Divagações ao volante do meu "quartomóvel" enquanto vou de lá para cá ou vice versa
Muitas eu perco pelos caminhos, outras faço pequenas anotações e uma parte delas compartilho, outras apenas com meus cadernos a serem lidos pòstumamente, não porque me envergonhe de meus podres, envergonho-me sim, mas faz-me bem lavar minha roupa suja aqui, mas porque envolvem outras pessoas que tem direito a sua privacidade. Até porque não quero ser processada.
Tenho passado, em meus novos trajetos, por aqui e sempre que vejo esta pedra, quero dizer, esta formação rochosa, chamo-a de "a pedra da caveira", aquele cocoruto menor, e me faz lembrar a caverna do fantasma, sabem, aquele personagem de histórias em quadrinhos, que lia na adolescência, época em que lia absolutamente tudo que me caia às mãos, fotonovelas, HQ, clássicos da literatura, ficção contemporânea, bem isso seria outra postagem, aqui, na viagem desta semana, o que vim pensando foi, - aquele Fantasma da roupicha esquisita, meio boyo...ops, polìticamente incorreto, pensamentos censurados, parece até o nome que eu queria dar ao cachorrinho que apareceu lá na ecovila esta semana, um cão jovem todo negro, lindo e pensei " Negão" ou "Neguinho" mas ops, polìticamente incorreto, pensamentos reveladores de preconceitos em meu subconsciente, já que na prática cotidiana não sou assim. Ou será que são reveladores da criação que tive - lembrem, minha mãe - e que trabalhei e trabalho intensamente para superar. Ou será que tais pensamentos surgem através de impressões deixadas pelos " poderes simbólicos" , da sociedade em que vivo? Informações subliminares transmitidas pelas mídias? O que faz com que sejamos o que não queremos ou pensamos que somos, a imensa distancia " entre intenção e gesto" de que falam Paulo de Tarso, Agostinho, Chico Buarque, ou então será que estes pensamentos "polìticamente incorretos" foram criados a partir do estabelecimento deste conceito, onde antes havia liberdade de pensar, agora existe uma autocensura, um pensar-coletivo-inserido-no-meio-do-qual-faço-parte ? "Peço ajuda aos Universitários..." ( eu vi uma vez isso em um programa idiotizante da Imbecilizão). Aos pensadores especialistas ou não, que dêem seus pareceres, para meu crescimento.
Mas em meio a estas reflexões, alcancei a resposta a uma pergunta que minha filha a primogênita, uma intelectual acadêmica ( das boas, não é corujice não, porque sabem que sou dura e exigente) e que lê meu blog, o que muito me honra, me fez este fim de semana- do por que, se gosto tanto de escrever, não concluí minha segunda graduação, ficando dependente da elaboração da monografia apenas e na hora respondi qualquer coisa, que também é verdadeiro, tipo, o pc que precisou ser reformatado deletou os dois capítulos iniciais, mas ainda vou fazer, mas a resposta verdadeira, a fundamental, é que não sei escrever sem liberdade. ( Não sei viver sem liberdade) E ter que me submeter àquela enorme quantidades de regras do abnt, ou da instituição onde fazia o curso, é absolutamente impossível; escrever um texto engessado em normas,formas, além das gramaticais, me faria não ser verdadeira e como poderia assinar um texto falso?
PS com direcionamento específico: Por isso, eu acho, filha, que voce está com dificuldades tambem para concluir algumas tarefas escritas: a necessidade de harmonizar contrários e contraditórios de forma "acadêmicamente aceitável". Eu, velhinha aposentada, posso me dar ao luxo de não escrever o que não gosto ou só escrever o que gosto. (Viva a liberdade!) . Voce ainda é prisioneira deste sistema e será ainda algum tempo, então mãos e mente às obras, quero ler mais e aprender muito com suas composições. Liberte-se e escreva. Livre-se das patrulhas intelectualóides, seja apenas voce mesma com sua bagagem cultural e intelectual. Vão se abrir mentes e corações dentre aqueles que tiverem o privilégio de ler do que que voce sabe.
3 comentários:
vamos dar uma folga para a patrulha.
Quer saber, acho uma merda isso.A unica maneira de dizer a verdade é não ter que escolher palavras.
Duas vezes me emputeci com isso, numa peguei uma carona com um representante da comunidade negra.Em suma, um negão.Sou brasileira, não vou poder sozinha erradicar o racismo, e fingir que não incorporei as palavras na minha vida.Então comentei de uma amiga, uma neguinha linda.Ele não gostou, mas o que posso fazer?usar nomes que as pessoas de fato não usam?Afro brasileiro?Preto é igual a negro, e nego e neguinha, usamos para aqules que gostamos.Fazer o quê?ë isso que somos,podemos mudar os conceitos em nosso coração, mas as palavras vem de consenso comum, e da realidade em que estamos inseridos.
Beijo.
Tanto da criação que te fez questionar se era a certa, tando pela sociedade. Já viu uma propaganda que pergunta, com umas letras grandes, o que um judeu faz na hora de pagar uma conta (algo assim) e depois responde que ele paga e condena quem pensou diferente? Essa propaganda induz a pensar diferente. Quem responde que ele apenas paga a conta como qualquer ser humano descente, até se questiona ao ver isso. Hoje em dia a sociedade que te obriga a se se sentir mal de chamar um negro de negro, mas não um branco de branco. Por que não me chamam de euro-descendente? Esse pensar coletivo sempre existiu e creio que hoje as pessoas tem mais liberdade de expor com o que não concordam. Mais liberdade não significa que não será punida. =/ Conheço algumas pessoas que viveriam extremamente felizes se pudessem não se preocupar com contas, empregos.. apenas viver, aproveitar o que a natureza tem a oferecer e tudo mais.. Mas como vc disse a sua filha, infelizmente ou não, temos que viver esse peírodo com obrigações, amarrados a leis, normas ao mesmo tempo que assistimos nosso dinheiro sendo roubado por políticos.. Por que tem que ser assim? Por que a abnt existe? Ela faz parte de um mundo imaginário que o país vive, pois a prática é outra. De nada adianta letra tam 12, rodapé de outro jeito.. rss
Com o risco de ser politicamente incorreto, estou com vc em gênero, número e "degrau"!!!
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