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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Do Amor


O tema que me parece mais frequente (sem trema, que dificil ) nos textos desta mídia, principalmente poéticos é a questão amor, descrito de tantas formas, quase sempre acompanhado de sua rima preferida, a tal da dor, associação à falta do objeto amado.
Quando falo de objeto, tanto quero dizer daquilo a que o conceito se refere - amor ama algo, mas tambem, de certa forma refiro-me a esta situação de coisificação de um sentimento que interpretado como realização de desejos não se completa à falta do objeto desejado/amado. Eu ja senti isso. E sinto que perdi tempo, me perdi no tempo, pensando que amava, assim.
O tempo passou, aprendi coisas, descartei outras, e muitas vezes penso em gritos que não saem de minha garganta, EU AMO! E imediatamente, "mas amo o que, quem?" Amo sòmente. Falta-me objeto para esse amor? Mas amo assim mesmo. Como se gritasse EU VIVO! E aí nada seria perguntado. Pois vivo a vida, e então posso concluir que amo ao amor. Amo amar.
(Amo meus filhos e netos, meus cães amigos, meus amigos, as plantas e flores, árvores, sementes e pedras, as águas e os ventos, as montanhas e o mar. As luzes e sombras. Amo tanto tudo!)

11 comentários:

samuel disse...

Muitos da minha geração, conviveram na juventude com um poster fantástico que tinha uma frase que até hoje se acende, quando se fala do amor. Foi escrita por uma criança com oito anos e fazia parte de um livro em que uma escritora portuguesa, Maria Rosa Colaço, recolheu trabalhos, textos e simples frases de alunos de escolas, ainda muito pequenos...

"O amor é um pássaro verde, num campo azul, no alto da madrugada."

Ainda não encontrei melhor!

Abreijos

Furrequinha disse...

A colega dá, com simplicidade, uma lição de transcendência: da totemização a um amor mais sublimado.
Abraços, daqui

Domenico Condito disse...

Olá amiga,
desejo-te uma semana de muita paz e amor!
Domenico

KrystalDiVerso disse...

Compreendo sua espécie... de revolta perante a banalização do conceito do Amor, mas... confesso que compreendo, de igual modo, seu novo conceito desse sentimento. O problema é que a maior parte de que escreve sobre o Amor, não tem forma capaz de exprimir esse sentimento,que, muitas vezes, é severo. è, portanto, acima de tudo, uma incapacidade de expressão. É claro que até para Amar é preciso ter uma certa capacidade; um "burro" qualquer sente uma atração enorme, geralmente, por alguém, e nem chega a perceber qua a razão; é uma atração irresitível que ele (a) sabe apenas advir lá das "partes baixas"; assim, acontecem muitos equívocos, já que a confusão que a mente simples faz entre o Amor e o desejo, leva a muita propaganda sobre a pobreza dos mais variados conceitos de Amor.
Acredito, no caso da Mdm Ortigão, que seu conceito de Amor, agora, seja muito mais abrangente, mas, acredito de igual forma que a intensidade desse Amor é... reticente, de aceitação, de submissão perante os factos consumados da vida pela qual passou e, com toda a certeza Amou intensamente, porque a Natureza humana assim lho permitiu, tal como lhe permite, nos dias de hoje, Amar com uma compreensão menos dependente das circunstâncias "carnais".
O Amor, você neste ponto tem razão, é, cada vez mais maltratado! Pela falta de expressão e pela expressão em si contaminada por muitas formas de egoismo e desespero.

Boa semana, memnina

Escolha entre... beijos e abraços

Anônimo disse...

Pensando no que você me escreveu acabei pensando que o importante é o que aprendemos a fazer da dor que vem do amor não correspondido (como reagimos a ela).

O beco-sem-saída é justamente pensar que a "coisa que falta" (que pode ser o alguém que falta, porque o alguém que falta é idealizado, não é uma pessoa de verdade se comportando diante de nós; reduzida a uma idéia estática - e extática por causa do amor - uma pessoa é uma coisa também para aquele que a ama em êxtase, sem tê-la ao seu lado) é o problema que o amor coloca, de modo que se deva acabar com a falta, obtendo aquilo que não se tem. Todas as misérias cometidas e sofridas em nome do amor têm esta origem, eu acho.

