flor, cuidar e dar de beber?... que mania a da posse, do apego físico! deixem as flores serem belas quétas. caso contrário, sangrem-se! não lhes queiram é cortar o que as caracteriza. a natureza sabe o que faz! toda a beleza tem espinhos sim! ou tem que ser tudo veludo, doce e aprazível? ... para isso adquiram artificiais! :)

Dona Sra. Urtigão disse...

Anonimo, voce não entendeu nada...Pena ter-se perdido na propria agressividade e não ter o olhar para fora.

Marcelo Henrique Marques de Souza disse...

Muito bom, isso dona Urtigão.. Realmente é na perda que aprendemos mais. É nela que o ego afrouxa sua prepotência. E o trágico carrega o poético nas costas, ambos sorrindo, irônicos, do otimismo inocente das flores sem espinhos...

Abração

Anônimo disse...

não posso entender? talvez minha "agressividade" seja o espinho que a rosa desenvolveu para proteger sua identidade contra invasoras mãos que as arrancariam do solo e botariam na jarra, até morrer... sempre me desgosta ver cortar os espinhos nas flores, as caudas nos cães,...aprender também é saber conviver com o hetero, sem lhe desejar mal por ser amargo, feio, espinhoso. aprender não é dar a outra face mas é deixar passar a dor do dedo que sangra e...tentar perceber, não julgar, jogando no lixo a rosa malvada, matando o cão que mordeu, aniquilar aquele que nos magoou ou por quem nos magoámos... isso sim é ser mais do que prepotente, é querer ser deus, aquele que tudo sabe, pune ou absolve. espinho, arrogãncia, salvaguarda, cara fechada e palavrão tem muito que se lhe diga, muita leitura possível, e até aberta, ao contrário da vileza de quem esconde o propósito da punição, em nome de uma verdade qualquer, muito menos humana do que eu e muito menos natural que o espinho, a urtiga...(fiquei amando urtigas! em menino ousei me agachar sobre elas para aliviar meu intestino prenhe...era local isolado, e não dava praguentar... e não é que a urtiga me "disse": "vira essa bunda pra lá! pensa que eu sou privada pra boi?!"... e minha bunda ficou ardendo dias a fio!)...rssss. a urtiga estava certa. amo elas mas não mexo! caracaaaaaaaaaaaaaaaaaa, aquilo arde pra xuxu! não encuca senhora das urtigas... não venho aqui aliviar meu intestino! :) não destila sobre mim.

Anônimo disse...

fiz "outra" interpretação em seu comentário inicial. e não é para isso que serve, também, a escrita? por isso ela nos alimenta. contudo, pode contar sua intenção. em relendo, posso fazer outra leitura, claro, outras reflexões podem surgir... as plantas espinhosas "escondem" outras afáveis ao toque, a elas nos negando o acesso? pois... o acesso seria colher para matar... e se elas, embora delicadas, sabem viver sob os espinhos das outras... precisam dessa proteção...não? a beleza da palavra está em servir como paisagens diversas, consoante o olhar de quem lê. não leve a mal quem vê na guernica uma orgia... a gente só diz que é porque aprendeu assim, não descobrimos nada afinal. deixa eu ler o que eu sinto, que boto aqui em jeito de partilha. ou não deveria? tem armadilha por aqui??????????

Anônimo disse...

desculpe insistir, ou persistir (meu mal, meu bem?... sei não): já me botaram pra correr de outros espaços assim na rede, como este, em que até o artista nos permite ser anónimo, convidando a entrar... e mesmo assim, me botaram pra fora... isso eu entendo bem! e eu vou sim. diz que eu vou, cê tem boca, não precisa "picar" feito urtiga... :)

Dona Sra. Urtigão disse...

