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segunda-feira, 16 de março de 2009

Livres ?

Quando se vê um pássaro voando logo nos vem a imagem de liberdade. Mas será? Ou estão apenas cumprindo aquilo a que são determinados?

Comentario recebido do amigo "O Impressionista":

Apenas para abrir uma discussão, acho que é muito complicado desenvolver o conceito de liberdade sobre a dicotomia livre-arbítrio x determinismo. É uma belo desenvolvimento, claro, que a Filosofia tem feito ao longo dos séculos.

Mas acho que o ser senciente que age de uma dada forma desejando-a, sem o peso do desejo de agir de outra, sente-se livre, mesmo que sua forma de agir seja determinada.

Seres com grande possibilidade de consciência, como os seres humanos, podem agir dessa mesma forma, embora possa acontecer de, num determinado momento da vida, passarem a desejar algo diferente do que sempre desejaram e fizeram, e descobrirem que não são livres para fazer conforme agora desejam, e passam a perceber as determinações que antes não sentiam.

Acho que a liberdade pela qual nos sentimos impelidos a lutar é essa que se pressente justamente por sua ausência, pela violação de nossas vontades por uma força a que não conseguimos resistir, quer ela venha de fora, quer de dentro de nós.

O que não quer dizer que não haja uma outra forma de se sentir livre, que é a que experimentamos ao tê-la, com a paz e satisfação que isso nos dá. Mas ao sentirmos isso não dá para saber se somos ou não somos livres apenas porque estamos satisfeitos. Apenas quer dizer que nossa situação de fato está conforme aos nossos desejos. Se houver uma determinação, não a sentiremos porque não desejamos nada diferente.

Daí, como são muito várias as situações das pessoas, e mais ainda seus desejos, temos pessoas que se sentem livres e são, pessoas que se sentem livres sem ser, pessoas que não se sentem livres e não o são, e pessoas que não se sentem livres embora sejam, apenas porque não se atrevem a resistir com mais força às determinações.

Essa é mais uma coisa, eu acho, importante: só podemos dizer que não somos mesmo livres depois de testarmos a força dos nós das determinações que nos atam.
(O Impressionista) 15:10

20 comentários:

Anônimo disse...

Apenas para abrir uma discussão, acho que é muito complicado desenvolver o conceito de liberdade sobre a dicotomia livre-arbítrio x determinismo. É uma belo desenvolvimento, claro, que a Filosofia tem feito ao longo dos séculos.

Mas acho que o ser senciente que age de uma dada forma desejando-a, sem o peso do desejo de agir de outra, sente-se livre, mesmo que sua forma de agir seja determinada.

Seres com grande possibilidade de consciência, como os seres humanos, podem agir dessa mesma forma, embora possa acontecer de, num determinado momento da vida, passarem a desejar algo diferente do que sempre desejaram e fizeram, e descobrirem que não são livres para fazer conforme agora desejam, e passam a perceber as determinações que antes não sentiam.

Acho que a liberdade pela qual nos sentimos impelidos a lutar é essa que se pressente justamente por sua ausência, pela violação de nossas vontades por uma força a que não conseguimos resistir, quer ela venha de fora, quer de dentro de nós.

O que não quer dizer que não haja uma outra forma de se sentir livre, que é a que experimentamos ao tê-la, com a paz e satisfação que isso nos dá. Mas ao sentirmos isso não dá para saber se somos ou não somos livres apenas porque estamos satisfeitos. Apenas quer dizer que nossa situação de fato está conforme aos nossos desejos. Se houver uma determinação, não a sentiremos porque não desejamos nada diferente.

Daí, como são muito várias as situações das pessoas, e mais ainda seus desejos, temos pessoas que se sentem livres e são, pessoas que se sentem livres sem ser, pessoas que não se sentem livres e não o são, e pessoas que se sentem livres embora sejam, apenas porque não se atrevem a resistir com mais força às determinações.

Essa é mais uma coisa, eu acho, importante: só podemos dizer que não somos mesmo livres depois de testarmos a força dos nós das determinações que nos atam.

Beatriz Fig disse...

Isso me lembrou Schopenhauer. Eles estão seguindo o instinto deles. A natureza das aves é voar, dos peixes é nadar e assim por diante. O ser humano, que sempre descontente com sua realidade, criou essa ligação entre liberdade e voar. Se o humano voasse de fato, ia fazer tanta besteira.. Se quer ia aproveitar isso que seria uma "dádiva".

Beijoss

Gianna disse...

Ciao,piacere di conoscerti.

Anônimo disse...

Ops, uma correção: no 6º parágrafo, onde se lê "... e pessoas que se sentem livres embora sejam, apenas ...", leia-se "... e pessoas que NÃO se sentem livres embora sejam, apenas ..."

Domenico Condito disse...

Eu e a Calabria esperamos por você!

Abraço

Dona Sra. Urtigão disse...

Impressionista
com a sua proposta de abrir discussão, tomei a liberdade de postar seu texto também na página principal. Aliás, volta e meia eu tomo liberdades com sua produção intelectual, mas voce sabe, sou uma velhinha abusada.

Bia,
excelente sua consideração, embora eu conheça muito pouco do Shopenhauer, mas sua avaliação da quantidade de besteiras do humano é irretocável.