Leva um tempo e um sofrimento para aprendermos que quando se ama algo ou alguém que não está lá, que falta, o mais importante é nos admirarmos com o próprio fato de estar sentindo amor... O amor que prescinde de objeto, de que você fala. Só um ser humano que se deu conta disso, que se percebeu enquanto amante, capaz de amar, pode ter a chance de se pensar completo. Independente de estar presente um "objeto" para o amor.

Esse tempo e esse sofrimento me parecem ser o salto sobre o abismo que as pessoas precisam dar para se libertarem de seu lado mais mesquinho. E, paradoxalmente, parece uma concessão ao egoísmo: considerar mais importante "meu amor" do que "o outro, amado". Se bem que não é bem assim: ao padecer pela falta do que se ama, alguém está na verdade cultuando os próprios desejos emocionais, que clamam por serem satisfeitos. Ao contemplar o amor que se sente, ao contrário, aproximamo-nos daquilo que nos impele a doarmo-nos, a fazer coisas além das meramente necessárias para nossas necessidades individuais.

É bem possível que muita gente veja a coisa de um modo totalmente diferente, mas essas foram as impressões que tive e pensamentos que me ocorreram ao pensar no assunto pelo trilho do que você escreveu. Para mim, muito a propósito, aliás.

Um abraço!

O Tempo Passa disse...

Quando se ama, simplesmente, sem que haja um objeto específico desse amor, terminamos por amar o que é essencial: a vida - esse dom divino - e tudo o que se relaciona com a vida - pessoas, animais, natureza - e outros conceitos mais profundos e correlatos - beleza, justiça, paz, fraternidade. Nessa hora, podemos compreender o que é o Amor. Mas não é fácil!!!

Dona Sra. Urtigão disse...

Samuel,
boa definição para algo que não se define.
abraço

Furlam,
é a idade, meu amigo.
abraço.

Domenico,
o mesmo para ti.
E um abraço.

KrystalDiVerso,
não se trata de revolta contra banalização de sentimento, sou apenas observadora de fenõmenos que me circundam.Revolta ainda sinto contra a maldade do ser humano, com a falta do Amor. Cada modo de amar está de acordo com a capacidade de cada amante, cada qual está onde pode chegar. O que faço é descrever como eu me sinto.E só posso fala por mim, e mesmo assim, muitas vezes, contraditòriamente, pois nem me conheço verdadeiramente, conheço apenas algumas das imagens ou personagens que faço a partir de mim.
Não sei se porque cansada da longa viagem de hoje, mas seu comentario me parece um pouco confuso, voltarei a ele após algumas horas de descanso.

oimpressionista
este amor, o não correspondido ou aquele direcionado a algo/alguem idealizado, parece-me um amor narcísico, que só contempla de fato a quem criou esta necessidade, de encontrar-se no outro, que só pode ser da forma que o criador deseja. Foi isso que voce disse?
Volto depois, quando conseguir melhorar meu raciocínio, um tanto quanto obscurecido pelo dia instigante.
Abraço

Dona Sra. Urtigão disse...

Rubinho,
penso que não se trata de intentar-se conseguir entre dificuldades, mas que em dado momento simplesmente acontece, dependendo das experiências que foram vivenciadas e de que objetivos e propósitos gerais se tem durante a vida.
Abraço.

Dona Sra. Urtigão disse...

Aos que comentaram aqui e especìficamente à

KrystalDi Verso:
voltei a ler seu comentario e confesso que devo estar lesada pois ainda não compreendi o que voce quiz dizer quando fala de "intensidade de amor reticente,de aceitação, de submissão perante os fatos..."e quando diz que "com toda certeza amou" como se fosse passado, digo que sempre amei intensamente, da mesma forma que amo hoje. E que nunca compreendi a conceituação de Amor equivalendo a desejo, ja que entendo amor como um sentimento que parte do amante para o amado e não algo que pretenda aprisionar aquilo/alguem que ama/é amado. O desejo de algo, de companhia, de afeto, de sexo, é algo distinto de amor.

