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segunda-feira, 7 de julho de 2008

LVI

( Lao tse)

O que sabe, não fala.
O que fala, não sabe.
É preciso manter a boca fechada
e cerrar suas portas,
embotar sua perspicácia,
desfazer os pensamentos confusos,
moderar o seu brilho,
e pôr em comum o que se tem de terreno.
A isso dá-se o nome de união misteriosa com o Tao.
Quem a tem não é influenciado pelo amor
e fica insensível ao frio.
Fica insensível ao lucro,
fica insensível à perda.
Fica insensível à glória,
fica insensível à condição de inferioridade.
É por isso que ele é o mais glorioso sobre a Terra.

10 comentários:

hj disse...

a união com o "tau" tem outras consequências... lol. fala o que pensa saber e sobre o que duvida. não fala quando não apetece ou não tem que dizer. atiça a perspicáçia e é confundido amiúde. não sei se brilha ou não, às vezes ofusca. em comum com o terreno tem o próprio "tau", a sensibilidade florida!

Dona Sra. Urtigão disse...

Jovem Arenque, agradecida pela visita e pelas questões levantadas,pois aqui estou para pensando, refletir. Opiniões. Caso retornes e puderes esclarecer-me, 1)Bom gosto é questão de gosto, ou o Belo é um universal?
2)Verdade perfeita existe, careta ou não?
3) Como distinguir conveniência, que respeitas, de etiqueta que não gostas? Qual o significado dos termos que usamos aqui e aí? Falácias de ambiguidade?

Artsy-Fartsy disse...

O Jovem Sábio, de fato, disse pouco mas ensinou muito. E o leitor atento deve aprender a ler sob interpretação sistemática, e não apenas localizada. Tao Te King e Bhagavad Gita são exemplos bem claros disto. Gosto.

Dona Sra. Urtigão disse...

Sir,
venho aprendendo que qualquer leitura deve ser feita dentro do contexto, para ser compreendida. Isto que vc chama de interpretação sistemática? o sistema em que se insere? o objeto da hermenêutica?
Estou sempre confusa...

Artsy-Fartsy disse...

Sim, isso mesmo! Aliás, o grande mestre da hermenêutica, a meu ver, é o Italiano Emilio Betti. Em sua obra (cujos originais eu tive a felicidade de xerocopiar - é triste, mas é tão apaixonante, pois de outro modo eu não poderia lê-los), ele mostra que, ontologicamente, interpretar teatro, música, leis, contratos, poesia, &c., é uma coisa só. Gênio.

Dona Sra. Urtigão disse...

Sir,
Porem a proposta da hermenêutica de Gadamer me parece um contraponto à de Betti, quando alega que toda interpretação deve ser feita a luz do momento histórico da leitura, ou uma proposta histórica ao contrario. Ou entendi mal ?

Artsy-Fartsy disse...

Adoro Gadamer também, e sua espiral hermenêutica me parece complementar à obra de Betti. Como se diz, uma andorinha não faz verão... O Prof. Luis Cabral de Moncada, a meu ver (embora notoriamente jusfilósofo e civilista) é exegeta a não ser desprezado, senão admirado; nosso saudoso Caio Mário, que com simplicidade ensinou grandes regras de interpretação; Sebastião Cruz, o romanista lusitano, enfim, são tantos, e tão bons!

Dona Sra. Urtigão disse...

Quem me dera atingir a união com o Tao. Pobre que sou ! oscilando entre os extremos que a vida permite. Mas desde criança gosto de balançar-me. Às vêzes, alto,alto, mais alto! outras, só ficar sentada, oscilando levemente.

Georgia disse...

Minha nossa!!! Como é que eu pude demorar tanto pra encontrar esse espaço aqui? Até esqueci o que eu ia comentar! Desculpa!!! hehehe

Dona Sra. Urtigão disse...

Para Gê,
fique a vontade, a casa é sua, comentários são sempre bem vindos e mais ainda quando estimulam um diálogo.

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