MOSTRANDO

SÓ PARA LEMBRAR, QUE ALGUMAS VEZES ESTOU POSTANDO NOS OUTROS ESPAÇOS DO SÍTIO, DAQUI. OU ESTOU ISOLADA EM ALGUM SÍTIO DE CÁ, FORA DO MUNDO BLOGAL.


Tenho postado AQUI ou AQUI

terça-feira, 18 de maio de 2010

A RAZÃO DA LOUCURA


Para fugir da frustrações, escapar dos desejos, não precisar mentir nem a nós mesmos, negar as dores da alma, persistir num mundo infantil, descansar da luta da vida sem abdicar de viver, buscar conforto na inocencia...

Não vou trazer citações ou comentar Erasmo nem Foucault, mas sim da loucura desejada e um dia alcançada por Nietzsche, quando não suportou mais ver os maltratos inflingidos pelos evoluidos e morais humanos aos que não tendo como se defender, irracionais como são classificados, por estarem aprisionados, amarrados, física ou moralmente, pois o forte só é forte por ser covarde, ante força maior, encolhe-se ou foge como um ratinho. Irracionais, animais, tambem foram chamados os povos tradicionais- indios a serem despojados, os negros a serem escravizados para o enriquecimento dos donos das forças de um poder que se serve e é a voz dos discursos da Igreja dominante. A força verdadeira não se manifesta, permanece calada, parecendo humilhada, enquanto humildada. Reaje pelo silêncio e paz. Chego a pensar que a loucura de Nietzsche tratava-se de algo forjado e falsificado pelo desespero de sentir-se só, tão só num mundo formado de valores vis, uma ocultação de si.

"Quem ousaria lançar um olhar no inferno de angustias morais, amargas e inúteis, em que se consumiram provàvelmente os homens mais fecundos de todas as épocas? Quem se atreveria a escutar os suspiros dos solitários e extraviados? Ai, concedei-me a loucura, poderes divinos! A loucura, para que ao fim, acabe por crer em mim mesmo! Enviai-me delírios, convulsões, horas de claridade e obscuridade repetinas: espantai-me com estremecimentos e ardores que nenhum mortal jamais haja experimentado, rodeai-me de estrépitos e de fantasmas: deixai-me uivar e gemer e arranhar como uma besta, sempre que deste modo consiga a fé em mim mesmo. "
(F. Nietzsche,Aurora )

( Este texto me assombra há anos, então decidi compartilhá-lo)

5 comentários:

O Tempo Passa disse...

Minha fé é frágil; em mim mesmo, então, inexiste!

Pimenta disse...

Assombra-me também.Tem dias que tudo que eu mais queria, era a minha ignorância de volta.E eu me agarraria a ela como náufrago.
bjo

CHRISTINA MONTENEGRO disse...

Sou pela sabedoria do desencantamento; mas para desencantar, há que transitar na 'loucura' e seus riscos, não é? Saudades de seus textos (a obra ainda NÃO acabou, e ainda estou sem escritório...) BJS!

Furlan disse...

Ah, Colega, mas isso é Teilhard de Chardin puro. Até o ser-humano sair da noosfera e entrar na logosfera, quantos resíduos de biosfera ainda ficam em nós! "Pitecantropologicamente" falando, "Neandertalogicamente" falando. É uma pena. A sombra só desaparece quando mergulhamos na luz.
Abração de duas asas!

Beatriz Fig disse...

Loucura como uma venda nos olhos ou para libertar-se da estupidez humana? Não sei bem se captei a mensagem.. rs Mas pensei isso. Adorei esse post, falta-me mais sabedoria (talvez) para degustá-lo da melhor forma.

Seguidores