oimpressionista,
retomando ao que entendo por amor, não ha possibilidade de correspondencia ao amor. Este simplesmente É, existe. O que necessita correspondencia é carencia, desejo. Notem , não descarto a condição de necessidade e existencia de relacionamento afetivo/sexual,com envolvimento de fortes sentimentos. Só que entendo por amor um outro sentimento, que não pede correspondencia, pois que basta em si.Penso que, talvez o Amor seja amor-de-si, uma sensação de completude que se houver partilhamento, é acréscimo ou, tanto faz, pois não necessita de outro para ser inteiro (o amor ou o amante) e, consequentemente, caso não haja esse compartilhar, tambem não ha perdas. Sem perdas, sem dor. E não é egoista, pois está aberto a quem queira compartilhar, partilhar com. Não é algo transcendente como disse Furlam, pois está na pessoa, é imanente. Nem sublimado porque está na esfera do existente, materialmente falando.É fenômeno.
Por isso,por essa impossibilidade de definir, ou seja expressar uma essencia da coisa, é que se encontra diversas maneiras de conceituar Amor. Eu só tratei da minha. De explicar com entendo isso e como é difícil entender como outros o fazem, já que do outro, só posso supor.
" Qualquer maneira de amor vale a pena"
abraços, amigos amados!

KrystalDiVerso disse...

Ora viva, Madame Ortigão
Não posso deixar de confessar que me surpreendeu suas dúvidas sobre as ressalvas sublinhadas. Claro que não acredito que não tivesse percebido a abrangência das palavras; há cultura de sobra em sua sábia e sóbria personalidade.
Mas vamos lá ao que interessa: Quanto ao Amor reticente, de submissão e aceitação (por esta ordem, concordará comigo sobre as alterações naturais da própria natureza, da qual somos parte integrante, para o bem e para o mal. Tal como a vida, tudo nasce, tudo morre; nós os humanos temos, para além do intenso desejo sexual, preenchendo metade de uma vida, a capacidade de Amar e compreender esse estado emocional que carecteriza nossa própria natureza. É essa compreensão, que nos distingue, que vai interferir directamente sobre nosso comportamento ao longo das mutações, físicas, mentais, psicológicas. Na mulher, a faze mais "violenta" é-lhe imposta, muito naturalmente, pela alteração hormonal, e lá vamos nós ter que tocar na... menopausa! há uma analogia com a andropausa (nos homens, no entanto estes, Têm é um medo terrível de morrer. A mulher é mais capaz, mais forte, mais resistente, mais admirável, mas quanto à menopausa pouco há a fazer, valendo os reguladores hormonais que lá vão dando uma preciosa ajuda.
A partir dessa faze, o Amor, em vez de ser direccionado para um único ponto, que pode corresponder desde nós mesmos até ao conceito grato familiar (marido, filhos, netos...), passa a contemplaruma forma diferente de ver tudo que nos rodeia, aprendendo a aceitar a inevitavilidade das coisas. O problema é que, enquanto a Mdm Ortigão parece haver tido essa "sorte", a maior parte das mulheres, ou se tornam alcoólicas, cleptomaníacas, violentas, sonolentas, ou com problemas de saude demasiado suportáveis! Perante tudo isto, Madme Ortigão é um Krystal entre milhões de vidros amassados! Seu Amor e seu conceito de Amor, é divinamente abrangente, sem egoismos, de respeito e tolerância, embora também de revolta pela violação das regras naturais por parte de quem nunca, talvez, aprendeu a Amar!

è um tema longo, mas lá voltaremos, querida Ortigão.

espero, no mínimo, uma pequena observação em meu blog.
Aproveite para "rever" Caetano Veloso no pequeno filme que montei no KrystalDiVerso. Aguardo, lá, seu comentário.

Escolha entre... beijos e abraços

Anônimo disse...

Acho que o que eu tentei dizer não diverge fundamentalmente do que você pensa. Tudo fica um pouco mais difícil porque "amor" designa tantas coisas, e tantas coisas têm a ver com ele, que é fácil falar de coisas diferentes usando o mesmo nome, e da mesma coisa usando nomes diferentes.

Só acho que o verdadeiro amor narcísico precisa da consciência de ser dirigido a aspectos de si mesmo. Disso que você fala, um amor narcísico em que se ama um aspecto próprio, sim, mas que é visto e pensado como o outro (sua idealização) é algo, acho, um pouco pior até, porque a pessoa pensa que está amando outra pessoa, isto é, está mais confusa ainda do que o narciso. Não que não aconteça muito isto, estar confuso ;-)

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