Stella,
ciao, benvenuta

Domenico
tenho esperanças, mesmo sem recursos (ainda)

Dona Sra. Urtigão disse...

Impressionista (de novo)
vou refletir mais sobre suas considerações. Voce sabe, a velhice acarreta lentidão do raciocínio. E quero procurar espaço para um "mas..." o que ainda não encontrei, apenas concordei integralmente.
Abraço.

Anônimo disse...

A constante de não ser aquilo que quero ser
Uma condição diferente sem conotação de qualidade
Liberdade aliada a coragem
Real situação
Medo e estagnação
Voar é imagem
movimento verdadeiro da ilusão
Depende da compreensão
Uma escolha
Uma opção.

O Tempo Passa disse...

Há os que propõe que a liberdade só é alcançada quando se abre mão dela; ao, voluntariamente sermos submissos, somos libertos...

Anônimo disse...

Dª Srª Urtigão: fiquei muito honrado pela distinção. Quanto às liberdades, essas acho que podemos dar-nos mutuamente. Também sou abusado e xeroquei descaradamente o cordel de Miguezinho em meu blog... Fico muito agradecido se você encontrar espaço para um "mas..." no que eu disse, pois só nos enriquecerá a ambos. Abração!

Furrequinha disse...

Muito interessante isto, Colega. Michel Onfray começa "La Raison Gourmande" dizendo que o Homem é nada mais que uma pedra lançada para o alto: começa ágil sua trajetória, a velocidade diminui, até que para e desce. Por algum motivo, a natureza deu consciência a esse Homem, e ele "acha" que é responsável por seus atos.
Eis aí a grande discussão que é praticamente insolúvel, e que Agostinho mesmo não resolve, nem me parece Thomas haja logrado êxito.
E nesta linha, palingenesia ou não? Anúbis e Hórus a aguardar-nos no "post mortem" ou não?
Que pensar?
Abraços, daqui

Anônimo disse...

Dnª Urtigão, você está incansável e sempre certa em tudo que diz!... Parabéns por tanta, tanta, lucidez e escrita perfeita!...
Como trabalhadora, quase "formiguinha", convido Dnª Urtigão para "O Trabalhador". No KrystalDiVerso, claro;)

(Este seu blog, madame Urtigão, blog tem efeitos curativos, acredite!)

Escolha entre ... beijos e abraços

O Árabe disse...

Valeu a prublicação, amiga; o texto é muito interessante, sim. :) Bom resto de semana.

Nilson Barcelli disse...

A liberdade é sempre muito difícil de definir, mas quando se sente a falta dela tudo fica claro.
Belo texto, gostei.
Beijo.

São disse...

Que é liberdade?
Bom fim de semana.

Danitza disse...

Viver já é não ser livre... Nem penso como considerações suicidas, porque vida narrada e vida vivida são distintas. Mas estar com o outro já nos tira a possibilidade de sermos livres.
Quem sabe o único momento que somos livres, é no pensamento?!

Abraços Sra. Urtigão!

CHRISTINA MONTENEGRO disse...

Não sei se vou conseguir escrever em fancês correto, mas mesmo que eu erre horrivelmente acho que a poesia de minha amiga Rachel Gutierrez valerá a pena:
"Le prix de la liberté c'est la solitude;
mais le prix de la solitude c'est la liberté"
(Rachel Gutierrez)
Beijos!

Dona Sra. Urtigão disse...

Olá, amigos, desculpem a demora, mas estava fazendo um "tour" com os netos pelas casas dos tios...Gostei "demais da conta" do que voces escreveram e começa-se a coasturar o sentido e conceito de liberdade, e fica então aberto o espaço para cada um comentar o que foi dito pelos outros.
De minha parte, continuo pensando, refletindo sobre tudo que foi dito, entendi que o Rubinho afirma que a liberdade é atingida na ausência de desejos.(Meio taoista, isso, né?). E coincide , parece com os argumentos de que se é livre quando se vive como deve ser (d'oImpressionista e do palhacinho F...) Já as mulheres apontam para a condição da solidão como requisito da liberdade, tambem verdade, só que se fosse a vida como num passado nem tão distante, onde a cada qual coubesse um papel e cumprido cumpre-se o Dharma, qual seria o papel da mulher, para que livres fossem? Nilson aponta para uma identificação negativa, onde pela perda descobre-se que possuiamos o bem-liberdade, e isso valeria tambem para os outros bens, talvez. Mas só podemos valorizar o que já não temos?
R: Palingenesia como determinante ou o pecado,ofendendo ao deus ? Viemos pre-determinados ao que deve ser feito ?
Então ser livre é isso ? Kant (de)formou as mentes, pelo imperativo categórico? Só podemos ser (éticos) cumprindo o dever, é essa é a liberdade?

PS: Vou reler tudo após descansar da(s) longa(s) viagem(s) e volto aqui. Espero complementos e criticas aos meus limites de compreensão.

CHRISTINA MONTENEGRO disse...

Solidão "baixo-astral" é uma coisa; solitude autônoma já fica mais simpático, não?... rsrsrsrs
+BJS!

Compondo o olhar ... disse...

amigo, tem um selo de divulgação do dia mundial da água... divulgue esta idéia.

abraços

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