( Lao tse)
O que sabe, não fala.
O que fala, não sabe.
É preciso manter a boca fechada
e cerrar suas portas,
embotar sua perspicácia,
desfazer os pensamentos confusos,
moderar o seu brilho,
e pôr em comum o que se tem de terreno.
A isso dá-se o nome de união misteriosa com o Tao.
Quem a tem não é influenciado pelo amor
e fica insensível ao frio.
Fica insensível ao lucro,
fica insensível à perda.
Fica insensível à glória,
fica insensível à condição de inferioridade.
É por isso que ele é o mais glorioso sobre a Terra.
10 comentários:
a união com o "tau" tem outras consequências... lol. fala o que pensa saber e sobre o que duvida. não fala quando não apetece ou não tem que dizer. atiça a perspicáçia e é confundido amiúde. não sei se brilha ou não, às vezes ofusca. em comum com o terreno tem o próprio "tau", a sensibilidade florida!
Jovem Arenque, agradecida pela visita e pelas questões levantadas,pois aqui estou para pensando, refletir. Opiniões. Caso retornes e puderes esclarecer-me, 1)Bom gosto é questão de gosto, ou o Belo é um universal?
2)Verdade perfeita existe, careta ou não?
3) Como distinguir conveniência, que respeitas, de etiqueta que não gostas? Qual o significado dos termos que usamos aqui e aí? Falácias de ambiguidade?
O Jovem Sábio, de fato, disse pouco mas ensinou muito. E o leitor atento deve aprender a ler sob interpretação sistemática, e não apenas localizada. Tao Te King e Bhagavad Gita são exemplos bem claros disto. Gosto.
Sir,
venho aprendendo que qualquer leitura deve ser feita dentro do contexto, para ser compreendida. Isto que vc chama de interpretação sistemática? o sistema em que se insere? o objeto da hermenêutica?
Estou sempre confusa...
Sim, isso mesmo! Aliás, o grande mestre da hermenêutica, a meu ver, é o Italiano Emilio Betti. Em sua obra (cujos originais eu tive a felicidade de xerocopiar - é triste, mas é tão apaixonante, pois de outro modo eu não poderia lê-los), ele mostra que, ontologicamente, interpretar teatro, música, leis, contratos, poesia, &c., é uma coisa só. Gênio.
Sir,
Porem a proposta da hermenêutica de Gadamer me parece um contraponto à de Betti, quando alega que toda interpretação deve ser feita a luz do momento histórico da leitura, ou uma proposta histórica ao contrario. Ou entendi mal ?
Adoro Gadamer também, e sua espiral hermenêutica me parece complementar à obra de Betti. Como se diz, uma andorinha não faz verão... O Prof. Luis Cabral de Moncada, a meu ver (embora notoriamente jusfilósofo e civilista) é exegeta a não ser desprezado, senão admirado; nosso saudoso Caio Mário, que com simplicidade ensinou grandes regras de interpretação; Sebastião Cruz, o romanista lusitano, enfim, são tantos, e tão bons!
Quem me dera atingir a união com o Tao. Pobre que sou ! oscilando entre os extremos que a vida permite. Mas desde criança gosto de balançar-me. Às vêzes, alto,alto, mais alto! outras, só ficar sentada, oscilando levemente.
Minha nossa!!! Como é que eu pude demorar tanto pra encontrar esse espaço aqui? Até esqueci o que eu ia comentar! Desculpa!!! hehehe
Para Gê,
fique a vontade, a casa é sua, comentários são sempre bem vindos e mais ainda quando estimulam um diálogo.
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