Bem, meu caro revoltado, como voce realmente não entendeu a metáfora, eu vou tentar explicar. O pequeno texto não se tratava de apologia ao direito do ser humano manipular a natureza (voce está endendendo os termos que uso ?)mas uma abordagem das essencias das diferenças e da tolerancia aos seus contrarios. Quando me refiro ao fato de que retirar espinho fere a flor, não quero dizer que é para faze-lo mas simplesmente que a flor ( e outros vegetais ) desenvolvem espinhos para sua proteção, absorção de liquidos em climas áridos, e outras defesas. Quis dizer que há essas condições onde os direitos de uns são contrarios aos direitos de outros e que na natureza dificilmente poderia ser diferente. Uma lagarta em uma planta...vai acabar destruindo a planta, caso não existam outras daquela espécie necessaria àquela lagarta. Pois se alguma ave come aquela lagarta, torna-se a salvação da planta e ao mesmo tempo o exterminador da lagarta. Isto é a natureza.Quem errou? a lagarta? a ave? a planta ?
Existe erro ? Voce, meu caro, provavelmente como certas plantas foi tão agredido que criou tantos espinhos...que agride aqueles que estão próximos... Como natureza temos que compreende-lo. Porem voce é mais do que natureza, pois é dotado de outras condiçoes que não sòmente pertencem a uma seleção natural. Como racional, voce é dotado do direito de escolher, o que os vegetais não podem fazer. Nem esta limitado a certas caracteristicas de outros animais, nossos companheiros de jornada, que são determinados pelos instintos. Mas nós, podemos ir alem. Podemos e devemos refletir, cogitar, escolher.
E por isso somos responsáveis quando nos agachamos em urtigas, pois deveriamos ter olhado, escolhido a melhor possibilidade. E esta caracteristica, o poder escolher, inclusive escolher errado, nos traz responsabilidades. Responsabilidade de olhar para o próximo e ao ver que tem espinhos, não tentar arranca-los pois iria feri-lo, doer. Faz parte de suas estratégias de sobrevivencia. Mas tentar apreciar o que há ali, apesar dos espinhos. Pois em tudo ha infinita beleza, é só enterdermos as diferenças.
Tenho dificuldade para explicar o que penso, pois convivo demais sòmente comigo mesma no nivel de ideias menos simples, daquelas que vão alem das estrategias de sobrevivencia. Tentei ser o mais clara possivel. Agradecida pela sua visita e considerações.
Voltaremos a dialogar.
Um abraço.
PS: mesmo postando como anônimo, assine em baixo com algum pseudônimo, pois fica mais fácil para mim saber se um anônimo é o mesmo do outro ou não.

Dona Sra. Urtigão disse...

Oi Marcelo,
dos contrarios, das diferenças, das fraquezas e porque não, da integração, união e força?
Um grande abraço e agradecida pela sua presença aqui, fico envaidecida.

Dona Sra. Urtigão disse...

Anonimo,
outra coisa que voce me ajudou a refletir .
1) A duração da "vida" de uma flor é a mesma seja na natureza ou em uma jarra. São efêmeras. Parte de um processo.
2)Suas funçoes, que sejam a de produzir frutos e sementes para perpetuação da especie, dependem da interação com outros seres vivos: alem de alimentar insetos e aves que por sua vez polinizando-as ajudam a especie a sobreviver. Muitas, no entanto são dependentes da relação com o humano pois não sobreviveriam no agreste. É certo que sofreram ação ou interferencia humana em sua seleção.Polinizações artificiais, etc; deveriam ser abandonadas até sua extinção ou readaptação?
3) Nem todas as flores vão gerar descendentes na natureza. Muitas não são polinizadas ou suas sementes não se tornam viáveis.
4) A razão em si da existencia da flor: Um mero acaso ? E dos insetos polinizadores ? outro acaso ? Porque a natureza permite que se façam em um excedente alem das possibilidades de reprodução e perpetuação da especie ? Não estaria a Mãe natureza dedicando-se a produzir tambem a beleza ? Uma condição de sensibilidade estética ? A ser apreciada por sua outra obra, capaz disso por condições proprias e especificas, o Humano?

Dona Sra. Urtigão disse...

Anonimo,
concordo quando voce diz que palavras podem ser entendidads de diversas formas. Isto faz parte dos processos de percepção. Por mais que eu me esforce, ninguem saberá como eu entendo aquelas palavras. Nem como ouço a minha voz. Ou com que intensidade exata percebo as cores ou os sons. É dai que se cria a comunicação, ou como questionei em outra parte deste blog, que se faz uma "descomunicação". Por isso tambem que os laços afetivos se formam entre aqueles que teem uma percepção semelhante, que "entendem" a mesma linguagem, mesmo que simbólica ou não explicita.
Quando comecei este blog, o motivo foi "sair da toca". Tentar ver e entender como 'o outro' existe, pensa, se apresenta e se coloca defronte ao mundo. Como percebe as minhas percepções. E isto está se tornando bastante interessante. Os comentarios, quando trazem de fato opiniões e não sòmente bajulações é o atingimento da minha proposta. Portanto, voce não ser´posto para corre, como disse acima.
PS: só li seus dois ultimos comentarios, pois estava escrevendo as duas respostas ao segundo, depois de minha "publicação". Portanto, a ordem está bastante truncada. Faz-se necessario rele-los nesta ordem.
Abraço!

