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terça-feira, 22 de julho de 2008

Especialização é solidão ?

Focalizar a atenção em alguma coisa faz com que a pessoa forçosamente perca uma enorme quantidade de outras. Experiências, aprendizados, pessoas, viagens. E, no entanto o modelo de sociedade construido pelo racionalismo institui a especialização como único modelo possivel. Decorrente disso é que cada vez mais as pessoas se isolam, passam a desconhecer a linguagem da outra, mesmo quando num mesmo idioma. Assim o significado de um termo é diferente dependendo da área de atuação daquela pessoa. E notem, uso pessoa e não indivíduo. Pessoa é entendido filosòficamente como um indivíduo dotado de razão ou como em Kant "o ser humano como fim em si mesmo" , além de uma enormidade de conceitos jurídicos, teológicos, - e por aí vai. De acordo com a especialização o conceito vai sofrendo transformações. Só que as pessoas não deixam de ser indivíduos. E que também vão se desindividualizando, quando tornando-se partes de grupos socialmente diferenciados por hábitos e sinais de identificação culturalmente determinados e excludentes, vão perdendo a noção de seu valor individual, submetendo-se sem crítica às influencias de modelos culturais determinantes e manipuladores. Especialistas. Grupos especializados. Em um tipo de música, de dialeto, a ponto de não mais serem compreendidos ou compreenderem os demais, fora de seu universo reduzido. Tal como nas ciências. Cada modelo de especialização se torna ininteligível para os demais muitas vezes até dentro das chamadas "grandes áreas de conhecimento!" Ciências Humanas, Da Saude, Tecnológica, etc. Um pesquisador não entende mais as especificidades da linguagem do pesquisador da sala ao lado. E então vem minha dúvida. Como compartimentar de forma estanque e subdividir saberes que são, na verdade todos pertencentes ao mesmo sujeito e agente, que vem a ser a pessoa. Mesmo quando êste/esta são ao mesmo tempo objeto de uma determinada ciência. Quando vamos perdendo a noção do todo, da complementaridade, a singularidade que deveria fazer parte de um modelo de participação, vai na verdade empobrecendo o singular. Quando os modelos de conhecimento nos apontam como indivíduos de razão, na verdade excluiram outras possibilidades de sermos mais-do-que-só-razão e ficamos mais pobres, vazios de possibilidades infinitas de Ser. Solitários, ao invés de participantes da totalidade. De homo sapiens nos convertemos em homo solus stultus

4 comentários:

Anônimo disse...

Que tal o velho e bom "homo homini lupus" de sempre?
Venho do além para notar que houve modificações interessantes em seu blogue, Colega Urtigão.
Outra coisa: você e o Marcelo não compliquem muito, senão não vou conseguir acompanhar os debates, hem?
Abraços apertados do ex-blogueiro que enFartou!

Dona Sra. Urtigão disse...

A-sombra-ção do Fart,
parece-me que somos várias espécies de "homo", sobre isso ja discorri no outro blog, mas de lobo a outros predadores, isto é certo.Quanto as mudanças no blog, trata-se de um acidente inexplicável, de tal monta que tive que humildemente recorrer a um dos filhos, que está tentando recuperar tudo que fiz desaparecer ( de novo só que desta vez mais coisas ainda) e eu só queria a pagina nesta cor, mas não abrir mão do que tinha pendurado no blog. Quanto ao Marcelo, eu tento acompanhar, me esforço mesmo e por não conseguir faço confusões, que parece ser minha especialidade. E fico envaidecida por voces me darem atenção.
Abraço... em fantasma ? Vai!

Anônimo disse...

Não sei... Mas me parece que os saberes são como o que construímos para entrar... Já percebeu como a casa em que moramos parece muito maior do que o terreno vazio do mesmo tamanho que aquele onde a casa fica? Acho que os saberes aprendidos e racionalizados são as casas que fazemos sobre o nosso saber inato e naturalmente havido e devido à nossa natureza humana. O que conforta já que dele sempre podemos sair à rua e contemplar o terreno e as casas onde todos os nossos amigos e co-humanos se escondem. E talvez quando saiamos um dia todos juntos à rua percebamos como é plano e simples o mundo que partilhamos, o terreno natural de nossa natureza.

Dona Sra. Urtigão disse...

certo, Impressionista, mas o que parece é que ficamos seguros e confortáveis em nossas casas/construções de tal forma que perdemos a audácia necessária para sairmos. Perdemos o outro. Perdemos o mundo e o que quer que possa ser partilhado.E quando vamos perceber que somos natureza ao invés de senhores ?

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