No dia 20 de setembro, a noite, banho tomado, catingas e cansaços descidos pelo ralo, saimos para dar umas voltas. Quase igual aos filmes. Prédios de tijolinhos, flores em jardineiras nas janelas e sacadas, lindas as floreiras penduradas em todos os postes. Lojas de 1.99, ops, 1 pound. Roupas chinesas nas vitrines, tocador de acordeon com visual punk-mendigo, numa esquina, um outro sem teto, muito chic em roupas apropriadas ao ultimo dia de verão, um bom friozinho, dorme sobre caixas de papel. Mas, nos tres ou quatro quarteirões que percorremos, apenas esses dois. Preços do que vi? Bem baratos mesmo, equivalentes ao que compraria em minha cidade.
Dormir, porque dia seguinte seguimos para Devon, sudoeste. O trem, horarios rígidos, traçamos estratégia para arrastar a montanha de bagagem, são mesmo apenas um quarteirao e meio.
Chegando na estação, minha filha pergunta à funcionaria uniformizada, qual o carro dos nossos bilhetes, ela olha, agarra o carrinho do bebe e SAI CORRENDO pela plataforma! Agarramos a montanha, conforme possivel, e corremos atras! O Bebe! De repente, folego. Ela para, fala algo ràpidamente com outro uniformizado enorme, que pega o carrinho e continua a correr. Nós, esbaforidas, com toda a traquitana, vemos o gigante entregar o bebe a alguem dentro do trem, no carrinho.OH GOD! Vou me atirar lá dentro, que se dane a bagagem, a filha, e quando percebo, estamos todos, com a montanha, no trem em movimento. Agora é colocar aquilo tudo no bagageiro exíguo e localizar os lugares. Pasmem! Nossos bilhetes, com o Bebe, é em um carro "quiet". Mas o Davi, com seu sorriso, começa a mostrar quem é! Amolece qualquer ingles!
Seguimos por verdes campos, por horas, fazendas, pequenas cidades, vemos que o trem pára apenas um minuto em cada estação, como fazer para descer aquilo tudo, planejamos quem pegará o que, a Filha ainda com imensas dores, 10 minutos antes vou até onde está a bagagem, preparo tudo para a descida, vou pegar o Bebe, o trem pára, a porta não abre, olhando em volta, descubro que eu tenho que abrir a maçaneta, apressadamente, salto, puxo meia montanha, que desaba na plataforma, e então, surpresa, meu preconceito para com os ingleses, a sisudez, a fleugma, é mito, logo um senhor puxa o restante para fora e me ajuda a equilibrar a montanha. Salva e sã na plataforma. Com coriza, nariz entupido, os dois comigo idem, tossindo. Vamos pegar um taxi, em Totnes, para o local onde eu devo ficar hospedada, já que os amigos dos amigos que iriam me hospedar ainda não confirmaram. A Filha, deve ficar no alojamento do curso. Deveria.
O Ingles do taxi, deve estar curtindo com a nossa cara. Ou ficou enraivecido com a montanha. Não conseguiamos entender um palavra do que ele falava e ele nao entendia o que Carolina tentava falar. Ora, ela ja apresentou trabalhos em ingles em congressos nos EUA, ja morou na Australia, eu entendo diálogos em filmes, poxa. Bem, mostra-se papel com endereço escrito, ele nos leva ao equivalente a uma pousada, onde ninguem abra a porta, está quase na hora da primeira aula, tentamos outra, e finalmente vamos parar no Dartington Hall. A filha faz o check-inn, ràpidamente e corre para o curso, deixamos a bagagem na recepção mesmo, enquanto sento no muro, do jardim da entrada, para dar papinha de vidrinho para o Bebe, que chora, faminto e que até então só comera alimentos naturais, organicos, preparados em casa. (alem do leite da mãe). O quarto só será liberado em duas horas.
ÓI QUI EU TO CHIC O tal lugar, uma fazenda restaurada, do seculo XIII, que entre outros, pertencera a duas das esposas do Henrique VIII é muito bonito. Jardins... ingleses!
Pego a chave do quarto e descubro que é no segundo andar. Térreo, primeiro e segundo!
Não tem camareiro. É hostel. Hospedaria. Como vou, com o Bebe, levar tudo aquilo para cima? Levo aos poucos entre passeios pelos jardins, as coisas do bebe, e minha bagagem de mão. As malas acabam só subindo no dia seguinte. Vão ficando na recepção, onde fui buscar umas roupinhas... Mico? Again?