MOSTRANDO

SÓ PARA LEMBRAR, QUE ALGUMAS VEZES ESTOU POSTANDO NOS OUTROS ESPAÇOS DO SÍTIO, DAQUI. OU ESTOU ISOLADA EM ALGUM SÍTIO DE CÁ, FORA DO MUNDO BLOGAL.


Tenho postado AQUI ou AQUI

terça-feira, 8 de julho de 2008

Tempo

Sou uma velha, mais velha do que sou. Não estou conservada em botox, tintas ou cremes. Estou curtida pelo sol e pelo vento, pela dor e pelo mêdo. Estou feliz.
Não tenho pressa em ir para a outra esfera da vida, pois sei que irei. Tão bom quanto chegar, é a travessia.
Não penso, como Agostinho, estar encarcerada em um corpo, mas sinto este corpo como instrumento para minha alma. É verdade que às vezes um pouco desconfortável, mais como uma roupa que incomoda, ou está apertada. Permite adaptações.
Sou pó, e o que escrevo é muito, muito menos do que palha, pois palha foi o que disse que havia escrito o Dr Angélico. E o que faço é menos do que a menor partícula conhecida e por conhecer, neste Universo. Nesta escala gigantesca sou invisível, massa esvanescente. Meu tempo é menor do que a menor fração do tempo, mas enquanto meu tempo, é também eterno, tal como em um paradoxo de Zenão.
Mas enquanto estou vivente , sou capaz de interferências, mobilizações, nesta esfera de experiências. Como origem de movimento, tal como um efeito cascata,faço acontecer, promovo diferença, ou mudança, pelo simples fato de existir. Ocupo espaço vazio, com o vazio do meu corpo, mas sou matéria. Sínolo. Pó e Sôpro. Potencia e Ato. Existir e Devir. Sou mais do que anjo, pois desencarnados êles não podem experimentar dessa matéria, não podem saber o que eu sei, mesmo que sôbre a dor. Deus encarnou-se.
Vida, anverso e reverso da morte, sendo duas são no entanto una, uma só manifestação, pois que são base e fundamento da existência, e eu existente, ente, aí estou situada, universo ôntico parte do multiverso, do incognoscível.
Para aprender.

8 comentários:

Rosalia Lerner disse...

Oi minha a cara U.
Temos muito em comum , gostei de dar uma visitinha em seu doce lar, também li o Prof. Hermógenes e em especial SE, que engloba a missão que concebo
estarmos todos e cada um.
Esta viagem não deve ser uma mera passagem... há que se blogar!!
VIM PARA COMPARTILHAR.
Acho que você também, vamos trocando receitinhas,beijo
Rosália

hj disse...

bonito texto. mais um . palavras... são PODEROSAS. sobre outros termos e correlatos conceitos, questíunculas mais ou menos filosóficas, a propósito do POEMA da música que escolhi para perfil... mais tarde. outro dia comento, o que houver para comentar. sobretudo oiço a música e sinto a letra, a poesia, uma espécie de hino, mais um, à liberdade de não ser-se formal, igual. de ser capaz de dizer "ora bolas" quando ninguém espera ou virar a mesa num impulso. até. (não vou comentar muito mais vezes. não tome a mal. "eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser"!... mas é assim. e ultimamente quero mais observar do que comentar. ando avesso ao diálogo.

Artsy-Fartsy disse...

Colega Urtigão, as portas do meu blogue estão abertas, sempre, com muita alegria, para suas intervenções. Este seu texto é brilhante. Quisera eu ter uma certeza tão grande acerca da prossecução da vida, como esta aqui apresentada. Talvez um dia eu chegue lá. Ainda oscilo entre crença e descrença, inspiração e expiração, alfa e ômega, zênite e nadir, Fedra e Ariadne e uma série inenarrável (senão infinda) de dúvidas que ainda me crivam a alma.
Eu diria, com Vinicius, mormente sobre a vida (ao menos neste plano material): que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinita enquanto dure.
Abraços efusivos!

Dona Sra. Urtigão disse...

Rosalia,
Bem vinda. As trocas sempre aceleram o movimento.

Red Herring,
por favor, continue comentando, pois voce trouxe uma nova perspectiva para o pensar.

Sir,
Sempre um lorde, gentil, e sempre um mestre, me impulsionando.

Agradecida.

Dona Sra. Urtigão disse...

Sir,
por ser tão lenta, as vezes as sutilezas me escapam completamente, em outras, a "ficha acaba caindo". O senhor expôe a questão de oscilar "entre crença e descrença,..." Ora, a particula 'e' é uma conjunção aditiva e não alternativa, e portanto, trata-se, como o senhor mostrou-me em outro local, de uma parapraxia, ou um ato falho. Ou seja, mesmo ainda sem estar consciente da complementaridade das questões que aponta, na verdade já experimenta e vivencia estas complementaridades.
Um abraço,

Artsy-Fartsy disse...

Caríssima colega, o "e" foi adrede pôsto, e não como ato falho. Estudei religiões (várias) por muitos anos consecutivos. A obra de Allan Kardec, por exemplo (não tenha dúvidas de que li pelo menos 90% do que ele escreveu,incluindo aí uns 8 anos de Revista Espírita; muito, dos Vedas; Santos Tomás e Agostinho não preciso nem dizer; a obra completa de Huberto Rohden, mais de 50% da obra de Teilhard de Chardin, Escoto, Karl Barth (este protestante), filosofia oriental em geral (para não precisar especificar), o Corão e alguns trugimões, o Talmude, para elucidação (senão complicação) da Torah... se eu tivesse de enumerar todas as obras que li à busca de respostas (talvez isso tenha sido bobagem minha) religiosas... há tantos autores italianos que interpretam Paulo, franceses que interpretam os evangelhos. Eu mesmo escrevi um livro, publicado e, felizmente, esgotado (recuso-me a revelar-lhe o nome, pois não deveria ter escrito).
Não sou um ser sem fé, mas apenas um agnóstico que não se encaixa perfeitamente num rótulo. Se a Sra. me perguntar: "Fart, há algo mais?" Eu responderia, tranqüilamente: "sim, entretanto, não sei mais explicar, como um dia acreditei soubesse."
Mais ou menos isso.
Abraços!

Fabio Rocha disse...

Aqui vai minha interferência: Belo texto! Eu e minha namorada lemos juntinhos e adoramos.
Beijos

Dona Sra. Urtigão disse...

Sir,
Admiro-me sempre da sua argumentação e cultura.Tanto em alguem ainda tão jovem.

Fabio,
agradeço aos dois o usarem de seu tempo nesta página

Seguidores