Nilson Barcelli disse...

Mesmo os espinhos são necessários.
Até na vida ultrapassar os espinhos representa uma aprendizagem.
Belo post.
Bom fim de semana, beijinhos.

Anônimo disse...

ainda bem que consegui, creio, entender quase tudo quanto agora clarifica e, como ve, em muita coisa existe acordo. ainda bem que conseguiu, você, entender quase tudo quanto tenho dito. algo que me parece ter o humano dasaprendido, a uma rapidez alucinante, é esse prazer necessidade do diálogo, da partilha para chegar a lugar algum, sem ninguém que quer vencer nem alguem que prefere perder. não encontro quase em nenhum outro ser humano um espaço para expressar-me, seja de que modo for, nem percebo nos outros mais do que a vontade de provocar, desafiar ou, até, manipular. muito triste isso. para mim, claro. tudo me faz reflectir, tudo quanto consigo (selectivamente) percepcionar...mesmo as agressões, tentativas de me despinharem, penso sempre nelas como possível bondade, ou inocência, ou nada disso,... mas tantas vezes concluo pelo mais puro... ia dizer egoísmo...mas não é a palavra certa... é ainda mais desmotivador. concordo sobretudo com isto: as nossas escolhas acarretam responsabilidade, que eu faço por assumir, pelo que talvez me não permita escolher certas flores cheirosas, nem me deliciar com o mais gostoso mel... pois estou escolhendo. bem ou mal? nem a mim compete saber, por isso me REVOLTA tanto, sim, os julgamentos dos outros, quando mos arremessam juízos como pedras a madalena...isso não permito. agora falar admito sempre, desejo-o mais que tudo, mas não vejo jeito não...então me calo. boto meu espinho de cego. me perguntem se, cego, quero ver! e eu respondo que sim, no acto. agora não me venham cobrar minha cegueira, me tentando humilhar por um defeito que creem existir...a isso chamo ser cruel: "Olha o ceguinho!!!!vamos brincar de cabra cega?!"... isso não. grato por me ler sem botar pra correr!

samuel disse...

As plantas, com honestidade, mostram os seus espinhos, ao contrário dos humanos, que dissimulam os seus. Nem por isso deixam de ser tão ou mais aguçados que os das plantas, provocando, tantas vezes, ferimentos bem mais dolorosos e duradouros.
Também, em alguns humanos, os espinhos "defendem" coisas belas.

Abreijos

Dona Sra. Urtigão disse...

Nilson,
espinhos, pedras, o que pensamos ser obstaculos, na verdade se fazem estimulos, se soubermos como olhar, se não nos detivermos em apenas um aspecto, se tivermos coragem para empreender esta tarefa.


Samuel,
tambem concordo com isso. E volto a dizer, é necessario coragem e sabedoria para lidar com isso. Ou a opção pelo distanciamento e contemplação sem contatos. De longe.É possivel aprendizado sem envolvimento?

O Árabe disse...

É, sim, amiga... todos cultivamos os espinhos, para defender as nossas flores. :) Boa semana.

Dona Sra. Urtigão disse...

Árabe,
( tenho vontade chamar-lhe Mestre )
as vezes oscilo entre o que afirmei acima, sobre a perspectiva estética como necessaria a vida e a condição onde penso que os espinhos são mais necessarios do que as flores.

Marcelo Henrique Marques de Souza disse...

Diria eu que a outra metade do espinho é uma boca aberta comendo a planta...

A perda é exatamente isso, minha caríssima dona Urtigão: um ego menos prepotente.. União mais potente.. ou ao menos algo que se tente, nesse sentido.

Abração e eu que me sinto lisonjeado em participar de texto tão frutífero.

Oliver Pickwick disse...

Reinventaste a Botânica, Dona Sra. Urtigão!
Um beijo!

P.S.: "...mesmo assim creio que pediriam para ceder o convite para alguem da galera...
Estou rindo até agora! Desconfio que o seu humor é mais ácido que aquela baba do monstro dos filmes Alien 1, 2, 3...etc.
Por sinal, exceto pelo primeiro, eram filmes tão ruins que eu torcia para o monstro. ;)

Dona Sra. Urtigão disse...

Marcelo,
perdoe a demora, não é desatenção, mas as 5 da manhã do dia 28 eu estava correndo pelas estradas para dar a mão a filha que me deu o segundo neto !
A outra metade do espinho...afasta o mesmo que quer aproximar...

Oliver,
agradecida, mas reinventar ?

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