MOSTRANDO
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Cantiga de roda
Em certos passeios, em quase todos os lugares em que passo, sempre encontro uma placa tosca indicando "Palmital" dando entrada a alguma estradinha de terra. E fico tentada a entrar, com uma esperança aparentemente absurda de que alí encontrasse uma dobra dimensional que me deixasse ràpidamente naquele outro Palmital.
A cada vez que, na cidade ao lado, passo por conduções que se dirigem a "Palmital", quase saio do meu rumo, troco a direção, pensando com o coração que me resta e sem pensar com a razão, que seguindo ali, eu chegaria lá, naquele outro Palmital.
Lá no Palmital, onde fica meu coração, sempre que venho cá, dividido pelos dois cavaleiros que me deram a mão, quando ao chão, depois de muitas voltas e volta e meia, eu sequer imaginava que ainda tivesse coração, só cicatrizes.
Lá no Palmital, "tanta laranja madura, tanto limão pelo chão" e tanto amor esparramado dentro do meu coração!
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3 comentários:
Que bonito! Um portal no pamital.. quem sabe?!?
"Lá no Palmital, "tanta laranja madura, tanto limão pelo chão" e tanto amor esparramado dentro do meu coração!"
Adorei o texto, especialmente a frase final que destaquei.
Querida amiga, boa semana.
Beijo.
PS:
Peço desculpa por inserir fora do contexto do seu post um comentário ao seu comentário do meu poema "Não há flores nas favelas do Rio de Janeiro".
Concordo com o que diz no seu comentário, mas a sua interpretação do poema não coincide com o que eu quiz dizer.
As flores que não há nas favelas são, no essencial, "o pão, a saúde e a educação". E essas não dependem da gente boa que lá habita (tenho amigos que moram em favelas). Até fiz novo poema, que já publiquei, por causa de eventuais mal-entendidos... que são naturais em poseia, já que nunca se diz tudo...
Desculpa, uma vez mais, ter metido esta "bucha" no comentário.
Dona Sra. Urtigão, bonita cantiga e linda foto! Beijo da Ursa
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